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Portugueses consomem antibióticos a mais
O consumo de antibióticos é elevado em Portugal. O consumo de antibióticos sem justificação clínica, como em gripes e constipações, é elevado em Portugal e causa resistências que impedem que sejam eficazes quando efectivamente aconselhados, o que já é considerado um problema de saúde pública.
“Consumimos mais antibióticos do que devíamos e em algumas situações em que não deveríamos tomar”, disse à Lusa Cristina Costa, chefe da Divisão de Segurança Clínica da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Esta especialista estará hoje presente na cerimónia com que a DGS irá assinalar o Dia Europeu dos Antibióticos, durante a qual será apresentado o Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Resistências aos Antimicrobianos (PNPCRA).
Dados da autoridade que regula o sector do medicamento em Portugal (Infarmed), fornecidos à Lusa no ano passado, revelavam que em 2000 foram vendidas em Portugal Continental mais de 9,3 milhões de embalagens de antibióticos, número que baixou sempre até 2004, quando se venderam 7,7 milhões.
No ano seguinte, em 2005, este número cresceu ligeiramente para os oito milhões de embalagens. Só em 2005 foram gastos quase 140 milhões de euros em antibióticos, com encargos de 95 milhões para o Serviço Nacional de Saúde.
De acordo com Cristina Costa, são várias as situações em que os médicos são “pressionados” pelos doentes para prescreverem antibióticos, mesmo em casos em que estes não actuam, como as gripes e constipações, mais frequentes na actual época do ano.
Em alguns casos, avançou, “os médicos cedem à pressão do doente”, disse. Nos casos em que não prescrevem, o paciente só descansa quando encontra um clínico que receite o antibiótico, acrescentou. Este consumo inadequado de antibióticos leva a que o organismo se torne resistente a este medicamento e que o mesmo não actue quando é efectivamente necessário, como em casos de transplantes ou de quimioterapia.
Numa circular distribuída este ano, a DGS alertou para o facto de a resistência aos antimicrobianos ser actualmente “uma das maiores ameaças à saúde pública na Europa”.
Todos os anos, aproximadamente três milhões de indivíduos na União Europeia sofrem uma Infecção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) e, desses, aproximadamente 50 mil morrem”, lê-se na circular. A DGS alerta para o facto de, nos hospitais europeus, um em cada dez doentes adquirir uma IACS.
De acordo com os dados apresentados pelo European Centre for Disease Prevention and Control, citados nesta circular, “Portugal é um dos países da Europa que apresenta taxas mais elevadas de resistência aos antimicrobianos”.
Médicos receitam
antibióticos a mais
Em Março do ano passado, a Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) acusou os médicos de receitarem antibióticos sem necessidade e as farmácias de os venderem sem prescrição.
Esta é a conclusão de um estudo da associação, publicado na edição de Abril de 2007 da Teste Saúde, baseado em visitas de colaboradores da DECO a várias clínicas, centros de saúde e farmácias. Ao todo, foram visitados 58 consultórios privados e nove centros de saúde por colaboradores saudáveis que consultaram os médicos queixando-se de dores de garganta e de um ligeiro incómodo ao engolir, sem outros sintomas.
“Em 37 casos, os profissionais receitaram antibióticos, que eram desnecessários para a situação em causa”, refere a DECO naquele estudo. ||
Fonte:Açoriano Oriental
O consumo de antibióticos é elevado em Portugal. O consumo de antibióticos sem justificação clínica, como em gripes e constipações, é elevado em Portugal e causa resistências que impedem que sejam eficazes quando efectivamente aconselhados, o que já é considerado um problema de saúde pública.
“Consumimos mais antibióticos do que devíamos e em algumas situações em que não deveríamos tomar”, disse à Lusa Cristina Costa, chefe da Divisão de Segurança Clínica da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Esta especialista estará hoje presente na cerimónia com que a DGS irá assinalar o Dia Europeu dos Antibióticos, durante a qual será apresentado o Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Resistências aos Antimicrobianos (PNPCRA).
Dados da autoridade que regula o sector do medicamento em Portugal (Infarmed), fornecidos à Lusa no ano passado, revelavam que em 2000 foram vendidas em Portugal Continental mais de 9,3 milhões de embalagens de antibióticos, número que baixou sempre até 2004, quando se venderam 7,7 milhões.
No ano seguinte, em 2005, este número cresceu ligeiramente para os oito milhões de embalagens. Só em 2005 foram gastos quase 140 milhões de euros em antibióticos, com encargos de 95 milhões para o Serviço Nacional de Saúde.
De acordo com Cristina Costa, são várias as situações em que os médicos são “pressionados” pelos doentes para prescreverem antibióticos, mesmo em casos em que estes não actuam, como as gripes e constipações, mais frequentes na actual época do ano.
Em alguns casos, avançou, “os médicos cedem à pressão do doente”, disse. Nos casos em que não prescrevem, o paciente só descansa quando encontra um clínico que receite o antibiótico, acrescentou. Este consumo inadequado de antibióticos leva a que o organismo se torne resistente a este medicamento e que o mesmo não actue quando é efectivamente necessário, como em casos de transplantes ou de quimioterapia.
Numa circular distribuída este ano, a DGS alertou para o facto de a resistência aos antimicrobianos ser actualmente “uma das maiores ameaças à saúde pública na Europa”.
Todos os anos, aproximadamente três milhões de indivíduos na União Europeia sofrem uma Infecção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) e, desses, aproximadamente 50 mil morrem”, lê-se na circular. A DGS alerta para o facto de, nos hospitais europeus, um em cada dez doentes adquirir uma IACS.
De acordo com os dados apresentados pelo European Centre for Disease Prevention and Control, citados nesta circular, “Portugal é um dos países da Europa que apresenta taxas mais elevadas de resistência aos antimicrobianos”.
Médicos receitam
antibióticos a mais
Em Março do ano passado, a Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) acusou os médicos de receitarem antibióticos sem necessidade e as farmácias de os venderem sem prescrição.
Esta é a conclusão de um estudo da associação, publicado na edição de Abril de 2007 da Teste Saúde, baseado em visitas de colaboradores da DECO a várias clínicas, centros de saúde e farmácias. Ao todo, foram visitados 58 consultórios privados e nove centros de saúde por colaboradores saudáveis que consultaram os médicos queixando-se de dores de garganta e de um ligeiro incómodo ao engolir, sem outros sintomas.
“Em 37 casos, os profissionais receitaram antibióticos, que eram desnecessários para a situação em causa”, refere a DECO naquele estudo. ||
Fonte:Açoriano Oriental