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Pitons assustam nos Everglades

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Pitons assustam nos Everglades

Depois de, no princípio deste mês, uma criança ter sido morta nos Estados Unidos por uma piton-birmanesa (phyton reticulatus), também conhecida por piton-asiática, o alarme parece ter soado nos centros de decisão sobre o perigo que esta espécie invasora pode provocar nos Everglades, se nada for feito a curto prazo.

Especialistas em herpetologia estimam que neste momento vivam nos pântanos e ilhas desta zona da Florida mais de cem mil destas cobras, espécie invasora, que foi introduzida por habitantes locais que compraram alguns destes répteis como animais exóticos em pequenos e, quando as cobras começaram a crescer, as libertaram nas margens dos pântanos onde encontraram condições ideais para se reproduzirem, criando um problema ecológico grave e um risco acrescido para quem por aqui circula em trabalho ou lazer. Estima-se que, só nos últimos nove anos, cerca de cento e cinquenta mil destes animais tenham sido comercializados, legal e ilegalmente, na Flórida. Nos últimos trinta anos já houve doze mortes provocadas por cobras desta espécie, sendo que cinco delas eram crianças de tenra idade.

Nesse sentido, o congressista Bill Nelson solicitou a emissão de autorizações especiais para que caçadores profissionais, especialistas em vida selvagem, herpetólogos e voluntários, possam dar caça a estes animais, na esperança de que seja possível travar o crescimento do número exponencial de cobras desta espécie que se tem feito sentir nos últimos anos e que têm posto em risco muitas espécies autóctones. Esta é a única solução que parece restar, neste momento.

O sacrifício de grande parte dos indivíduos adultos da espécie poderia servir para controlar os números e dar tempo para que outras medidas preventivas possam ser implementadas nos próximos anos, ou mesmo décadas, até que se possa considerar que a situação se encontre controlada ou que se conclua que as pitons-birmanesas foram de facto erradicadas dos Everglades, o que parece ser uma missão quase impossível, tal é a dimensão desta zona, e também a dimensão do problema. Em anos anteriores, já houve tentativas de controlar a espécie, tendo para esse efeito sido até treinados cães com o intuito de localizar as cobras, mas como as buscas eram circunscritas a pequenas áreas, os efeitos não se fizeram sentir a nível global e o número de pitons não parou de crescer.

O início dos trabalhos de eliminação e erradicação da espécie está para breve e deve começar na zona do Lago Okeechobee, onde o problema parecer ter atingido maiores dimensões com muitas pitons a viver neste local. Todas as caçadas deverão ser supervisionadas por herpetólogos que assim devem garantir as restrições à captura, limitando-a à espécie em questão, e que também serão responsáveis pelo programa de abate dos animais capturados.

Paralelamente, estão a ser tomadas medidas para que sejam identificados todos os exemplares a viver em cativeiro. Espera-se assim que sejam criadas pelos proprietários condições de segurança nas jaulas, estando a ser passadas licenças que comprovam, não só a aptidão para criar o animal, mas também que todos os quesitos de segurança estão a ser cumpridos. Em estudo está um plano para proibir o comércio destes animais no estado.
Está também a decorrer uma acção de recolha de animais desta espécie a todos aqueles que os detenham e que sintam vontade de as entregar às autoridades, uma vez que o acidente que culminou com a morte da criança lançou o pânico em muitas famílias que agora temem também pelos seus filhos e por si próprios, o que poderia levar ao abandono de muitos mais animais em zonas pantanosas.

As pitons-birmanesas podem atingir mais de seis metros e pesar cerca de 160 quilos.


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