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Psicologia Social!

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Extractos da obra "Ovnis e Contacto com Extraterrestres"
(Robert E. Bartolomeu e George S. Howard)

Citação:

«No século XXI, o maior progresso da civilização
Será feito não através da Ciência ou Tecnologia
Mas através da compreensão do significado de
Ser Humano».
(John Naisbitt)

Introdução:

Milhares de pessoas tem visto coisas no céu que imaginam ser naves espaciais de extraterrestres. Estas visões de ovnis não apareceram de repente, de um dia para o outro. São antes, extensões lógicas de um fenómeno social que tem vindo a surgir há mais de 100 anos - a nossa tendência para ver coisas estranhas no céu.
 
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A Grande Loucura dos Dirigíveis nos E.U.A. (1896-1897)

Durante a última década do século XIX, espalhou-se uma ilusão social invulgar pelos E.U.A. No meio de boatos de que um inventor americano teria fabricado a primeira máquina voadora do mundo, mais pesada do que o ar, a febre dos dirigíveis apoderou-se do país, com dezenas de milhares de cidadãos a contarem que viram um dirigível que não existia. Normalmente, descreviam-no como tendo a forma de um charuto, com asas ou hélices e um trem de aterragem, fazendo lembrar uma tosca versão reduzida de um avião moderno. Também era vulgar fazerem referências a um potente farol dianteiro e a ventoinhas gigantescas ou asas salientes, de ambos os lados do engenho. Algumas testemunhas afirmaram que as asas se agitavam lentamente para cima e para baixo, fazendo lembrar os movimentos de um pássaro. As observações de dirigíveis ocorreram entre 17 de Novembro de 1896 e meados de Maio de 1897, e nesse período de tempo foram avistados em muitos Estados.

Durante essa época, os americanos andavam encantados com toda a literatura que se relacionasse com as descobertas científicas, chegando a tornar-se numa obsessão nacional. Esta foi uma época de paixão pelas grandes maravilhas da ciência. As observações ocorreram durante um período de grandes transformações sociais e tecnológicas o que encorajou a tão divulgada crença de que quase toda a invenção era possível. A segunda metade do século XIX, foi assinalada por uma série de invenções revolucionárias que viria a mudar definitivamente o estilo de vida das pessoas. Durante as décadas de 80 e 90, do século XIX, na América do Norte e na Europa, houve inúmeros funileiros sem formação profissional, que alegaram estar a aperfeiçoar o primeiro verdadeiro dirigível e conseguiram o estatuto de heróis ou de aventureiros, tendo as suas façanhas sido exaltadas pela imprensa e pelos escritores de ficção científica. Houve uma forte competição para se ser o primeiro a tirar a patente da nave, o que veio a causar um afluxo de apresentações no registo de patentes de Washington, D.C., mas com predomínio do secretismo pois muitos inventores esconderam dados fundamentais sobre as suas patentes e sobre a nave experimental. O motivo do secretismo tem a haver com possíveis roubos ou plágios, caso as suas patentes tivessem sucesso. A capa de mistério que envolvia o desenvolvimento da aeronáutica veio contribuir para que, mais tarde, se acreditasse que tinha surgido o verdadeiro dirigível. Foi neste contexto social, que surgiram as observações por todos os Estados norte-americanos. Essas observações referiam-se a dirigíveis em forma de charutos, luzes cintilantes, com um grande leme na cauda, poderosos holofotes, um sistema de propulsão accionado por um motor, tendo o dirigível por vezes, uma cabina suspensa por baixo da estrutura principal. Muitas histórias foram contadas por cidadãos que viram algo extraordinário no céu nas semanas que antecederam a divulgação das primeiras observações, e que agora interpretavam esse acontecimento como estando relacionado com o dirigível.

