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Eva Kaili "não sabia da existência do dinheiro" encontrado em sua casa
A eurodeputada grega Eva Kaili, implicada num escândalo de corrupção, por alegado favorecimento ao Qatar, "não sabia da existência do dinheiro" encontrado na sua casa em Bruxelas, disse à agência AFP o advogado, Michalis Dimitrakopoulos.
A eurodeputada, destituída hoje do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu, não tinha "qualquer ligação com o dinheiro encontrado na sua casa (...) ela não sabia da existência desse dinheiro", frisou Michalis Dimitrakopoulos.
O advogado garantiu que a sua cliente é "inocente", apesar de terem sido encontrados sacos cheios de dinheiro no seu apartamento em Bruxelas no valor global de 150 mil euros, segundo uma fonte judicial belga.
A polícia encontrou mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro nas casas da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Eva Kaili e do antigo deputado italiano Pier Antonio Panzeri, disseram hoje fontes do Ministério Público Federal belga.
Os investigadores encontraram cerca de 600 mil euros na casa de Panzeri, enquanto o resto do dinheiro foi encontrado na casa de Eva Kaili e do seu marido, Francesco Giorgi, bem como nas mãos do pai da ex-vice-presidente do PE, confirmaram fontes judiciais à agência espanhola EFE.
Panzeri, Kaili e Giorgi, contra os quais foi emitido um mandado de detenção pelo juiz de instrução Michel Claise, bem como a quarta pessoa detida no mesmo caso, deverão comparecer perante o tribunal de Bruxelas na quarta-feira, que decidirá se devem continuar sob custódia, informou o diário Le Soir.
O chamado caso "Qatargate", por envolver alegadamente favores ao país organizador do campeonato mundial de futebol, resultou até agora na acusação de Kaili de participação numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção.
A socialista Eva Kaili, 44 anos, foi afastada hoje do cargo de vice-presidente do PE pelo plenário, depois de ter sido conhecida a sua detenção no fim de semana.
A decisão foi aprovada por 625 votos a favor, um contra e duas abstenções, representando uma dupla maioria de dois terços dos votos expressos e uma maioria dos deputados que compõem o hemiciclo.
Kaili manterá, por enquanto, o estatuto de deputada ao PE, uma vez que o mandato só pode ser retirado pela Grécia.
Schinas garante que só recebeu uma bola, bombons e lembranças do Qatar
O vice-presidente da Comissão Europeia para a Promoção do Estilo de Vida Europeu, Margaritis Schinas, assegurou hoje que apenas recebeu do Qatar uma bola de futebol, uma caixa de bombons e lembranças relativas ao Mundial de Futebol.
O comissário grego sublinhou também que assistiu à cerimónia inaugural do Mundial do Qatar em representação da Comissão Europeia.
Numa conferência de imprensa em Estrasburgo para apresentar várias iniciativas legislativas sobre segurança, Schinas foi sobretudo alvo de perguntas sobre a sua presença nessa cerimónia e as mensagens que nos últimos meses publicou nas redes sociais elogiando as reformas laborais no Qatar, questionadas nos últimos dias devido ao escândalo revelado no Parlamento Europeu.
"Estive na cerimónia de abertura do Mundial como representante da Comissão. Era o primeiro evento desportivo global pós-pandémico, e a Europa não podia estar ausente dessa ocasião. Com toda a transparência, mantive encontros com os líderes das federações europeias e defendi o nosso modelo europeu de desportos", afirmou o vice-presidente do executivo comunitário.
Schinas sustentou que todas as suas declarações públicas sobre o Qatar são "100% compatíveis com a política da Comissão", que cumpriu "religiosa e escrupulosamente".
"Escrevo e continuarei a escrever no Twitter com transparência. E deixe-me dizer-lhe uma coisa: ainda bem que 'tweetei'. Imagine que tipo de críticas teria recebido se não tivesse 'tweetado'. Tudo o que disse, tudo o que fiz, está à luz do dia", defendeu.
Questionado sobre se em alguma ocasião recebeu presentes do Qatar, o comissário grego precisou que lhe ofereceram "uma bola de futebol, uma caixa de bombons (que ofereceu ao seu motorista no país) e lembranças variadas do Mundial", todas elas abaixo do valor monetário que exige que sejam declaradas à Comissão.
Em troca, acrescentou, ofereceu os presentes protocolares típicos do executivo comunitário: uma vela e um pisa-papéis.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu na segunda-feira que as instituições europeias se rejam por "elevados padrões de independência e integridade", após o escândalo de presumível corrupção no Parlamento Europeu relacionado com o Qatar.
Von der Leyen evitou referir-se a essa visita de Schinas ao Qatar e limitou-se a constatar que "todas" as reuniões dos comissários "estão registadas" na agenda de transparência.
Schinas expressou também o desejo de que o Parlamento Europeu, abalado pela detenção da sua então vice-presidente (e agora já ex-vice-presidente) Eva Kaili e de vários elementos da sua equipa ligados aos alegados subornos do Qatar, "continue a ser um bastião da democracia europeia, de que todos os europeus possam orgulhar-se".
"Esta semana não me senti orgulhoso. Houve indignação e frustração. E francamente, tudo isso foi justificado. Compraz-me que o Parlamento já tenha tomado medidas contra aqueles que estão a ser investigados e esteja a trabalhar arduamente para recuperar a confiança perdida", declarou o comissário grego.
Esquerda italiana "chocada" com escândalo de corrupção de ex-eurodeputado
O papel de Antonio Panzeri, ex-eurodeputado do Partido Democrático italiano (PD, centro-esquerda), no escândalo que levou à detenção da vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Eva Kaili está a "chocar" o partido e sindicatos, temendo-se um terremoto político.
Pierfrancesco Majorino, eurodeputado do PD, integrado no grupo dos Socialistas e Democratas no PE, disse à Lusa conhecer Panzeri "há muito tempo" e ter ficado "chocado" com a notícia da sua detenção, juntamente com Kaili, o marido desta Francesco Giorgi e outros acusados pela Justiça belga num caso de alegado recebimento de 'luvas' do Qatar.
"Nunca pensei que [Panzeri] pudesse estar envolvido num escândalo tão vergonhoso e com um quadro tão perturbador", acrescenta Majorino, que é hoje o candidato do PD à presidência da Região da Lombardia.
Para Majorino, foi "uma loucura" a atribuição do Mundial de futebol ao Qatar.
"Não foi preciso uma investigação criminal para entender que o Qatar é um país modelo para a violação sistemática dos direitos humanos.
Sempre votei na Europa para mostrar a maior dureza para com este país", disse à Lusa Majorino.
No total, foram apreendidos nos apartamentos dos visados mais de um milhão e meio de euros em numerário, que segundo os magistrados vieram do Qatar.
Os pagamentos, segundo as denúncias, foram feitos para mitigar as posições do PE sobre os direitos humanos neste país.
O 'pivot' da investigação é Panzeri, ex-eurodeputado há 15 anos no Parlamento Europeu. No final da última legislatura, em 2019, Panzeri decidiu fundar a organização não-governamental (ONG) "Combate à Impunidade", que segundo os magistrados é o canal por onde o dinheiro chegava aos suspeitos.
Para Majorino, uma das questões trazidas à tona por esta investigação é a transparência das atividades das ONGs, e é necessária uma intervenção rápida.
