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Um complexo turístico no Alqueva, uma fábrica de painéis fotovoltaicos em Abrantes e a exploração mineira em Torre de Moncorvo: só com três projectos falhados, Portugal 'perdeu' investimentos de 3.000 milhões de euros e 8.000 postos de trabalh
Em Viana do Castelo, uma fábrica de pás de rotor da multinacional alemã Enercon, cuja primeira pedra foi lançada em 2008 pelo então primeiro-ministro José Sócrates, nunca mais avançou, deixando por concretizar a promessa de criação de um investimento de 55 milhões de euros e de criação de 500 novos postos de trabalho.
A crise, a conjuntura internacional e a falta de financiamento bancário são as principais razões apresentadas pelos promotores para o cancelamento ou adiamento dos investimentos anunciados.
Hoje mesmo, os promotores do maior complexo turístico para o Alqueva, liderados por José Roquette, garantiram que o processo de insolvência apresentado em tribunal implica o fim do projecto e a perda de 500 postos de trabalho.
O pedido de insolvência resultou da «falta de acordo» quanto ao modelo de financiamento do projecto
O Roncão d’El Rei, num investimento de quase mil milhões de euros, a concretizar em várias décadas, é o único do sector turístico classificado pelo actual Governo como Projecto de Interesse Estratégico Nacional.
Aldeamentos turísticos, hotéis, campos de golfe e de férias, unidades de saúde, agricultura biológica e centros equestres, de conferências e de desportos náuticos eram algumas das valências contempladas no Roncão d’El Rei, que previa gerar mais de 2.100 postos de trabalho directos e cerca de 3.000 indirectos.
Antes, o Governo rescindiu um contrato de investimento entre a AICEP e a RPP Solar, no valor de 1.052 milhões de euros, destinados à construção de fábricas de painéis fotovoltaicos, em Abrantes, que deveria criar 1.900 empregos.
Em causa, segundo o Governo, o facto de a RPP Solar não cumprir a obrigação de executar o projeto de investimento nos termos e prazos contratualmente fixados e de não demonstrar manter as condições de financiamento necessárias à concretização do mesmo.
Em Julho, foi a vez de a empresa anglo-australiana Rio Tinto anunciar que desistia da exploração das minas de ferro de Torre de Moncorvo, colocando em causa um investimento superior a mil milhões de euros.
O investimento iria permitir, numa primeira fase, a criação de 420 novos postos de trabalho diretos e cerca de 800 indirectos, bem como a criação de um pólo de investigação e desenvolvimento no Nordeste Transmontano, com parcerias com instituições locais e internacionais.
Em finais de 2011, a Nissan anunciava a desistência da construção da fábrica de baterias em Cacia, Aveiro, alegando que, após análise detalhada do plano de negócios, a empresa chegou à conclusão que «as quatro fábricas espalhadas por todo o mundo seriam suficientes para os objectivos».
Foram 200 postos de trabalho directos que o concelho perdeu.
Uma perda igualmente importante registou-se, em Abril de 2011, em Vila Real de Santo António, quando a principal empresa de construção do Brasil, a Odebrecht, anunciou que desistia de investir 300 milhões de euros num empreendimento turístico inovador.
Neste caso, a justificação foi a alegada demora (que já iria em três anos) da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve em aprovar o projecto.
Fonte: Lusa/SOL