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Pressão política para novo governo

Rotertinho

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Bélgica: Rei Alberto II inicia conversações com partidos
Pressão política para novo governo

O cenário político da Bélgica sofreu uma viragem surpreendente com a vitória histórica, nas legislativas de domingo, da Nova Aliança Flamenga (N-VA), o partido nacionalista que defende a independência da Flandres. Os francófonos já prometeram formar uma frente para impedir os nacionalistas de governar, mas o líder independentista, Bart De Wever, tentou tranquilizá-los com um discurso conciliador. Analistas lembram que é necessário um acordo rápido, já que o país assume a presidência rotativa da União Europeia a 1 de Julho e os mercados ameaçam reagir.

Numa corrida contra-relógio, o rei Alberto II começou já ontem a auscultar os partidos, após aceitar a demissão do cristão-democrata Yves Leterme. O objectivo é evitar as habituais longas negociações entre os partidos (Leterme levou nove meses a formar governo) para evitar uma paralisia institucional quando faltam apenas 15 dias para o país assumir as rédeas da UE. Tanto mais que a instabilidade política teria um impacto negativo nos mercados. Mas o novo cenário político não augura negociações fáceis.

Serão necessários, pelos menos, quatro partidos para tornar viável uma coligação. A Nova Aliança Flamenga superou todas as expectativas ao conseguir 27 dos 150 lugares do Parlamento, mais um do que o Partido Socialista (PS), de Elio Di Rupo. Mas, ao contrário do que seria de esperar, Bart De Wever mostrou-se conciliador. "Queridos amigos, ‘Nil vilentibus arduun’", afirmou, em latim, quando saudou os apoiantes após a vitória, traduzindo em seguida. "Nada é impossível para quem deseja de verdade". Mas, pragmático, admitiu: Estamos conscientes de que 70% de flamengos não votaram em nós e que teremos de construir pontes". De Wever parece disposto a adiar o sonho do separatismo, mas não renunciará a uma maior autonomia. Admite coligar-se com os socialistas, mas se isso implicar renunciar ao seu programa, não o fará. O PS, que com os socialistas flamengos forma o maior grupo parlamentar, ameaça formar uma frente contra as reformas do Estado, mas pode também formar governo. Para já o futuro da Bélgica é uma incógnita.

PERFIL

Bart De Wever é nacionalista há 39 anos. Quando nasceu, o pai filiou-o no Volksunie, partido separatista dissolvido em 2001 e que, três anos depois, deu origem ao N-VA, que lidera. Com inegável dom de oratória, é pragmático, culto, poliglota, ateu e revela aguçado sentido de humor. É casado e pai de quatro filhos.


Correio da Manha
 
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