Conclusão: Embora seja tentador concluir que estas testemunhas agiram irracionalmente ou mostraram sinais de perturbação mental, as observações de dirigíveis explicam-se aplicando as teorias correntes da psicologia social. Ao examinar os acontecimentos, ficamos com depoimentos de testemunhas oculares que são manifestamente duvidosos e falíveis. Além disso, em circunstâncias ambíguas, tais como olhar para o céu à noite, as estrelas podem parecer que mudam de cor, de brilho ou de lugar. A atitude mental das pessoas ou o seu quadro de referências influenciam fortemente a maneira como os acontecimentos exteriores são interpretados e interiorizados como realidade. Um exemplo clássico ocorreu a 3 de Março de 1968, quando a sonda lunar russa Zond 4 se precipitou na atmosfera e provocou o aparecimento de vários «meteoros artificiais», a nordeste do E.U.A. A imprensa sensacionalista desempenhou um papel importante na criação e manutenção de um clima de histeria social. Enquanto os avistamentos continuavam, os redactores dos jornais começaram a ficar cada vez mais cépticos, pois foram descobertas inúmeras mentiras e as histórias que se contavam eram cada vez mais estranhas. A partir desta altura, as testemunhas começaram a ser ridicularizadas na imprensa, como alcoólicos e lunáticos. Apesar da densa cobertura publicitária na época, aos numerosos voos de ensaio, muitos deles foram profundos fracassos. Para finalizar, o ilustre historiador britânico de aeronáutica, Charles H. Gibbs-Smith, especialista em voo aeronáutico, anteriormente a 1910, é categórico ao afirmar: «Posso assegurar que os únicos veículos aerotransportados, com passageiros, que poderiam ter sido vistos, algures na América do Norte, de 1896-1897, seriam balões esféricos, de voo livre, e é pouco provável que estes seriam confundidos com outra coisa. Nesta época, nenhum modelo de dirigível ou máquina voadora mais pesada do que o ar, poderia voar». O aspecto mais extraordinário do episódio dos dirigíveis talvez fosse a grande quantidade de relatos de observações e de encontros realizados. Tal como se disse num comentário que apareceu num jornal: «Esta foi certamente uma das mais extraordinárias loucuras da história das ilusões do ser humano».
 
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A Ilusão da Estrela Eléctrica de Thomas Edison em 1897

Durante os últimos meses em que ocorreu a vaga de dirigíveis, surgiu nos E.U.A, outro fenómeno extraordinário de alucinação colectiva. Em 1885, Thomas Edison orientou uma série de experiências que envolviam a telegrafia sem fios entre dois balões que estavam perto do laboratório, situada na sua terra natal Menlo Park, em Nova Jérsia. Como conseguiu obter melhores resultados à noite, começou a prender luzes aos balões que lançava para o ar. A publicidade que a imprensa deu a estas experiências com balões, fez com que, durante anos, ocorressem boatos e observações dispersas da Estrela de Edison. Entre fins de Março e meados de Abril de 1897, houve uma enorme quantidade de observações, quando este curioso fenómeno de ilusão social surgiu em múltiplas zonas dos E.U.A., com dezenas de milhares de pessoas a afirmarem que viram aquilo que achavam ser uma gigantesca lâmpada de arco imaginária, suspensa do céu. Francis Jones, na biografia que escreveu sobre Thomas Edison observou que Edison muitas vezes, sorria tranquilamente, ouvindo as histórias acerca da sua luz experimental. Nunca respondeu as muitas cartas que recebeu, na esperança do que a absurda história morresse de morte natural. Um mito quase religioso envolvia Edison, a quem justamente, apelidaram de «feiticeiro». De acordo com o seu biógrafo Matthew Josephson: «os vizinhos rústicos de Menlo Park e das proximidades de Metuchen, cochichavam que ele tinha máquinas que podiam escutar casualmente as conversas dos agricultores ou mesmo as vacas a comerem a erva, lá longe no campo. Dizia-se que ele tinha uma outra máquina que media a temperatura das estrelas; e que tinham sido vistas luzes com um brilho parecido com um meteoro a sair das janelas do seu laboratório, e que depois desapareceram tão depressa e misteriosamente como tinham surgido. As pessoas viam, de relance, por volta da meia-noite, figuras que se esgueiravam pelos campos, situados perto do seu laboratório, munidas de luzes e aparelhagens, incumbidas de missões que ninguém conseguiu entender».

