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Portugal é segundo com mais doações de órgãos por habitante
Portugal é o segundo país do mundo com mais doações de órgãos por milhão de habitantes (26,7), mas o aumento da recolha de órgãos esbarra muitas vezes nas limitações a nível dos recursos humanos e físicos, alertam especialistas.
O cirurgião Linhares Furtado, que fez o primeiro transplante de órgãos em Portugal, um transplante renal com dador vivo a 20 de Julho de 1969 nos Hospitais da Universidade de Coimbra, considera o número de dadores nacionais «muitíssimo bom».
«Os números subiram muito há uns anos no sul do País e em Coimbra, no ano passado, a taxa ultrapassou a de Espanha, o campeão mundial de dadores», sublinhou. «É uma questão de organização. Há uma maior sensibilização de médicos e enfermeiros, em particular nos hospitais distritais que possuem unidades de cuidados intensivos», disse.
Também o nefrologista Morais Sarmento, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), afirma que, nos últimos dois anos, o panorama ao nível dos transplantes de órgãos melhorou substancialmente em Portugal. «Tínhamos Unidades de Cuidados Intensivos que antes não referenciavam os cadáveres de eventuais dadores e passaram a fazê-lo», explicou, acrescentando que, por outro lado, existem no território nacional mais de 10% de dadores vivos «que a Espanha não tem».
No entanto, subsistem «algumas dificuldades» ao nível dos recursos humanos e físicos das unidades de saúde em suportar o aumento do número de transplantes.
Portugal é líder na Europa continental nos transplantes de fígado. Quanto aos transplantes de rim foram feitos 524 no ano passado - uma taxa diária de mais de 1,4 - e pela primeira vez nos últimos dez anos o número de doentes em lista de espera decresceu em 60 (de 2320 para 2260). A «lacuna», frisou Morais Sarmento, existe ao nível do transplante do pulmão, por ausência de uma unidade que centralize aquele procedimento clínico e faça o acompanhamento dos doentes antes e depois da intervenção.
A taxa de transplantes pulmonares realizados em Portugal cifra-se nos 0,37 por milhão de habitantes, bastante abaixo da média europeia, que é de 2,28. Já para fazer transplantes duplos - «imensos, de que não se fala» - e, concretamente, no caso do pâncreas/rim, o especialista alerta que existe um único hospital, o de Santo António, no Porto, que é «curto para as necessidades do país».
«Já se fizeram 95 transplantes de pâncreas e rim em doentes diabéticos. A colheita e preparação do pâncreas não é fácil, fazem-se 15 a 20 por ano e há 40 doentes em lista de espera», observou Morais Sarmento.
No que concerne à legislação portuguesa sobre transplante de órgãos, o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação sublinhou que nos dadores mortos vigora o «consentimento presumido», que prevalece «na generalidade» dos países europeus. No entanto, qualquer pessoa pode dirigir-se a um centro de saúde e inscrever-se no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA).
«O nosso país tem leis muito boas, muito avançadas», disse, por seu turno, Linhares Furtado, classificando de «extraordinária» a aceitação da sociedade face aos méritos da transplantação de órgãos em situação de urgência clínica. Por outro lado, apontou a existência de cerca de 30 mil objectores, «pouquíssimos», referiu.
Portugal é o segundo país do mundo com mais doações de órgãos por milhão de habitantes (26,7), mas o aumento da recolha de órgãos esbarra muitas vezes nas limitações a nível dos recursos humanos e físicos, alertam especialistas.
O cirurgião Linhares Furtado, que fez o primeiro transplante de órgãos em Portugal, um transplante renal com dador vivo a 20 de Julho de 1969 nos Hospitais da Universidade de Coimbra, considera o número de dadores nacionais «muitíssimo bom».
«Os números subiram muito há uns anos no sul do País e em Coimbra, no ano passado, a taxa ultrapassou a de Espanha, o campeão mundial de dadores», sublinhou. «É uma questão de organização. Há uma maior sensibilização de médicos e enfermeiros, em particular nos hospitais distritais que possuem unidades de cuidados intensivos», disse.
Também o nefrologista Morais Sarmento, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), afirma que, nos últimos dois anos, o panorama ao nível dos transplantes de órgãos melhorou substancialmente em Portugal. «Tínhamos Unidades de Cuidados Intensivos que antes não referenciavam os cadáveres de eventuais dadores e passaram a fazê-lo», explicou, acrescentando que, por outro lado, existem no território nacional mais de 10% de dadores vivos «que a Espanha não tem».
No entanto, subsistem «algumas dificuldades» ao nível dos recursos humanos e físicos das unidades de saúde em suportar o aumento do número de transplantes.
Portugal é líder na Europa continental nos transplantes de fígado. Quanto aos transplantes de rim foram feitos 524 no ano passado - uma taxa diária de mais de 1,4 - e pela primeira vez nos últimos dez anos o número de doentes em lista de espera decresceu em 60 (de 2320 para 2260). A «lacuna», frisou Morais Sarmento, existe ao nível do transplante do pulmão, por ausência de uma unidade que centralize aquele procedimento clínico e faça o acompanhamento dos doentes antes e depois da intervenção.
A taxa de transplantes pulmonares realizados em Portugal cifra-se nos 0,37 por milhão de habitantes, bastante abaixo da média europeia, que é de 2,28. Já para fazer transplantes duplos - «imensos, de que não se fala» - e, concretamente, no caso do pâncreas/rim, o especialista alerta que existe um único hospital, o de Santo António, no Porto, que é «curto para as necessidades do país».
«Já se fizeram 95 transplantes de pâncreas e rim em doentes diabéticos. A colheita e preparação do pâncreas não é fácil, fazem-se 15 a 20 por ano e há 40 doentes em lista de espera», observou Morais Sarmento.
No que concerne à legislação portuguesa sobre transplante de órgãos, o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação sublinhou que nos dadores mortos vigora o «consentimento presumido», que prevalece «na generalidade» dos países europeus. No entanto, qualquer pessoa pode dirigir-se a um centro de saúde e inscrever-se no Registo Nacional de Não Dadores (RENNDA).
«O nosso país tem leis muito boas, muito avançadas», disse, por seu turno, Linhares Furtado, classificando de «extraordinária» a aceitação da sociedade face aos méritos da transplantação de órgãos em situação de urgência clínica. Por outro lado, apontou a existência de cerca de 30 mil objectores, «pouquíssimos», referiu.
Diário Digital / Lusa