"A esquerda não deve colocar-se fora desta história. Não pode dizer que não lhe diz respeito. Temos que ser muito duros internamente", acrescenta Majorino.
"É preciso intervir na questão dos lóbis, é preciso que haja mais transparência sobre as atividades de quem influencia o voto dos parlamentares europeus", adiantou à Lusa.
Giuseppe Guastella, correspondente do jornal Corriere della Sera em Bruxelas, equipara o caso ao 'Tangentopoli', um escândalo político-financeiro italiano no início dos anos 1990 que fez desaparecer todos os grandes partidos da época, alvo de investigações de corrupção, e que permitiu a Silvio Berlusconi e ao seu partido imporem-se na cena política.
"Parece que recuámos no tempo. Nos últimos anos, vimos criminosos e pessoas corruptas usarem transferências no estrangeiro ou 'bitcoin' para movimentar dinheiro. Aqui, parece que voltamos aos tempos de 'tangentopoli'", disse à Lusa Giuseppe Guastella.
"Há um uso inescrupuloso de dinheiro. É impressionante como este rio de notas conseguiu chegar ao topo do Parlamento sem que ninguém percebesse", adiantou Guastella.
Panzeri cresceu politicamente em Milão, onde foi secretário da filial local do CGIL, o maior sindicato italiano, durante 8 anos. Em reação ao caso, o sindicato divulgou uma nota em que os ex-colegas de Panzeri manifestam "perplexidade" e afirmam que "os direitos dos trabalhadores e as lutas pela defesa, dignidade e promoção do trabalho não podem ser trocados de forma alguma".
O facto de este escândalo ter ocorrido no seio de um grupo que sempre esteve atento aos direitos dos trabalhadores é vivido por alguns expoentes da esquerda italiana como uma "traição".
"Trocar os direitos fundamentais dos trabalhadores por dinheiro e presentes dos senhores feudais do Qatar é uma traição total aos valores democráticos", escreveu nas redes sociais Andrea Orlando, líder do PD.
Enquanto os magistrados belgas prosseguem investigações, Guastella espera que nas próximas horas surjam mais notícias: "Acredito que do exame dos documentos apreendidos, do material informático encontrado e dos interrogatórios surgirão outros pormenores que conduzirão a novos desdobramentos", disse.
Eva Kaili em preventiva pelo menos até à próxima semana
Eva Kaili mantém-se em prisão preventiva até 22 de dezembro devido a um greve dos serviços prisionais.
A eurodeputada grega Eva Kaili, implicada num escândalo de corrupção, por alegado favorecimento ao Qatar, vai manter-se em prisão preventiva.
De acordo com o jornal belga Echo, Kaili não foi presente a juiz - e só o será a 22 de dezembro - devido a uma greve dos serviços prisionais belgas, que assim impossibilitam a deslocação ao tribunal.
Segundo o mesmo jornal, que cita um dos advogados que representa Eva Kaili, André Risopoulos, a audiência ficou agendada para a próxima quinta-feira, dia 22 de dezembro.
Kaili, que era uma das 14 vice-presidentes do Parlamento Europeu, foi uma das quatro pessoas detidas e acusadas na Bélgica durante o fim de semana, por alegada participação numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção relacionada com o Qatar, país anfitrião da edição de 2022 do Mundial de futebol.
Líderes da UE dizem que 'Qatargate' é prejudicial e deve ser esclarecida
Os líderes da União Europeia (UE) qualificaram esta quarta-feira como "prejudicial" e "horrível" o escândalo da alegada corrupção no Parlamento Europeu ligado ao Qatar, e concordaram que, para já, há que deixar a justiça esclarecer exatamente o que aconteceu.
A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, admitiu que "é verdade que diferentes países estão a tentar interferir na tomada de decisões da UE", pelo que considerou necessário "reconsiderar todas as relações" que a União tem para "ver como fazer a colaboração" com países terceiros.
À chegada à cimeira dos 27, em Bruxelas, com os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Kallas acrescentou que "é muito sério" o caso que envolve a eurodeputada grega Eva Kaili, entretanto destituída do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu, e "muito prejudicial" para os políticos que têm lutado para mostrar que as decisões são tomadas com base nos valores corretos.
Para o líder luxemburguês, Xavier Bettel, é "horrível" que o caso tenha afetado uma Europa que "é o templo dos valores" e "difícil dizer às pessoas que têm de ser solidárias e depois ver que outros recebem dinheiro".
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, deu o seu "total apoio" à presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, porque "fez um excelente discurso nas últimas 48 horas", referindo-se às declarações em que esta assumiu "fúria, raiva e tristeza" com o caso de corrupção que envolve membros da assembleia a que preside.
"O melhor que podemos fazer é deixar a justiça funcionar", afirmou, por seu turno, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, à chegada para cimeira em Bruxelas.
O primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, defendeu a necessidade de um organismo que supervisione o cumprimento das normas éticas e considerou que as regras devem aplicar-se "a todos os membros do Parlamento Europeu".
"A população tem de ter confiança nas instituições da UE e, em particular, no Parlamento Europeu, porque aumentou os seus poderes ao longo dos anos", lembrou, referindo-se ao facto de aquele órgão ser colegislador da União em conjunto com os Estados-membros.
Hoje prestarem declarações perante o juiz belga que lidera o caso a agora ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, o seu companheiro e assessor, Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri, para além do lobista e diretor da organização não-governamental (ONG) Sem Paz Sem Justiça, Niccolò Figà-Talamanca.
A justiça belga deverá decidir hoje se permanecem em prisão preventiva.
Os quatro são acusados, no chamado caso "Qatargate" por envolver alegadamente favores ao país organizador da edição 2022 do campeonato mundial de futebol, de envolvimento numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção.
Numa investigação ainda em aberto, a polícia belga encontrou mais de um milhão e meio de euros em dinheiro nas casas de Kaili e Panzeri.
Alexander De Croo, o primeiro-ministro da Bélgica, felicitou a justiça e a polícia do seu país "por terem descoberto este caso".
"É bom que as autoridades judiciais e policiais belgas tenham descoberto, mas também mostra que o Parlamento Europeu precisa de melhorar os seus próprios procedimentos internos", defendeu De Croo.
Um dos detidos no 'Qatargate' implica mais dois eurodeputados no caso
O assessor parlamentar Francesco Giorgi, um dos acusados no escândalo de corrupção já conhecido como 'Qatargate', implicou hoje no caso os eurodeputados Andrea Cozzolino, chefe da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Magrebe, e Marc Tarabella.
Numa investigação ainda por encerrar, a polícia belga, que estava a conduzir este processo, já tinha feito buscas no domingo na casa do eurodeputado socialista belga Marc Tarabella.
Segundo avançou hoje o diário Le Soir, Francesco Giorgi, companheiro da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili (igualmente detida no âmbito deste caso), reconheceu, em declarações à polícia, a sua participação no esquema de corrupção e indicou que tanto o seu compatriota Cozzolino como o eurodeputado belga Marc Tarabella beneficiaram da trama através de Pier Antonio Panzeri.
Até agora, os detidos no âmbito desta investigação, ainda em curso, são a agora ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, a grega Eva Kaili, o seu companheiro e assessor, o italiano Francesco Giorgi, o seu compatriota e ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri, para além do lobista e diretor da organização não-governamental (ONG) Sem Paz Sem Justiça, Niccolò Figà-Talamanca, também italiano.