Conclusão:
Para se compreender as observações relatadas, é preciso examinar o contexto social face aos acontecimentos que ocorreram nos E.U.A., durante o século XIX. Foi o mesmo contexto social que criou o fantasma das visões de dirigíveis, só que desta vez, a imagem era diferente. O período compreendido entre 1850 e 1897 foi assinalado por mudanças tecnológicas sem precedentes, de que se destaca, com mais evidência, a instalação eléctrica em toda a região rural e que depressa veio alterar, completamente, o estilo de vida das pessoas; um exemplo real e maravilhoso da fé que o Iluminismo teve na ciência e na tecnologia. As observações foram uma projecção simbólica do delírio tecnológico existente, e aparentemente, da fé absoluta na ciência e nas invenções que estava a alastrar pela América.
 
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O Medo dos Dirigíveis Zepelins!

Em 1908, uma terrível percepção tornou-se evidente nos círculos políticos de todo o Reino Unido, e cedo se propagou aos súbditos britânicos em toda a Comunidade sob a forma de relatos, comentários e debates que surgiram na imprensa. Os cidadãos britânicos dormiram em paz durante séculos, sabendo que possuíam uma força naval sem rival e que era impossível invadirem o seu país natal. A estabilidade do domínio naval britânico também se fazia sentir nas suas colónias espalhadas pelo mundo. Contudo, em 1908, esta imagem de segurança e estabilidade foi subitamente abalada. No seguimento de rápidos progressos aeronáuticos, juntamente com a invenção do zepelim na Alemanha, o império britânico tornou-se vulnerável aos ataques aéreos. Uma das suas colónias, a Nova Zelândia, assistiu a uma onda de histeria com os dirigíveis no seu território. Na história deste país, o ano de 1909, foi agitado e caracterizou-se pelo seu entusiasmo em relação às rápidas e inesperadas realizações no domínio da aeronáutica, pela xenofobia, pelo receio de serem invadidos e por uma súbita percepção da sua vulnerabilidade. Havia a preocupação de que os postos avançados mais distantes e vulneráveis do Império é que pudessem ser invadidos, o que causou uma grande ansiedade, especialmente, na remota Nova Zelândia. A economia deste país era das mais dinâmicas a nível mundial, com recursos naturais tais como o ouro, minérios, madeira, carne de vaca, carneiros, lã, peles, produtos silvícolas, agrícolas e congelados, o que possivelmente veio contribuir para que muitos dos seus cidadãos achassem que era um alvo fundamental para os alemães. O receio de serem invadidos intensificou-se, pois os jornais davam descrições do ritmo assustador que a construção naval estava a atingir na Alemanha e na Inglaterra. Ao mesmo tempo que a imprensa descrevia a ameaça que a Alemanha representava para as Ilhas Britânicas e em particular para a Nova Zelândia, foram publicados inúmeros detalhes sobre os rápidos avanços tecnológicos ocorridos na aviação. A par da imprensa sensacionalista, a onda de literatura científica popular, reforçou a imagem dos zepelins lançando bombas sobre Nova Iorque. Foi neste contexto sociopolítico que surgiu a histeria dos zepelins na Nova Zelândia no período entre a noite de 11 de Junho e o dia 12 de Setembro de 1909, quando milhares de habitantes da Nova Zelândia relataram que viram dirigíveis tipo zepelim. Na Grã-Bretanha, ocorreu uma ilusão colectiva, durante um período de 5 meses, entre os anos de 1912 e 1913, envolvendo observações em massa de imaginários zepelins. O episódio foi activado, como muitos outros, por boatos empolgados, espalhados por uma imprensa especulativa e dizia respeito a uma hipotética invasão aérea e à tendência dos jornais apresentarem muitas declarações como se tratassem de factos. Entre 14 de Outubro de 1912 e 1 de Março de 1913, milhares de pessoas, por toda a Grã-Bretanha, declararam que viram zepelins cujas capacidades tecnológicas eram muito superiores às da época. Os zepelins fantasmas simbolizavam os sentimentos xenófobos latentes, que eram característicos daquela época.
 
