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Portugueses protestam pelo mundo
Ana Margarida Esteves, de 35 anos, foi há dois meses dar aulas para a Tulane University, em Nova Orleães e, pouco depois, decidiu juntar-se ao Occupy New Orleans – um grupo que integra um novo movimento que está a crescer nos EUA e na Europa e que promete para hoje uma manifestação internacional histórica em 60 países.
Em Portugal, estão marcados protestos para várias cidades, sob o lema ‘A 15 de Outubro a Democracia Sai à Rua’.
A viver numa residência universitária, Ana Margarida é uma das dezenas de portugueses envolvidos directamente nos protestos que estão a ser organizados em vários países da Europa e nos Estados Unidos.
«Aqui, em Nova Orleães, sou a única portuguesa que faz parte do movimento», explica, acrescentando que o seu papel é tentar informar os norte-americanos do que se passa na Europa, especialmente em Portugal, para onde diz querer regressar quando acabar o pós-doutoramento.
«Tenho feito os possíveis para alertar as pessoas para o 12 de Marco e a ‘acampada’ do Rossio.
É importante que saibam que em Portugal as coisas estão a mexer».
Ana acredita que este movimento está a crescer em todo o mundo.
«Aqui, nos EUA, não se vivia nada assim desde 1968.
A escala desta contestação é muitíssimo maior e acho que o impacto a nível político, social e até cultural será ainda maior» – diz, explicando que, se os sindicatos se juntarem ao protesto, «o movimento poderá atingir uma escala nunca antes imaginada».
«Pode vir a acontecer uma greve geral em Manhattan, exigindo a taxação de transacções financeiras, algo que até há pouco tempo ninguém imaginava possível», avisa.
A ligação de Ana a grupos de contestação vem da adolescência.
A estudar nos EUA desde 2004, contesta a forma como a economia controla a vida das pessoas. E é isso que a leva a protestar:
«Acho que é possível uma outra forma de economia, baseada em redes de cooperativas e micro-empresas, bancos comunitários».
20 jovens portugueses ajudam em França
Hugo dos Santos, de 30 anos, é um dos 20 luso-descendente que estão a ajudar nos protestos em França.
Vive em Paris, onde trabalha num cinema, e diz que se juntou ao M12M (Movimento 12 de Março) por querer lutar por melhores condições sociais.
Aliás, segundo Hugo, a maioria dos 20 portugueses que integram o movimento, são jovens como ele, em grandes dificuldades.
Em França, destaca ainda o facto «de o Governo não ter cedido» em nenhuma das manifestações anteriores e o forte papel da Polícia:
«Em todos os protestos, a repressão policial foi tremenda».
Situação bem diferente daquela que é vivida em Portugal, onde a Polícia não tem interferido.
Aliás, segundo adiantou a PSP aos promotores da manifestação marcada para hoje, numa reunião que tiveram para definir estratégias,«não há qualquer perigo previsto», conta ao SOL João Labrinch, do M12M.
SOL