Prazos impedem alunos de entrar no superior em Espanha. Por Romana Borja-Santos (Público)
O calendário espanhol é diferente do português e quando no país vizinho acabam as pré-inscrições para a universidade por cá ainda não se sabem os resultados dos exames nacionais do secundário. A diferença – de apenas um dia, em muitos casos – impede centenas de estudantes de rumarem a Espanha, o que é significativo em cursos como Medicina, com médias mais elevadas em Portugal. A solução para os portugueses, disse fonte da Universidade de Santiago de Compostela, é esperarem um ano ou optarem por uma licenciatura sem limite de vagas.
O problema surgiu no ano passado, quando a Selectividad (exame que dá acesso à universidade em Espanha) deixou de ser obrigatória para os alunos de outros países ingressarem no ensino superior espanhol. Caso os alunos não se submetam a este exame, que se realiza em Junho, o único factor em jogo passa a ser a média do ensino secundário – um resultado que não chega a tempo por causa das datas em que se realizam os exames nacionais. Esta é normalmente a opção dos portugueses, por terem em geral no ensino secundário médias mais elevadas do que na Selectividad.
Além das notas do secundário, os estudantes precisam de um certeficado da Direcção-Geral do Ensino Superior com a média de entrada dos cursos de Medicina em Portugal. O documento pode demorar uma semana a ser emitido e tem depois de ser traduzido e enviado para a Universidade Nacional de Ensino à Distância, em Espanha. É lá que é feita a conversão das notas para o sistema espanhol, que é cotado de zero a dez e não de zero a vinte, como em Portugal.
Em Espanha, na maioria das Universidades com Medicina, os prazos terminaram na passada segunda-feira dia 6 Julho. Em Portugal os resultados da primeira fase das provas nacionais foram publicados dia 7. Mesmo que tivessem saído uns dias antes, a morosidade para obter toda a documentação bloquearia o processo.
Muitos alunos portugueses acreditam que a mudança foi feita para evitar que as vagas dos cursos requisitados fossem ocupadas por aqueles que, ao não entrarem nas universidades portuguesas, por a média ser mais elevada, rumam a Espanha, onde a média de Medicina não chega aos 17 valores e onde a língua não é uma barreira. As queixas e desabafos multiplicam-se, por exemplos nos sites de apoio a estudantes que procedem ao ingresso no ensino superior.
Esta hipótese foi negada pela Consejería de Educación da Embaixada de Espanha em Lisboa, que assegura não ter havido “qualquer mudança”, e que o fim da Selectividad obrigatória corresponde à “uniformização do ensino europeu”.
No ano passado, em Santiago de Compostela (Galiza), mais de 100 das 350 vagas de Medicina foram preenchidas por portugueses – um número que levou muitos pais de alunos espanhóis a protestarem. Porém, apesar dos protestos, o reitor rejeitou a ideia de colocar quotas no curso.
Cerca de seis por cento dos médicos portugueses que, no ano passado, se inscreveram na Ordem tiraram o curso no estrangeiro, quase metade em Espanha. Isto numa altura em que mais de 1200 portugueses estudam medicina fora (700 em Espanha). Galiza, Salamanca, Granada e Badajoz são os destinos mais procurados.
O regresso a Portugal é burocrático e muitos acabam por não voltar, apesar de o Ministério da Saúde estar a estudar a hipótese de trazê-los de volta para colmatar as falhas no Serviço Nacional de Saúde. A assessora da ministra da saúde, Joana Réfega, adiantou que “estão a decorrer negociações com estudantes portugueses, especialmente em Espanha e na República Checa”.
Esta aposta é bem vinda pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, que ressalva, contudo, que devem regressar com o curso completo e entrar “em igualdade de circunstâncias” com os que frequentaram as universidades portuguesas.
O calendário espanhol é diferente do português e quando no país vizinho acabam as pré-inscrições para a universidade por cá ainda não se sabem os resultados dos exames nacionais do secundário. A diferença – de apenas um dia, em muitos casos – impede centenas de estudantes de rumarem a Espanha, o que é significativo em cursos como Medicina, com médias mais elevadas em Portugal. A solução para os portugueses, disse fonte da Universidade de Santiago de Compostela, é esperarem um ano ou optarem por uma licenciatura sem limite de vagas.
O problema surgiu no ano passado, quando a Selectividad (exame que dá acesso à universidade em Espanha) deixou de ser obrigatória para os alunos de outros países ingressarem no ensino superior espanhol. Caso os alunos não se submetam a este exame, que se realiza em Junho, o único factor em jogo passa a ser a média do ensino secundário – um resultado que não chega a tempo por causa das datas em que se realizam os exames nacionais. Esta é normalmente a opção dos portugueses, por terem em geral no ensino secundário médias mais elevadas do que na Selectividad.
Além das notas do secundário, os estudantes precisam de um certeficado da Direcção-Geral do Ensino Superior com a média de entrada dos cursos de Medicina em Portugal. O documento pode demorar uma semana a ser emitido e tem depois de ser traduzido e enviado para a Universidade Nacional de Ensino à Distância, em Espanha. É lá que é feita a conversão das notas para o sistema espanhol, que é cotado de zero a dez e não de zero a vinte, como em Portugal.
Em Espanha, na maioria das Universidades com Medicina, os prazos terminaram na passada segunda-feira dia 6 Julho. Em Portugal os resultados da primeira fase das provas nacionais foram publicados dia 7. Mesmo que tivessem saído uns dias antes, a morosidade para obter toda a documentação bloquearia o processo.
Muitos alunos portugueses acreditam que a mudança foi feita para evitar que as vagas dos cursos requisitados fossem ocupadas por aqueles que, ao não entrarem nas universidades portuguesas, por a média ser mais elevada, rumam a Espanha, onde a média de Medicina não chega aos 17 valores e onde a língua não é uma barreira. As queixas e desabafos multiplicam-se, por exemplos nos sites de apoio a estudantes que procedem ao ingresso no ensino superior.
Esta hipótese foi negada pela Consejería de Educación da Embaixada de Espanha em Lisboa, que assegura não ter havido “qualquer mudança”, e que o fim da Selectividad obrigatória corresponde à “uniformização do ensino europeu”.
No ano passado, em Santiago de Compostela (Galiza), mais de 100 das 350 vagas de Medicina foram preenchidas por portugueses – um número que levou muitos pais de alunos espanhóis a protestarem. Porém, apesar dos protestos, o reitor rejeitou a ideia de colocar quotas no curso.
Cerca de seis por cento dos médicos portugueses que, no ano passado, se inscreveram na Ordem tiraram o curso no estrangeiro, quase metade em Espanha. Isto numa altura em que mais de 1200 portugueses estudam medicina fora (700 em Espanha). Galiza, Salamanca, Granada e Badajoz são os destinos mais procurados.
O regresso a Portugal é burocrático e muitos acabam por não voltar, apesar de o Ministério da Saúde estar a estudar a hipótese de trazê-los de volta para colmatar as falhas no Serviço Nacional de Saúde. A assessora da ministra da saúde, Joana Réfega, adiantou que “estão a decorrer negociações com estudantes portugueses, especialmente em Espanha e na República Checa”.
Esta aposta é bem vinda pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, que ressalva, contudo, que devem regressar com o curso completo e entrar “em igualdade de circunstâncias” com os que frequentaram as universidades portuguesas.