De acordo com o mesmo jornal, Giorgi disse que geriu pagamentos na organização utilizada pelo Qatar para subornar eurodeputados e assistentes do Parlamento Europeu para obter favores políticos e económicos na União Europeia (UE).
Documentos a que o jornal belga diz ter tido acesso revelam contactos entre Panzeri, Cozzolino e Giorgi e também com os serviços de informação de Marrocos e o embaixador deste país na Polónia, Abderrahim Atmun.
No âmbito da operação, a polícia belga encontrou mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro durante as buscas às casas de Kaili e Panzeri.
Foi a detenção do pai da eurodeputada socialista grega, na passada sexta-feira, num hotel em Bruxelas, com uma mala contendo "centenas de milhares de euros" em notas que serviu para demonstrar o "flagrante delito" e permitiu às autoridades deter Eva Kaili, destituída do cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu na terça-feira.
Francesco Giorgi, companheiro de Kaili, vai permanecer detido, depois de ter comparecido na quarta-feira perante um tribunal de Bruxelas, juntamente com o ex-deputado socialista italiano Pier Antonio Panzeri.
Eva Kaili também permanecerá em prisão preventiva pelo menos até comparecer em tribunal na próxima quinta-feira, 22 de dezembro.
HRW pede à UE que 'Qatargate' sirva para reavaliar relações com o Golfo
A Human Rights Watch acusou hoje a União Europeia (UE) de ignorar a questão das violações de direitos humanos nas relações com estados do Golfo e pediu que o escândalo de corrupção envolvendo o Parlamento Europeu (PE) sirva para reavaliar esta posição.
O' Qatargate', como é conhecido o caso que levou à detenção de membros do Parlamento Europeu por alegada corrupção relacionada com subornos do Qatar para influenciar decisões da instituição, "não é o único escândalo no que diz respeito às relações UE-Golfo", denuncia a Human Rights Watch (HRW) em comunicado.
Numa crítica dirigida em primeiro lugar à Comissão Europeia, a HRW recorda que em abril instou este órgão dos 27 a considerar a adoção de critérios de referência para a cooperação bilateral e o estreitamento das relações comerciais e políticas com os países do Golfo e que estas recomendações "foram ignoradas".
"Em maio, a Comissão revelou a sua visão de uma 'parceria estratégica com o Golfo', esforçando-se por destacar os supostos progressos dos direitos humanos em vários países, ao mesmo tempo que não identificou graves deficiências, ou minimizou-as como 'desafios restantes'", aponta a organização.
Esse documento de estratégia "nem sequer inclui uma referência à pena de morte, talvez o único tema sobre o qual os Estados-Membros da UE têm manifestado firme oposição" e, apesar disso, o PE e os Estados-membros da UE acolheram-no, denunciou a HRW.
A organização critica que a abordagem estabelecida da UE em relação aos países do Golfo seja de reforço "dos interesses empresariais, comerciais e energéticos" e o escrutínio sobre a violação dos direitos humanos continue "limitado à 'diplomacia privada' e aos diálogos anuais infrutíferos".
Pede por isso "medidas mais enérgicas, como sanções direcionadas ou embargos de armas, que não estão à vista".
A reavaliação das parcerias com os estados daquela região "deve fazer parte da receita para restabelecer a credibilidade das ações da União Europeia", defende a organização de defesa dos direitos humanos, sublinhando que o escândalo de corrupção, envolvendo políticos europeus por alegada corrupção do Qatar, está a abalar as instituições europeias.
Uma investigação, ainda em curso, revelou um escândalo de corrupção que abalou nos últimos dias o Parlamento Europeu, com a detenção de vários suspeitos de envolvimento num alegado esquema de subornos do Qatar para influenciar as decisões políticas da assembleia europeia, entre os quais uma então vice-presidente do Parlamento Europeu, a grega Eva Kaili, entretanto destituída das suas funções.
Em consequência, o PE aprovou hoje uma resolução que suspende todos os dossiês legislativos relacionados com o Qatar e propõe que representantes dos interesses deste país sejam impedidos de entrar nos edifícios da instituição.
Quanto à própria instituição, a Presidente do PE, Roberta Metsola, garantiu hoje aos chefes de Estado e de Governo da União Europeia que liderará um "processo de reforma forte".
Qatargate. Namorado de Kaili admite envolvimento: "Fi-lo por dinheiro"
Francesco Giorgi admitiu representar um papel de relevo num alegado esquema de corrupção entre o Parlamento Europeu e o Qatar. O italiano pediu a libertação imediata da ex-vice-presidente (e sua namorada), Eva Kaili.
A teia de polémicas em torno de um alegado esquema de corrupção entre o Qatar e o Parlamento Europeu adensa-se. Nesta quinta-feira, os jornais Le Soir e o italiano La Repubblica revelaram que Francesco Giorgi, um dos quatro detidos no âmbito do denominado caso 'Qatargate, admitiu participação no esquema.
"Fi-lo por dinheiro e não porque preciso", justificou Giorgi, que trabalha como assistente parlamentar em Bruxelas, e que acusou o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri - um dos detidos - de ser o 'cérebro' do esquema, após terem sido encontrados 600 mil euros em sua casa.
Na residência onde vive Giorgi, em conjunto com a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, e com a filha do casal, de 22 meses de idade, foram encontrados pela polícia belga 150 mil euros. O italiano nega, no entanto, que a companheira - também ela uma das detidas - tenha tido qualquer envolvimento.
Giorgi é, para além de assessor parlamentar, membro da organização não-governamental (ONG) Sem Paz Sem Justiça, liderada pelo italiano Niccolò Figà-Talamanca. É acusado de ser o responsável por receber subornos em troca de benefícios ao Qatar, numa missão por 'limpar' a imagem desse país junto da União Europeia (UE). Às autoridades, terá ainda revelado a participação de mais dois eurodeputados: o italiano Andrea Cozzolino e o belga Marc Tarabella.
Seguindo a detenção de Eva Kaili, o seu representante legal na Grécia afirmou que a mesma é inocente, e que não teria conhecimento do dinheiro encontrado em sua casa.
O Ministério Público belga descobriu grandes quantias de dinheiro vivo que alegadamente terão sido dadas a vários eurodeputados pelo Qatar para defender os seus interesses políticos no Parlamento Europeu, o que resultou, até agora, em quatro detenções. A mais 'marcante' foi a da ex-vice-presidente desse órgão, Eva Kaili, que acabou por ser destituída do cargo, bem como expulsa do seu partido, o PASOK.
Nesta quinta-feira, a Procuradoria Europeia requereu o levantamento da imunidade parlamentar de duas eurodeputadas gregas, uma delas Eva Kaili, no âmbito de uma investigação, separada da do Qatar, levada a cabo pelo Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) sobre a utilização de subsídios parlamentares e, em particular, a remuneração dos assistentes, refere a instituição num breve comunicado.
Tribunal italiano aprova entrega de suspeita no 'Qatargate' à Bélgica
Um tribunal italiano decidiu hoje que a mulher do ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri deverá ser entregue à justiça belga, que investiga alegados subornos no Parlamento Europeu para adquirir influência em nome de Marrocos e Qatar.