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A Histeria da Guerra!

No fim de Agosto de 1914, o Canadá entrou na Primeira Guerra Mundial no seguimento de um voto por unanimidade aprovado numa sessão especial do Parlamento. Este acontecimento teve lugar no meio de uma atmosfera de grande exuberância e consenso geral e foi assinalado com desfiles militares, condecorações, multidões animadas e discursos patrióticos. O Canadá estava longe da frente de combate da Europa e a sua distância e a grande superfície bem como o clima frio, contribuíam para que houvesse um sentimento de invulnerabilidade perante um ataque ou uma invasão. Todavia, apesar do entusiasmo inicial provocado pela entrada na guerra e uma sensação geral de distanciamento em relação aos acontecimentos que se estavam a passar, havia uma percepção cada vez maior de que os simpatizantes dos alemães e os agentes ao serviço do inimigo pudessem ser uma ameaça imediata.

Durante a Primeira Guerra Mundial desenvolveram-se vários dramas de espionagem. O Canadá e os E.U.A. tiveram a sua quota-parte de verdadeiros escândalos de espionagem, actos de subversão e sabotagem, e entre os canadianos, existia uma grande preocupação de que os germanos-americanos e simpatizantes, agindo sob as ordens de Berlim ou de modo independente, pudessem atravessar a fronteira e prejudicar o esforço de guerra do Canadá. Na realidade, os actos de espionagem, sabotagem e subversão que aconteceram, tiveram pouco impacte na vida quotidiana dos E.U.A. ou do Canadá ou mesmo no resultado da guerra. Os poucos incidentes, com êxito, que ocorreram, só vieram aumentar os receios e as suspeitas à volta das intenções dos simpatizantes dos alemães no Canadá, e em especial, nos E.U.A.

Durante a Primeira Guerra Mundial predominavam as fantasias mais incríveis e os boatos mais bizarros, contudo, os políticos nada faziam para apaziguar os receios: por exemplo, o Presidente dos E.U.A., Woodrow Wilson, disse ao Congresso que os alemães enchiam de espiões e conspiradores as nossas comunidades confiantes. O receio dos alemães atingiu tais proporções na América que os géneros alimentares, as ruas, as escolas, as lojas e as cidades com nomes alemães, alteraram os nomes; as comunidades proibiram a música ou os espectáculos de teatro alemães; e os indivíduos suspeitos de traição eram por vezes assaltados, cobertos de alcatrão e de penas ou enforcados por grupos de vigilantes. Uma paranóia do mesmo género assolou o Canadá, com as escolas e as universidades a deixarem de ensinar alemão, a cidade de Berlim a mudar o seu nome para Kitchener, e a constituir-se uma Liga Antigermânica para afastar toda a influência alemã, incluindo produtos e imigrantes. Estes últimos eram muitas vezes internados nos campos de concentração provisórios.

Entre 1914 e 1918, 8579 homens de origem alemã e austro-húngara foram colocados em campos de concentração. Mas o maior receio dos canadianos eram os germanos-americanos que viviam nos E.U.A. Em 1910 essa população germânica atingia nos E.U.A os 10 milhões de habitantes. Entre os muitos boatos que circulavam pelo Canadá durante a Primeira Guerra Mundial, era que havia uma conspiração de germanos-americanos simpatizantes do imperador e bem treinados para executarem ataques militares em grande escala ou uma invasão do Canadá:

Durante o mês de Janeiro de 1915, o cônsul britânico em Los Angeles, avisou as autoridades do Canadá de que os simpatizantes dos alemães estavam a planear atacar Port Arthur, Forte William e Winnipeg.

