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O dirigente do gabinete de estudos do PSD, Carlos Moedas, explicou hoje no Porto que o aumento do IVA em Portugal «não está a ser estudado», sendo apenas um último recurso «hipotético» depois de «cortar nas gorduras do Estado».
«(O aumento do IVA) não está em aberto nem estamos a estudar o aumento do IVA. Estamos a estudar maneiras de cortar na despesa para que este país possa crescer», explicou ontem à noite o conselheiro do líder do PSD Pedro Passos Coelho à margem de um debate da distrital do PSD/Porto sobre a crise económica.
Na passada sexta-feira Passos Coelho afirmou que só admite aumentar o IVA numa situação de "desespero" em que no "curtíssimo prazo" não haja tempo para tomar outras medidas e como alternativa a mexer nas pensões.
O líder social-democrata foi entretanto amplamente criticado pelo PS e até acusado pelo secretário-geral, José Sócrates, de uma «cambalhota política» em matéria de impostos.
Hoje Carlos Moedas quis esclarecer as afirmações de Passos Coelho dizendo não saber «como foi interpretado dessa maneira», uma vez que «não é de todo esse o objectivo» (aumentar o IVA).
«Não é isso que o presidente do partido disse, não é isso que está a ser estudado. Aquilo em que nos focalizamos é como vamos fazer com que este país cresça e para isso temos de cortar nas gorduras do Estado», salientou.
Para Carlos Moedas, é necessário antes de mais «conhecer a verdadeira situação» do País, sendo que «sem os dados todos» o PSD não pode dizer como irá agir, mas assegura que a «focalização será sempre na despesa».
Conhecendo a situação do país, só depois de «cortar em tudo» o que for possível e a situação for «tão má», admite o conselheiro fazer a opção de aumentar o IVA.
Assegurou porém que «entre cortar no rendimento das pessoas e a opção [de aumentar o IVA], então essa seria uma opção. Isso é num caso totalmente hipotético que ninguém quer que aconteça e que não vai acontecer».
«Tudo pode acontecer com aquilo que este governo nos deixou. Eu estive nas negociações do OE e no primeiro dia que lá cheguei tínhamos um buraco de mil e setecentos milhões (de euros)», lamentou Carlos Moedas.
O consultor aproveitou para dizer que está a trabalhar «dia e noite» no programa do PSD para o país, afirmando que o «grande problema» de Portugal é a «produtividade» que tem de ser aumentada, bem como a falta de competitividade.
Lusa/ SOL