O tribunal da cidade de Brescia indicou que Maria Dolores Colleoni poderia ser levada para a Bélgica com base num mandado de prisão europeu que a liga ao escândalo do seu marido.
O procurador Giovanni Benelli tornou a decisão pública, sem adiantar pormenores, mas Colleoni não deverá ir para a Bélgica em breve. Os seus advogados de defesa disseram que estão a considerar recorrer ao Supremo Tribunal de Itália.
Pier Antonio Panzeri -- fundador e presidente da organização não governamental (ONG) Fight Impunity -- é acusado no âmbito do escândalo chamado 'Qatargate' de alegada organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção, e detido, no dia 09 de dezembro, pela polícia belga, que está a conduzir a investigação do caso.
No âmbito da investigação na qual são acusados vários eurodeputados do Parlamento Europeu (PE), incluindo a ex-vice-presidente da assembleia (destituída na semana passada) Eva Kaili, assistentes parlamentares, sindicalistas e lobistas, a polícia belga encontrou 700 mil euros em dinheiro na casa de Panzeri, em Bruxelas.
Os procuradores belgas acreditam que Pier Antonio Panzeri que está no centro de um alegado lóbi ilegal do Qatar para influenciar decisões políticas nas instituições europeias.
De acordo com mandados de detenção emitidos pelo juiz belga Michel Claise e consultados hoje pela agência Associated Press (AP), Panzeri é "suspeito de intervir junto de membros que trabalham no PE em benefício do Qatar e de Marrocos, a troco do pagamento" de grandes somas de dinheiro e de presentes.
A mulher de Panzeri, Maria Dolores Colleoni, e a filha, Sílvia Panzeri, são suspeitas de estarem "plenamente conscientes" das suas atividades e até de ajudarem a transportar "presentes".
Ambas estão em prisão domiciliária perto de Brescia.
A ex-vice-presidente do PE, a deputada grega Eva Kaili, permanece em prisão preventiva na Bélgica, aguardando uma audiência na quinta-feira, assim como o seu companheiro, Francesco Giorgi, conselheiro parlamentar.
O escândalo do 'Qatargate' está a abalar as instituições europeias e a presidente do PE, Roberta Metsola, reafirmou hoje que haverá "tolerância zero à corrupção" na instituição, tendo já prometido na semana passada, numa intervenção no hemiciclo, reformas nesse sentido.
"Vamos encarar este desafio sem rodeios", disse Metsola à imprensa em Bucareste, onde vai reunir-se com o Presidente romeno, Klaus Iohannis, e o primeiro-ministro, Nicolae Ciuca, assegurando que fará tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que não haja "impunidade" para os envolvidos neste caso.
Qatargate. Kaili admite ter pedido ao pai para guardar subornos
A antiga vice-presidente do Parlamento Europeu está detida no norte da Bélgica, acusada de corrupção.
Eva Kaili, a antiga vice-presidente do Parlamento Europeu que é acusada de corrupção num esquema em que o Qatar terá influenciado vários eurodeputados com prendas e subornos em troca de favorecimento político, confessou ter pedido ao seu pai que guardasse o dinheiro oriundo destes subornos.
Recorde-se que o advogado da antiga parlamentar, Michalis Dimitrakopoulos, disse à AFP há uma semana que Kaili não tinha "qualquer ligação com o dinheiro encontrado na sua casa (...) ela não sabia da existência desse dinheiro". Esta terça-feira, confessou que sabia da existência dessas quantias, mas não admitiu ter sido corrompida.
Kaili, que está detida na prisão de Haren, no norte de Bruxelas, há mais de uma semana, tem uma audiência marcada no Tribunal de primeira instância de Bruxelas, na próxima quinta-feira, onde será decidido o seu futuro: ou fica em prisão preventiva, ou aguarda julgamento em liberdade.
A grega foi uma das quatro pessoas detidas pelas autoridades belgas, no âmbito de uma investigação a um alegado esquema de corrupção entre o Qatar e o Parlamento Europeu. O seu companheiro, o italiano Francesco Giorgi, foi um dos detidos e já confessou ter participado no esquema, em que os eurodeputados recebiam dinheiro do Qatar, bem como de Marrocos, para exercer influência política em Bruxelas a favor do país do Médio Oriente.
As autoridades judiciais já ordenaram que os outros dois acusados no âmbito do escândalo conhecido como 'Qatargate' - Giorgi e o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri - sejam mantidos em prisão preventiva.
Kaili declarou que "conhecia há muito tempo a atividade do seu companheiro com [Pier Antonio] Panzeri" e admitiu "ter dado instruções ao seu pai para que esconder o dinheiro" proveniente deste esquema, revelam os mesmos relatórios.
Durante as diligências que resultaram nas quatro detenções, no início do mês, o pai de Kaili foi 'apanhado' num quarto de hotel, junto de 600 mil euros em dinheiro vivo.
Os investigadores consideraram o ex-eurodeputado socialista Pier Antonio Panzeri como o líder do esquema, referindo que terá usado a organização não-governamental (ONG) Fight Impunity (Lutar Contra a Impunidade, na tradução em português) para chegar a eurodeputados e membros "honorários", incluindo o ex-comissário europeu das Migrações e Assuntos Internos, o grego Dimitris Avramopoulos, e a ex-Alta Representante da UE para a Política Externa, a socialista italiana Federica Mogherini.
A mulher e a filha de Panzeri foram detidas em Itália por alegado envolvimento no caso de corrupção e a justiça italiana autorizou a extradição da primeira para a Bélgica, onde as autoridades suspeitam que teve um papel ativo no esquema.
A defesa da mulher de Panzeri anunciou, no entanto, que vai recorrer da decisão, avançou a imprensa italiana.
Além disso, de acordo com o jornal Le Soir, tanto Giorgi quanto Panzeri referiram, nas suas declarações, o envolvimento do eurodeputado socialista belga Marc Tarabella, que já foi interrogado pela polícia e teve a sua casa revistada, mas que permanece em liberdade.
Qatar nega envolvimento no escândalo de corrupção do Parlamento Europeu
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar negou hoje que o seu país esteja envolvido no escândalo de corrupção ligado ao Parlamento Europeu, garantindo, num encontro com o líder da diplomacia da União Europeia, que são "informações enganosas".
"Assegurei [ao representante da União Europeia para a Política Externa] Josep Borrell que se trata de informação enganosa divulgada indevidamente pela comunicação social que envolve o nome do Qatar no assunto", afirmou Mohammed Bin Abdulrahman Al Thani.
O chamado 'Qatargate' foi divulgado na semana passada, quando a polícia belga fez buscas a casas e gabinetes de eurodeputados e assistentes de grupos do Parlamento Europeu (PE) e acusou vários representantes, incluindo uma vice-presidente, de terem recebido dinheiro do Qatar e de Marrocos para influenciar decisões económicas em Bruxelas.
Numa reunião hoje realizada na Jordânia, os dois chefes das diplomacias do Qatar e da União Europeia falaram sobre o caso e acordaram na "necessidade de deixar as investigações em curso esclarecerem" a situação, como admitiram em mensagens publicadas na rede social Twitter.
O Qatar já tinha "rejeitado categoricamente" as informações sobre o seu alegado envolvimento no escândalo, mas esta foi a primeira vez que um alto responsável do país árabe falou abertamente sobre o assunto.