O cônsul-geral em Nova Iorque, Sir Courtney Bennett, declarou que estava iminente um ataque ao Canadá e que os alemães tinham concentrado 5000 homens em Chicago e mais de 4000 em Buffalo. Entre outras declarações sensacionais, ainda afirmou que 80.000 alemães se tinham treinados em Niagara Falls e Buffalo. Em Nova Iorque, planeavam invadir o Canadá.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros em Londres declarou que uma fonte fidedina tinha informado que em Boston, tinha sido formado um grupo de 8000 homens e que se podia esperar ataques com bombas sobre Halifax e St. John`s. O comissário da polícia canadiana Sherwood, avaliou os boatos e achou-os sem fundamento.

Juntando com o receio dos alemães, os canadianos andavam preocupados com a sua vulnerabilidade a um ataque aéreo. No meio destas preocupações, corriam boatos de que simpatizantes de alemães, oriundos do Canadá ou dos E.U.A., planeavam um ataque à bomba inesperado ou missões de espionagem, utilizando aviões que descolavam de campos de aterragem secretos. Foi dentro deste contexto que, entre 1914 e 1916, uma série de medos em relação a aviões fantasmas invadiram Ontário e o Quebec.

Conclusão: Os aviões da época eram imperfeitos e limitados nas manobras e voar à noite tinha os seus riscos. Pois a maioria das observações oculares referiam a aviões voando à noite, com velocidades e manobras incríveis. Se incluirmos a longa distância que separa a América do Norte da Europa, torna-se impossível uma invasão em grande escala no continente, pois a tecnologia da época era pouco desenvolvida.
 
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Os Monoplanos misteriosos da África do Sul!

Durante a Primeira Guerra Mundial, o medo dos monoplanos não se limitou à América do Norte. Milhares de habitantes da África do Sul britânica afirmaram que, entre 11 de Agosto e 9 de Setembro de 1914, observaram um monoplano alemão de aspecto sinistro. Este aparecia, exclusivamente, à noite e à distância, e coincidiu com o rebentamento da guerra na Europa. Mas nessa época não havia aviões na África do Sul britânica. Embora, na altura, fossem conhecidos 3 monoplanos alemães no Sudoeste Africano alemão vizinho, nenhum deles era capaz de executar as manobras sofisticadas de que se falava, tais como aguentar muitas horas de voo e percorrer grandes distâncias sem se reabastecer. Só depois de ter terminado as vagas de observações é que se veio a saber que dois destes três aviões alemães tinham estado avariados durante aquela época, e o terceiro era utilizado em espectáculos públicos e tinha pouca utilidade prática. A guerra tinha rebentado na Europa, mas não na África do Sul britânica. Todavia, começaram a circular boatos, por todo o país, acerca de um avião alemão que andava em missões de espionagem para um eventual ataque que implicaria o bombardeamento de vários alvos. A cobertura dada pela imprensa contribuiu para que se alastrassem os receios em relação ao avião e deu crédito aos boatos iniciais acerca de um ataque alemão. Como acontece normalmente quando existe o medo da guerra, e uma vez reconhecida a realidade da situação, muitos acontecimentos e circunstâncias, que antes eram vulgares, passaram a ser explicados como tendo relação com o monoplano. Assim tem origem a histeria social: a 27 de Agosto, uma grande quantidade de habitantes de Durban, começou a ficar com receio de que as bombas lançadas dos aviões alemães estivessem prestes a causar a morte e a destruição lá do alto, e começaram a fugir para as suas aldeias, durante a crise. Houve casos em que foram colocados guardas nas empresas para impedir que os seus trabalhadores fugissem. Uma companhia baleeira informou que tinha perdido, nada mais do que 60 homens. Por fim, o mistério foi aparentemente resolvido: os astrónomos notaram uma extraordinária coincidência em muitas das observações realizadas, pois as testemunhas faziam referência a um potente farol dianteiro usado pelo monoplano durante a noite, o que levou os astrónomos a sugerir que as testemunhas confundiam o planeta Vénus com o monoplano. Outros especialistas da matéria, incluindo meteorologistas e jornalistas, concordaram que as pessoas andavam a confundir estrelas e planetas.
 
