• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Ponto Verde quer vender resíduos

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Ponto Verde quer vender resíduos
Reciclagem: uma medida que está a ser mal recebida pela fileira do plástico


A Sociedade Ponto Verde (SPV) vai centralizar as retomas de resíduos embalagens domésticas, até agora nas mãos das fileiras, e começar a vendê-las por concurso aos recicladores, uma medida que está a ser mal recebida pela fileira do plástico.

«Estamos neste momento na fase de pré-qualificação [dos recicladores]. Acredito que os primeiros concursos vão ter lugar já no próximo trimestre», afirmou à agência Lusa Luís Veiga Martins, director-geral da SPV, entidade que desde 1996 promove a recolha selectiva, a retoma e a reciclagem dos resíduos de embalagens.

A centralização de retomas, que está agora a ser preparada, refere-se apenas aos resíduos urbanos, que são depositados pelos consumidores nos ecopontos (papel, vidro e plástico) e depois recolhidos pelos sistemas municipais e intermunicipais que os entregam à SPV para os encaminhar para reciclagem.

Até agora, e com excepção do papel e cartão, cujas retomas Veiga Martins diz que já estavam centralizadas na SPV, eram as fileiras (que juntam os produtores de matérias-primas, os transformadores, os embaladores e os recicladores) do plástico, metal, madeira e vidro que assumiam a gestão destas retomas e escolhiam a melhor forma de as distribuir pelos recicladores.

Rui Toscano, presidente do conselho de administração da Plastval, a fileira do plástico, disse à Lusa temer que a centralização que a SPV quer implementar vá motivar o encerramento de algumas pequenas empresas que se dedicam à reciclagem do plástico, e que ao todo não são mais do que 15 em Portugal.

«A SPV quer introduzir um sistema de leilão, vendendo os resíduos de plástico aos recicladores que paguem mais, incluindo estrangeiros. O sistema de leilão é asfixiante na indústria do plástico e os recicladores de menor dimensão não vão ter garantias de retomas e correm o risco de fechar», defendeu Rui Toscano.

Veiga Martins recusa a palavra leilão, diz que se trata de um concurso uma vez que os recicladores são sujeitos a uma préqualificação, auditada por uma «comissão independente».

«Se fecharem recicladores vamos por em causa o principio da autosuficiencia. E ao especular o preço dos resíduos, através de leilão ou concurso, nada garante que aumentem as recolhas e esse é o serviço que devia ser prestado pela Ponto Verde, o de serviço público e não o de aumento de receitas», adianta Rui Toscano.

O director da SPV considera que esta alteração de gestão constitui uma «evolução natural do mercado», já registada em outros países como a vizinha Espanha ou a Bélgica, e que vai garantir o funcionamento do livre mercado «sem que hajam eventuais distorções ao nível da concorrência».

«Na sua maioria os recicladores já vão ao mercado comprar resíduos de plástico, não dependem a 100 por cento da SPV», adiantou Veiga Martins, acrescentando que apenas 20 por cento dos recicladores vêm ao sistema da ponto verde buscar resíduos de embalagens.


IOL
 
Topo