A operação levada a cabo pela polícia belga resultou na detenção, entre outros, da ex-vice-presidente do PE Eva Kalil, do seu companheiro, Francesco Giorgi, que já reconheceu a sua participação no esquema, e do ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri.
As buscas da semana passada permitiram apreender cerca de 1,5 milhões de euros em dinheiro nas casas de Kaili e de Panzeri e numa mala que estava na posse do pai da eurodeputada grega, entretanto afastada do seu cargo de vice-presidente do PE.
Apesar de já não ser vice-presidente do PE nem estar no grupo dos Socialistas & Democratas, Kaili ainda é eurodeputada, não-inscrita.
A edição de segunda-feira do jornal Le Soir, que refere ter tido acesso à investigação, diz que Kaili admitiu aos investigadores que pediu ao seu pai para esconder parte dos milhares de euros que estavam na sua casa, tendo uma mala com dinheiro sido levada para o hotel Sofitel, onde estava alojado o progenitor da eurodeputada.
No entanto, o advogado da eurodeputada, Michalis Dimitrakopoulos, afirmou ao portal de internet Kathimerini que Eva Kaili remeteu a responsabilidade para Antonio Panzeri.
Eva "Kaili nunca admitiu ter pedido ao seu pai para retirar o dinheiro [da sua casa] e escondê-lo", assegurou Dimitrakopoulos, acrescentando que a eurodeputada "só soube da existência do dinheiro momentos antes das buscas e pediu a sua devolução imediata ao dono, o senhor [Antonio] Panzeri".
Um tribunal da cidade italiana de Bréscia adiou para janeiro a tomada de decisão sobre um pedido dos procuradores de justiça belgas para extradição da filha de Panzeri, Silvia, também associada ao escândalo de alegada corrupção, mas decidiu extraditar a mulher de Panzeri, Maria Dolores Colleoni, por existirem "provas sérias de culpa".
Procuradoria belga investiga fugas de informação sobre o 'Qatargate'
A procuradoria federal belga iniciou uma investigação às fugas de informação para os 'media' relativas ao escândalo de corrupção ligado ao Parlamento Europeu, indicou hoje o seu porta-voz numa referência ao designado Qatargate.
De acordo com a procuradoria, estas fugas podem comprometer o 'dossier', pelo facto de os suspeitos e seus advogados poderem argumentar que os direitos da defesa foram violados.
"As fugas para a imprensa podem colocar em perigo o 'dossier', motivo pelo qual iniciamos uma investigação por violação do segredo profissional", informou o porta-voz da procuradoria, Eric van der Sypt, em declarações à televisão belga francófona RTBF.
"É estranho que tantas informações sensíveis sejam divulgadas pela imprensa quando a investigação apenas começou. A procuradoria federal confirmou hoje a sua intenção de investigar as repetidas fugas", adiantou.
Na terça-feira, os diários belgas Le Soir e Knack e o italiano La Repubblica publicaram pormenores do interrogatório movido pelo juiz de instrução Michel Claise, responsável pelo caso.
A eurodeputada e ex-vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Eva Kaili terá admitido nas suas declarações o seu envolvimento parcial na corrupção, segundo as informações divulgadas pelos periódicos.
Foram ainda divulgadas pelos 'media' informações de um relatório da Segurança de Estado que contém excertos de conversas do ex-deputado Pier Antonio Panzeri, outro suspeito de envolvimento no caso, e da sua mulher e filha.
"É lamentável que a justiça belga seja incapaz de garantir a confidencialidade de um 'dossier' deste género. Não estamos à altura e é uma vergonha", lamentou Laurent Kennes, uma das advogadas de Pier Antonio Panzeri, citada pelo diário L'Echo,
Segundo este periódico, a investigação das fugas não será fácil, atendendo ao segredo profissional dos jornalistas, à proteção das fontes, prevista por lei, e à dimensão internacional do caso, que terá implicado que diversos documentos tenham sido enviados para vários países.
A ex-vice-presidente do PE, Eva Kaili, o seu marido e assessor do PE, Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado Pier Antonio Panzeri (todos sociais-democratas) e Niccolò Figà-Talamanca, diretor da organização não governamental (ONG) No Peace Without Justice são os protagonistas do escândalo que está a comprometer a imagem do hemiciclo europeu.
Os quatro estão acusados de envolvimento em organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção.
Qatargate. Defesa pede que Kaili seja libertada com pulseira eletrónica
A defesa da eurodeputada socialista grega Eva Kaili, arguida e em prisão preventiva pelo seu alegado envolvimento num esquema de corrupção ligado ao Parlamento Europeu, pediu hoje ao tribunal a sua libertação com pulseira eletrónica.
O pedido será analisado e decidido durante o dia de hoje pelo tribunal de primeira instância de Bruxelas, avançou o advogado belga da eurodeputada, André Risopoulos, à saída de uma audiência no Palácio da Justiça da capital da Bélgica.
"Pedimos que Kaili seja colocada sob vigilância eletrónica com pulseira, [até porque] participa ativamente na investigação e rejeita qualquer ato de corrupção", explicou o advogado.
Eva Kaili, que foi afastada da vice-presidência do Parlamento Europeu na sequência do escândalo de alegados subornos a eurodeputados e assistentes de grupos parlamentares conhecido como 'Qatargate', é acusada de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção numa rede ligada ao Qatar e a Marrocos.
"Ela é inocente, nunca foi corrompida", garantiu o seu advogado grego, Michalis Dimitrakopoulos, que viajou de Atenas para Bruxelas para assistir à audiência e visitou a eurodeputada na quarta-feira, na prisão de Harem, onde Kaili está há duas semanas.
Uma operação policial realizada em 09 de dezembro permitiu apreender mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro, material informático e telefones, tendo sido detidas várias pessoas pelas mesmas acusações, incluindo o companheiro de Eva Kaili, Francesco Giorgi - que já reconheceu a sua participação no esquema -, e o eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri.
A eurodeputada grega foi detida apesar de gozar de imunidade parlamentar porque as autoridades belgas consideraram que tinha sido encontrada em flagrante delito.
O sindicalista italiano Luca Visentini e o pai da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Alessandro Kailis, também foram detidos em 09 de dezembro, mas libertados dois dias depois.
Já o 'lobista' e secretário-geral da organização não-governamental No Peace Without Justice (Sem Paz Não Há Justiça), Niccolo Figa-Talamanca, foi deixado em liberdade, embora com obrigação de usar pulseira eletrónica.
O caso envolve também dois outros eurodeputados, o socialista belga Marc Tarabella, cuja casa foi alvo de buscas sem que daí tenham resultado acusações, mas que foi suspenso do seu partido na Bélgica, e o socialista italiano Andrea Cozzolino, também suspenso do grupo socialista do Parlamento Europeu.
Os dois garantiram ser inocentes, tendo Cozzolino tornado público que quer testemunhar perante um juiz e que está disposto a renunciar à imunidade parlamentar.
Os advogados da política grega, que é eurodeputada desde 2014 e era uma das 14 vice-presidentes do Parlamento Europeu desde janeiro de 2022, têm criticado as inúmeras fugas de informação, anunciando hoje que o Ministério Público belga abriu uma investigação.