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A Ilusão do Foguetão Fantasma na Suécia em 1946

Entre o início de Maio e 30 de Setembro de 1946, espalhou-se o pânico na Suécia, quando milhares de pessoas relataram que viram mísseis. Este incidente fez surgir a divulgada teoria popular de que foguetões V alemães de controlo remoto, que tinham sido confiscados pelos soviéticos no fim da Segunda Guerra Mundial, andavam a testar o disparo como forma de intimidação política ou prenúncio de uma invasão. Apesar da bem conhecida opinião dos políticos da Suécia, dos oficiais do exército, dos editores de jornais e dos cientistas, no sentido de apoiarem a existência do foguetão, e tendo ainda em conta a grande quantidade de relatos publicados na imprensa a considerarem o foguetão como um facto, nunca foi encontrada qualquer prova material do mesmo. As relações entre o Norte da Europa e os soviéticos foram marcadas por 200 anos de conflito ideológico e de desconfiança, muita retórica política, acusações de espionagem, controvérsias sobre as fronteiras, guerras e receios de invasão: de 1899 até 1914, os trabalhadores russos, na sua maioria, agricultores da região de Novgorod, que viajavam até à Suécia no Outono e lá ficavam todo o Inverno, eram chamados de «amoladores de serras», pois eram excelentes a afiar ferramentas, principalmente serras. Todos os Invernos chegavam à zona rural da Suécia, 50 a 300 amoladores de serras, para ganharem melhores salários. Apesar da apertada vigilância pela polícia sueca, que suspeitava que esses russos eram espiões, nunca se conseguiu provas.

Durante a década de 30, foram vistos atravessando o Norte da Suécia misteriosos monoplanos fantasmas, conhecidos por «aviador X», atribuídos aos soviéticos. Algumas vezes eram vistos ou ouvidos a aterrar ou a descolar durante grandes tempestades de neve, mas sempre em locais afastados. As observações incluíam voos nocturnos e uma luz de holofote que era projectada a partir do aparelho. Apesar da crença popular persistente, de que os aviadores existiam, nunca foi encontrado qualquer avião ou campo de aterragem. O aviador tinha qualidades quase sobrenaturais, porque os aviões que existiam na época eram incapazes de se deslocar por entre nevões traiçoeiros, durante horas, executar manobras ousadas, conforme descreviam as testemunhas, e ainda conseguir fugir à perseguição militar. Muitos julgavam que os aviadores podiam ser traficantes de bebidas alcoólicas a fugir da alfândega, ou talvez traficantes de armas. Outros afirmavam que, eles andavam em missões de reconhecimento ao serviço do inimigo russo, alemão ou japonês.

A partir do início da década de 80, houve milhares de relatos sobre submarinos fantasmas em águas territoriais suecas, o que a popularidade considerava como missões de espionagem russas. O mais caricato é que, em 1981 um submarino soviético "Whiskey Class U137", que possivelmente transportava armas nucleares, encalhou numa missão de reconhecimento, do qual resultou um incidente a nível internacional que deu origem a protestos políticos por parte da Suécia e a uma publicidade mediática intensa. Em relação ao episódio do foguetão fantasma de 1946, observado por inúmeras testemunhas, investigadores militares suecos concluíram que muitas das observações feitas eram de meteoros e estavam relacionadas com fenómenos celestes. Em 1947, um ano depois da crise dos foguetões fantasmas, houve mais relatos aéreos misteriosos a sobrevoarem a Suécia, com muitas das observações a descreverem «discos voadores», reflexo da intensa cobertura dada pela imprensa aos numerosos avistamentos de discos nos E.U.A. O episódio do foguetão fantasma sueco de 1946 é importante pela sua longa história de medos relacionados com a segurança, e que envolvia a U.R.S.S., considerada como o principal adversário. Houve preocupações muito exageradas com essa segurança, desde os amoladores de serras aos aviadores fantasmas, passando pelos foguetões fantasmas e pelos submarinos fantasmas misteriosos. Esta história foi apenas uma de uma longa história de receios de uma invasão soviética que durante séculos dominou o povo sueco.
 
