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Familiares das vítimas do Meco já pensam em avançar com novo recurso para o Tribunal da Relação
"Vamos até onde for preciso para que nos expliquem porque é que os nossos filhos morreram. Se João Gouveia não for a julgamento desta vez, vamos continuar a lutar para apurar a verdade". O aviso foi deixado à porta do Tribunal de Setúbal por Fátima Negrão, mãe de um dos seis estudantes da Universidade Lusófona que morreram na praia do Meco, como resposta à procuradora do Ministério Público. Ana Margarida Santos acabava de ilibar o único sobrevivente da tragédia na última sessão do debate instrutório, defendendo que "não há indícios suficientes" do crime de exposição ou abandono, que permitam levar João Gouveia a julgamento. A decisão vai ser conhecida dia 4 de março.
Os pais até esperavam que a decisão pudesse ser esta, mas além de se terem manifestado na sala de audiências - levando o juiz de instrução Nélson Escórcio a pedir contenção às famílias - no exterior levaram mais longe a sua revolta.
"Eu já sei tudo", dizia Fernanda Cristóvão, não entendo "como é que a procuradora apareceu com postura diferente, depois de ter sido ela que pediu mais informações? Que poder têm estas pessoas? Era importante que se averiguasse isso" , dizia a mãe da malograda Catarina Soares, admitindo que as alegações da procuradora deixam pouca margem para que João Gouveia seja levado a julgamento. "Mas não vamos parar. Mesmo que eu morra alguém vai dar continuidade a isto", gritava.
E o advogado das famílias, Vítor Parente Ribeiro, já sabe que o próximo passo será o Tribunal da Relação, caso o juiz não profira o despacho de pronúncia, depois da procuradora ter tentado desmontar tudo o que os pais vêm dizendo para justificar a acusação de crime de exposição ou abandono.
Além de garantir que a versão do dux sobre os factos foi sustentada pelos peritos, Ana Margarida Santos sublinhou que ainda que se tivesse tratado de uma praxe os seis jovens que morreram eram "adultos com capacidade de perceber que iam correr perigo de vida. Só isso bastaria para não imputar a prática de crime a João Gouveia", acrescentou.
dn