Segundo informações de meios de comunicação belgas e italianos como os jornais Le Soir e La Republicca, Kaili confessou à polícia o seu envolvimento no esquema e reconheceu que pediu ajuda ao pai para esconder o dinheiro que tinha em casa.
Giorgi, companheiro de Kaili, também terá confessado estar envolvido no esquema, negando qualquer responsabilidade da companheira e mãe da sua filha, enquanto Panzeri terá reconhecido ter recebido pagamentos de 50 mil euros do Qatar e de Marrocos em 2019, depois de ter abandonado o mandato de eurodeputado que ocupou entre 2004 e 2019.
Qatargate. Autoridades gregas apreendem terreno de eurodeputada Eva Kaili
A autoridade grega anti-branqueamento de capitais apreendeu esta quinta-feira um terreno de 7.000 metros quadrados que a eurodeputada socialista grega Eva Kaili e o seu companheiro, Francesco Giorgi, tinham comprado na ilha de Paros, informou a imprensa local.
A apreensão deste terreno foi decidida no âmbito da investigação criminal preliminar que o procurador de crimes económicos grego abriu contra a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu pela alegada prática de crimes de branqueamento de capitais e corrupção passiva.
Segundo a imprensa, a medida pode abrir caminho para um processo criminal contra Kaili na Grécia, caso se comprove que o casal comprou o terreno com dinheiro de atividades ilegais.
A conta bancária comum que o casal usou para adquirir o imóvel foi também congelada, adiantaram as mesmas fontes.
Kaili e Giorgi estão atualmente em prisão preventiva em Bruxelas, ambos acusados dos crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção no âmbito das investigações a um alegado esquema de subornos no Parlamento Europeu pelo Qatar e por Marrocos, conhecido como 'Qatargate'.
A manutenção de Kaili na prisão ou a sua saída em liberdade com pulseira eletrónica será hoje decidida pelo tribunal, como referiu o seu advogado belga, André Risopoulos, no final de uma audiência no Palácio da Justiça de Bruxelas.
Na semana passada, a autoridade grega anti-branqueamento de capitais apreendeu várias propriedades, contas bancárias e empresas de Eva Kaili e dos seus familiares mais próximos na Grécia, a fim de localizar e bloquear rapidamente a possível transferência de dinheiro ou propriedade pessoal que pudessem provar o crime de suborno passivo ou lavagem de dinheiro.
O advogado grego da eurodeputada, Michalis Dimitrakopoulos, garantiu que a compra do terreno na ilha grega de Paros foi totalmente legal e justificou o dinheiro pago com os honorários e rendimentos de Kaili como membro do Parlamento Europeu.
A socialista grega foi afastada da vice-presidência do Parlamento Europeu, mas ainda mantém o cargo de eurodeputada, como não-inscrita.
Além do seu companheiro, assistente parlamentar no Parlamento Europeu, foi também envolvido no processo o pai da eurodeputada, Aléxandros Kailis, que foi preso, no dia 09, num hotel de Bruxelas, com uma mala cheia de dinheiro com a qual pretendia fugir.
A investigação criminal na Grécia aborda apenas os alegados crimes cometidos por Kaili que as autoridades belgas não incluíram na acusação contra a eurodeputada, já que ninguém pode ser acusado ou processado duas vezes pelo mesmo crime.
Qatargate. Ex-eurodeputado e diretor de ONG permanecem em preventiva
A justiça belga confirmou hoje a prisão preventiva de um dirigente de uma organização não-governamental (ONG) e do ex-eurodeputado socialista, o italiano Pier-Antonio Panzeri, acusados num processo de alegada corrupção no Parlamento Europeu (PE) para favorecer o Qatar.
Os dois homens foram detidos em 09 de dezembro em simultâneo com uma vice-presidente da instituição europeia (entretanto destituída do cargo), a eurodeputada socialista grega Eva Kaili, e o seu companheiro, o funcionário parlamentar italiano Francesco Giorgi.
Os quatro foram acusados de "pertencer a uma organização criminal", "branqueamento de dinheiro" e "corrupção", num escândalo já conhecido como 'Qatargate' que provocou uma onda de choque no PE e tensões entre o Qatar e a União Europeia (UE).
O tribunal do conselho de Bruxelas decidiu, em 14 de dezembro, manter Panzeri e Giorgi em prisão preventiva por um mês, e na quinta-feira passada adotou a mesma posição face a Kaili.
O tribunal de emissão de acusações de Bruxelas examinou hoje o apelo de Pier-Antonio Panzeri contra esta decisão.
Por fim, e "a pedido" de Panzeri, "o tratamento do 'dossiê' foi adiado para 17 de janeiro", indicou o procurador federal, implicando a manutenção da prisão preventiva do ex-eurodeputado.
Por sua vez, ao quarto acusado do processo, Niccolo Figa-Talamanca, um italiano responsável pela ONG "No Peace Without Justice", foi-lhe concedida em 14 de dezembro liberdade condicional com pulseira eletrónica, mas a medida foi suspensa pelo facto de o procurador-geral ter interposto um apelo.
O tribunal de emissão de acusações decidiu hoje "substituir a modalidade da pulseira eletrónica (...) por um prolongamento puro e simples da prisão preventiva", uma medida considerada "dececionante" pela advogada de Figa-Talamanca, Barbara Huylebroek.
Francesco Giorgi não apelou da sua permanência sob detenção, e os advogados de Eva Kaili indicaram não ter a intenção de o fazer.
Na Bélgica, o inquérito originou 20 buscas entre 09 e 12 de dezembro, incluindo no PE. No total, os investigadores belgas, que estão a conduzir esta investigação, apreenderam 1,5 milhões de euros em dinheiro, indicou uma fonte judicial.
Cerca de 600.000 euros foram detetados no apartamento de Panzeri, que em 2019 fundou em Bruxelas após os seus mandatos de eurodeputado a ONG "Fight Impunity".
A mulher e a filha do ex-eurodeputado italiano, alvos de um mandado de captura europeu, foram detidas em Itália, onde estão a contestar a sua transferência para a Bélgica.
Afastada em meados de dezembro do cargo de vice-presidente do PE, Eva Kaili tem sistematicamente desmentido ter recebido dinheiro do Qatar para influenciar decisões políticas junto das instituições europeias, com o seu advogado a acusar Giorgi de ter "traído a confiança" da sua companheira.
Segundo fonte judicial, sacos com 150.000 euros em notas foram descobertos no apartamento de Kaili em Bruxelas, e o seu pai foi apanhado em flagrante com uma mala que transportava 750.000 euros em dinheiro.
O escândalo do 'Qatargate' está a abalar as instituições europeias e a presidente do PE, Roberta Metsola, afirmou recentemente que haverá "tolerância zero à corrupção" na instituição, tendo já prometido reformas nesse sentido.
Qatargate. Parlamento Europeu vai levantar a imunidade a mais 2 deputados
A presidente do Parlamento Europeu lançou hoje um procedimento urgente para levantar a imunidade a dois membros da assembleia, a pedido das autoridades judiciais belgas, no quadro da investigação ao escândalo de corrupção conhecido como 'Qatargate', anunciou a instituição.
Em comunicado, o Parlamento Europeu indica que a presidente, Roberta Metsola, comunicará o teor dos pedidos de levantamento de imunidade parlamentar o mais rapidamente possível, sendo a primeira oportunidade a abertura da primeira sessão plenária do ano, a 16 de janeiro, data em que os pedidos serão remetidos à comissão de Assuntos Jurídicos, que tomará uma decisão.