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A Era dos Discos Voadores!

Embora houvesse algumas referências históricas dispersas e muitas vezes pouco definidas a discos ou objectos com a forma de discos vistos no céu, até 1947 não surgiu um padrão consistente. Antes desta data não houve registo de um único episódio que envolvesse observações em massa de objectos parecidos com discos. A origem da vaga de discos voadores de 1947 remonta à parte ocidental dos E.U.A, durante o Verão de 1947. A 24 de Junho em Boise, no Idaho, o empresário Kenneth Arnold voava no seu avião particular sobre as montanhas Cascade, no Estado de Washington, quando viu perto de Mount Rainer, 9 objectos brilhantes que voavam em formação como se fosse um bando de gansos. Durante 3 minutos observou os rápidos movimentos dos objectos. Quando mais tarde relatou o acontecimento, a utilização subsequente do termo «disco» recebeu uma intensa cobertura por parte dos meios de informação, e de um modo geral, foi responsável pelo impulso dado à enorme vaga de observações de discos voadores a nível mundial. Apesar desta abundância de relatos sobre discos, uma análise feita à conferência de imprensa original de Arnold, revela que ele descreveu os objectos como tendo a forma de um quarto crescente e só disse que se deslocavam como um disco o faria se lançado sobre a superfície da água. De modo diferente das vagas de observações anteriores, não houve relatos em massa sobre dirigíveis ou foguetões fantasmas. Condicionadas pelos meios de informação, imensas pessoas com atracção pelos discos voadores viam-nos em toda a parte.

No período após a Segunda Guerra Mundial até 1950, a maioria dos americanos acreditavam que os ovnis eram armas secretas dos E.U.A. ou de outros países: dos 94% de americanos inquiridos acerca dos discos voadores, 23% acreditavam que se tratava de material militar secreto. Apenas 5% dos americanos lhe atribuía a categoria de cometa, estrelas cadentes ou algo que vinha de outro planeta. No final de 1950, deixaram de ser considerados como armas secretas e passaram a ter uma explicação extraterrestre. Esse mudança de atitude deve-se à influência de livros populares e artigos de revistas a favor da hipótese extraterrestre:
- "The Flying Saucers are Real" (1950) - da autoria do Major da marinha reformado, Donald Keyhoe (obra muito bem aceite pelo público);
- "Behind the Flying Saucers" (1950) - de Frank Scully (afirmava que extraterrestres de um disco voador que se despenhara eram mantidos no interior de uma instalação militar secreta dos E.U.A. Este livro vendeu 60.000 exemplares);
- "The Riddle of the Flying Saucers: Is Another World Watching?" (1950) - de Gerald Heard (este declarou que as abelhas extraterrestres eram responsáveis pelos relatos sobre observações).
Em consequência do aparecimento destas obras e das frequentes noticias da imprensa acerca dos casos observados, em breve apareciam artigos de grande interesse popular: Life, Look, Time, Newsweek e Popular Science, onde era característico o realce que davam à hipótese extraterrestre. A partir de 1952 e até à actualidade, sob a influência do cinema e da televisão, a hipótese extraterrestre tornou-se a ideia dominante. Desde o momento em que o relato feito por Kenneth Arnold em 1947, desencadeou observações de discos voadores por todo o mundo, os indivíduos que declaram que viram objectos com a forma de discos nos céus, tem sido classificados de irracionais ou psicologicamente afectados, devido à natureza fantástica das suas declarações e dos estereótipos de tais testemunhas e não em resultado de uma avaliação directa do psiquiatra. Este estigma continuou apesar das sucessivas descobertas científicas realizadas para provarem a natureza não confiável da percepção humana. A grande maioria dos relatos sobre discos voadores fala de luzes nocturnas distantes, o que é fortemente susceptível de interpretações erradas de vulgares estímulos naturais ou feitos pelo homem como por exemplo: estrelas, planetas, aviões, satélites, etc.

