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Portadores consideram reutilização de pacemakers 'descabida e perigosa'
A Associação Portuguesa de Portadores de Pacemaker e CDI’S (APPPC) considerou hoje que a reutilização destes aparelhos é «descabida e perigosa», uma vez que tem «graves consequências para a saúde pública».
Na quarta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM) defendeu a reutilização destes dispositivos, afirmando que «há pacemakers de preço muito elevado que podem ser perfeitamente 'reesterilizados' e utilizados, embora isso fira as regras europeias».
Numa reacção a estas declarações, a APPPC disse, em comunicado hoje emitido, que a reutilização destes aparelhos é «uma medida descabida e perigosa, com graves consequências para a saúde pública», acrescentando que «está em curso um retrocesso enorme dos direitos dos actuais e futuros portadores» de pacemaker e CDI.
A Associação baseia a sua posição no parecer do Scientific Committee on Emerging and Newly Identified Health Risks (SCENIHR) sobre a segurança do reprocessamento de dispositivos médicos colocados no mercado com a finalidade de uso único, disponível no portal da Comissão Europeia desde Abril de 2010.
De acordo com este parecer, citado na nota da Associação, «existe o risco de contaminação e de infecção durante a utilização de um dispositivo médico de uso único reprocessado, se os procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização não forem adequadamente validados e avaliados».
O documento do SCENIHR conclui que «nem todos os dispositivos médicos de uso único são passíveis de serem reprocessados, considerando as suas características e complexidade», e que «a possibilidade de reprocessamento depende dos materiais utilizados na constituição e da geometria do dispositivo médico».
«Os nossos governantes saberão por certo onde poupar sem tocar naquilo que é intocável: a excelência dos serviços de saúde praticados em Portugal», remata a APPPC.
Lusa/SOL