O Parlamento Europeu (PE) não revela por isso no comunicado hoje divulgado a identidade dos dois eurodeputados em causa, mas várias fontes europeias, citadas pelas agências EFE e AFP, adiantam tratar-se do belga Marc Tarabella e do italiano Andrea Cozzolino, cujos nomes já haviam sido associados ao alegado esquema de corrupção e ambos pertencentes à bancada dos Socialistas europeus (S&D), que já decidira suspendê-los.
Este procedimento é lançado no quadro da investigação da Justiça belga a alegadas ofertas do Qatar e de Marrocos a eurodeputados e assistentes de grupos do PE para influenciar decisões em Bruxelas, um escândalo conhecido como 'Qatargate'.
"Desde o início, o Parlamento Europeu fez tudo o que estava ao seu alcance para ajudar as investigações em curso e continuaremos a assegurar que não haja impunidade. Os responsáveis encontrarão este Parlamento do lado da lei. A corrupção não pode ganhar e faremos tudo para a combater", comentou a presidente Roberta Metsola, citada no comunicado da assembleia.
Sob a acusação de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, a polícia belga deteve vários suspeitos em 09 de dezembro, entre eles a ex-vice-presidente do PE Eva Kaili, entretanto destituída do cargo e retirada do grupo dos Socialistas & Democratas (S&D), e agora eurodeputada não-inscrita.
Também detidos foram o companheiro de Kaili, Francesco Giorgi - antigo assistente de Cozzolino -, e o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri, numa operação que resultou na apreensão de malas de dinheiro com um total de 1,5 milhões de euros.
Qatargate. Defesa de Eva Kaili vai pedir novamente libertação
A defesa da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu (PE) Eva Kailí vai mais uma vez pedir à justiça belga a sua libertação com pulseira eletrónica, declarou hoje o seu advogado grego, Michalis Dimitrakopulos, na televisão privada Skai.
"Vamos pedir a substituição da prisão preventiva pela sua libertação [de Eva Kaili]" com pulseira eletrónica, afirmou Dimitrakopulos, que insistiu que a eurodeputada grega é inocente e "não sabe nada sobre o comportamento criminoso do marido", o italiano Francesco Giorgio.
Tanto Giorgi, que era assessor do Parlamento Europeu, quanto Kaili estão em prisão preventiva acusados de participação em organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção em relação à rede de subornos no Parlamento Europeu supostamente ligada ao Qatar e a Marrocos.
Em 22 de dezembro, um tribunal correcional belga ordenou que Kaili permanecesse em prisão preventiva em Bruxelas até pelo menos ao próximo dia 22.
A defesa da deputada pediu, então, a sua libertação com uma pulseira eletrónica, o que foi negado.
Dimitrakopulos e o advogado belga de Kaili, André Rizopulos, vão pedir a sua liberdade condicional antes do dia 22, alegando que a justiça belga não encontrou "provas que demonstrem o crime de suborno, assim como não se sustenta a acusação de branqueamento de capitais".
Kaili, afastada das fileiras tanto do Partido dos Socialistas Europeus (PSE) como do seu partido na Grécia, o social-democrata PASOK-KINAL, vai comparecer perante o Tribunal belga para depor no dia 20 de janeiro, de acordo com a Skai.
No caso do suposto suborno no Parlamento Europeu ligado ao Qatar e Marrocos, o ex-deputado social-democrata italiano Pier Antonio Panzeri, líder da organização Fight Impunity [Luta contra a Impunidade] e suposto líder da rede de subornos, também permanece em prisão preventiva.
Além disso, a presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, deu início a um processo de urgência para suspender a imunidade de dois deputados do Parlamento Europeu na sequência de um pedido das autoridades judiciais belgas.
Os eurodeputados em questão seriam o social-democrata belga Marc Tarabella e o social-democrata italiano Andrea Cozzolino, indicaram fontes europeias à agência de notícia EFE.
Sob a acusação de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, a polícia belga deteve vários suspeitos em 09 de dezembro, entre eles a ex-vice-presidente do PE Eva Kaili, entretanto destituída do cargo e retirada do grupo dos Socialistas & Democratas (S&D), e agora eurodeputada não-inscrita.
Também detidos foram o companheiro de Kaili, Francesco Giorgi - antigo assistente de Cozzolino -, e o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri, numa operação que resultou na apreensão de malas de dinheiro com um total de 1,5 milhões de euros.
Qatargate. Eurodeputado italiano nega envolvimento e dispensa imunidade
O eurodeputado italiano Andrea Cozzolino, que está a ser investigado pelas autoridades da Bélgica no escândalo de corrupção conhecido como 'Qatargate', negou hoje as acusações que lhe são imputadas e rejeitou recorrer à imunidade de que usufrui.
Em comunicado, a equipa de advogados que representa o socialista Andrea Cozzolino assegurou que o eurodeputado é "totalmente alheio" às acusações: "[Cozzolino] não pretende invocar a imunidade parlamentar para a atividade política que desempenhou de uma maneira transparente e livre."
O eurodeputado "também vai solicitar à assembleia da qual faz parte para ser ouvido de modo a poder responder a todas as questões e oferecer toda a informação e clarificações úteis para averiguar os factos", acrescenta o comunicado, citado pela agência de notícias italiana ANSA.
Na segunda-feira, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, lançou a abertura de um procedimento urgente para levantar a imunidade a dois parlamentares, entre eles Andrea Cozzolino, no âmbito da investigação conhecida como 'Qatargate'.
Em comunicado, o Parlamento Europeu indica que Metsola comunicará o teor dos pedidos de levantamento de imunidade parlamentar o mais rapidamente possível, sendo a primeira oportunidade a abertura da primeira sessão plenária do ano, a 16 de janeiro, data em que os pedidos serão remetidos à Comissão de Assuntos Jurídicos, que tomará uma decisão.
O Parlamento Europeu não revela por isso no comunicado divulgado a identidade dos dois eurodeputados em causa, mas várias fontes europeias, citadas pelas agências EFE e AFP, adiantam tratar-se do belga Marc Tarabella e do italiano Andrea Cozzolino, cujos nomes já haviam sido associados ao alegado esquema de corrupção e ambos pertencentes à bancada dos Socialistas europeus (S&D), que já decidira suspendê-los.
Este procedimento é lançado no quadro da investigação da Justiça belga a alegadas ofertas do Qatar e de Marrocos a eurodeputados e assistentes de grupos do Parlamento Europeu para influenciar decisões em Bruxelas.
Sob a acusação de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, a polícia belga deteve vários suspeitos em 09 de dezembro, entre eles a ex-vice-presidente do PE Eva Kaili, entretanto destituída do cargo e retirada do grupo dos Socialistas & Democratas (S&D), e agora eurodeputada não-inscrita.
Também detidos foram o companheiro de Kaili, Francesco Giorgi - antigo assistente de Cozzolino -, e o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri, numa operação que resultou na apreensão de malas de dinheiro com um total de 1,5 milhões de euros.
Qatargate. Demitiu-se a presidente de subcomissão do Parlamento Europeu
A eurodeputada socialista belga Maria Arena anunciou hoje que vai demitir-se da presidência da Subcomissão de Direitos Humanos do Parlamento Europeu, que abandonara temporariamente há um mês quando rebentou o escândalo de corrupção ligado ao Qatar.