Mas sem dúvida, numa pequena percentagem de casos, as teorias dominantes da psicologia social podem explicar enormes quantidades de observações como sendo um comportamento normal. Vários fenómenos atmosféricos também podem provocar interpretações erradas. Em determinadas circunstâncias, que não são raras, as estrelas e os planetas podem parecer que saltam, cintilam, vibram ou mudam de cor. Não tem nada a ver com a cultura geral da pessoas, pois as testemunhas pertencem a todos os estratos sociais. A persistência de tão divulgada crença nos extraterrestres e os relatos que supostamente confirmam a presença de veículos espaciais alienígenas coincide com a secularização da sociedade americana e das sociedades ocidentais em geral, e é também o seu reflexo. É como se muitas pessoas tentassem ressuscitar o poder e a função de Deus dentro de um contexto racionalista plausível. Desde 1947 que se formaram centenas de organizações ligadas ao fenómeno ovni. Os seus membros reúnem-se com regularidade para reforçarem as suas crenças e ouvir os depoimentos de testemunhas ou conferências pseudo-científicas, cujo significado é fornecer provas de visitas de extraterrestres. Se as provas forem vagas e não puderem ser verificadas pela comunidade científica em geral, as pessoas que fazem parte destas congregações são obrigadas a confiar na fé. Através da história, os profetas tem continuado a procurar visões no deserto e descrevem com fervor como foram recompensados pela pureza do seu carácter. Do mesmo modo, a clássica testemunha dos encontros com ovnis está quase sempre sozinha num local remoto e alega ter sido escolhida como intermediária, entre os seres de outro mundo e a humanidade, para entregar uma mensagem importante que tem de ser cumprida e que é muitas vezes tão arrebatada quando indescritível. O tema central dos encontros com extraterrestres é que eles estão de visita ao planeta Terra para salvar a humanidade de uma destruição nuclear, sobre a má utilização tecnológica, tal como a engenharia genética e o esgotamentos dos recursos naturais. Tal como os profetas do passado alertavam as pessoas para as profecias apocalípticas. Por vezes, os extraterrestres desempenham acções benevolentes como oferta de presentes ou do conhecimento do seu mundo utópico. Estas descrições de contactos com outros mundos tem mais em comum com as revelações bíblicas. Segundo outros registos, os extraterrestres tem poderes curativos: curam doenças crónicas, cancros, pernas e braços partidos, doenças de rins, dores de ouvidos, miopia, reumatismo e inclusive ajudam uma mulher estéril a ter filhos. Além disso, como estes seres são por vezes descritos como imortais e com uma longevidade maior do que a dos seres humanos eles podem partilhar a sua tecnologia e transformar os humanos num reino imortal de deuses.

Nos últimos 50 anos, evoluímos das descrições de discos voadores antiquados dos anos 40 e 50, acompanhados por sistemas toscos e desgastados, por escadas pesadas, por incómodos capacetes e pelo aspecto humanóide, para descrições de seres minúsculos com grandes cabeças que se materializam ou desaparecem repentinamente e que comunicam por telepatia. Os cientistas rejeitaram os relatos sobre seres mágicos, encontros religiosos e outros fenómenos que não se podiam provar nem eram plausíveis, transferindo assim para os extraterrestres a crença que as pessoas tinham no mundo espiritual e nos seus poderes.
 
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