Arena não foi intimada pela justiça belga por causa deste caso, mas o seu nome foi constantemente mencionado pela comunicação social devido aos seus contactos com o presumível cabecilha do esquema de corrupção, o ex-eurodeputado italiano e fundador da organização não-governamental (ONG) Luta Contra a Impunidade, Pier Antonio Panzeri, que já tinha presidido à mesma subcomissão do Parlamento Europeu (PE).
"As autoridades belgas não pediram o levantamento da minha imunidade parlamentar; nem o meu gabinete nem a minha casa foram revistados, e não fui de forma alguma implicada pela justiça", reiterou hoje em sua defesa Maria Arena, num comunicado.
Ao contrário do seu colega de partido, o também eurodeputado socialista belga Marc Tarabella, que está a ser investigado, Arena não é alvo de qualquer pedido de suspensão da imunidade parlamentar, cujo procedimento a presidente do PE, Roberta Metsola, já anunciou que porá em marcha na próxima semana, na sessão plenária em Estrasburgo.
A subcomissão de Direitos Humanos do PE surge no centro dos subornos que alguns países como o Qatar, Marrocos e a Mauritânia, terão pago para as suas alegadas ingerências em decisões daquele organismo, segundo informações da investigação judicial que foram entretanto passadas à imprensa.
Na chamada investigação do "Qatargate" pelas autoridades belgas, quatro pessoas foram até agora indiciadas por acusações preliminares de corrupção, lavagem de dinheiro e participação numa organização criminosa, e três delas têm ligações próximas com aquela subcomissão.
Trata-se, além de Pier António Panzeri, do seu assessor Francesco Giorgi, que também trabalhava agora para um dos atuais membros da subcomissão; e da namorada de Giorgi, Eva Kaili, eurodeputada social-democrata grega que foi destituída do cargo de vice-presidente do PE depois de revelado o escândalo.
A quarta pessoa detida devido às mesmas acusações preliminares também está ligada a este grupo de eurodeputados: Niccolò Figa-Talamanca, secretário-geral da ONG Sem Paz Não há Justiça.
O 'Qatargate' resultou de uma investigação da Justiça belga a alegadas ofertas do Qatar e de Marrocos a eurodeputados e assistentes de grupos do PE para influenciar decisões em Bruxelas, numa operação que resultou na apreensão de malas de dinheiro com um total de 1,5 milhões de euros.
Mais um eurodeputado admite não ter declarado viagens pagas ao Qatar
O advogado do eurodeputado socialista belga Marc Tarabella reconheceu que o cliente viajou para o Qatar, em fevereiro de 2020, com a viagem paga.
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O eurodeputado belga Marc Tarabella, cuja justiça belga exige o levantamento da imunidade parlamentar no âmbito do processo de suspeitas de corrupção no Parlamento Europeu, também não declarou a tempo a sua viagem ao Qatar em fevereiro de 2020, revelou o seu advogado este domingo .
"Foi convidado [para o Qatar] para um congresso. Os organizadores pagaram", disse o advogado de Tarabella, Maxim Toller, à emissora belga RTL.
O advogado lembrou que nenhum dos cinco deputados que fizeram esta viagem a declarou.
"Ele ainda não declarou... Foi para o Gana, não o fez, e depois houve a Covid... Um colega lembrou-o de fazer isso, mas o tempo acabou", disse.
“Ele vai regularizar as coisas, mas não há nada de ilegal”, acrescentou, enquanto o seu cliente, ainda presumido inocente, nega qualquer corrupção.
À semelhança de outros eurodeputados, a belga Marie Arena também admitiu esta semana que não tinha declarado à instituição uma viagem cujo voo e hotel foram pagos pelas autoridades do Qatar. By kok@s
nm
Qatargate. Panzeri coopera com justiça "em troca de um ano de prisão"
O ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri, um dos principais suspeitos no escândalo de corrupção 'Qatargate', assinou hoje um acordo de cooperação com a procuradoria federal belga em troca de um ano de prisão efetiva.
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"Por meio deste memorando", precisou o ministério público num comunicado, "ele compromete-se a informar os investigadores e a justiça, em particular sobre (...) os acordos financeiros com Estados terceiros, os esquemas financeiros realizados e os beneficiários" dessa organização criminosa.
O ex-eurodeputado de centro-esquerda italiano "assinou uma confissão em troca de menos tempo de prisão, uma coima e a apreensão de todos os seus bens adquiridos de forma criminosa, cujo valor é estimado em cerca de um milhão de euros", indicaram os procuradores federais belgas.
Segundo o seu advogado, Laurent Kennes, o acordo prevê uma pena que não ultrapassará um ano de prisão efetiva.
"Será proferida uma pena de cinco anos, mas suspensa para a parte que exceda um ano. Ele vai cumprir um ano de prisão, embora uma parte dele seja com pulseira eletrónica (ou seja, em prisão domiciliária)", afirmou o advogado.
O acordo judicial foi concluído depois de o advogado de Panzeri ter dito que os envolvidos neste escândalo de corrupção em benefício do Qatar e de Marrocos que há um mês abala o Parlamento Europeu corriam o risco de ser condenados a penas de até quatro anos de prisão efetiva, e de a imprensa ter noticiado que Panzeri tinha dado a outro eurodeputado suspeito, o belga Marc Tarabella, entre 120.000 e 140.000 euros no âmbito deste caso.
Surgiu também um dia depois de um tribunal de Brescia ter aprovado um pedido dos procuradores belgas para a extradição da sua filha devido ao chamado escândalo "Qatargate".
O pedido de extradição da mulher de Panzeri, Maria Dolores Colleoni, tinha já sido aprovado. Os dois casos seguirão agora para o Supremo Tribunal de Cassação, que poderá reverter ou não a decisão.
Panzeri, que está preso na Bélgica, a sua filha Silvia e a mulher são acusados de envolvimento em alegadas manobras do Qatar e de Marrocos para manipular decisões do Parlamento Europeu através do pagamento de subornos.
O eurodeputado italiano, demitido do cargo quando o escândalo se tornou público, foi detido a 09 de dezembro, juntamente com os seus concidadãos Francesco Giorgi, assessor do eurodeputado do Partido Democrático (PD) Andrea Cozzolino, e Niccolò Figa-Talamanca, secretário-geral da organização não-governamental (ONG) No Peace Without Justice (Não Há Paz Sem Justiça, em tradução livre).
A eurodeputada socialista grega Eva Kaili, demitida do seu cargo de vice-presidente do PE, retirada do grupo dos Socialistas & Democratas depois da revelação do escândalo e agora eurodeputada não-inscrita, foi também detida a 09 de dezembro. Kaili é namorada de Giorgi.
Todos foram indiciados por "pertença a uma organização criminosa", "branqueamento de dinheiro" e "corrupção".
São acusados de terem recebido grandes somas de dinheiro vivo do Qatar para influenciar a favor do emirado declarações e tomadas de decisão políticas na única instituição eleita da União Europeia (UE), em particular a propósito dos direitos dos trabalhadores.
No âmbito desta investigação, entregue no verão de 2022 ao juiz de instrução bruxelense Michel Claise, Panzeri era desde há pelo menos um ano vigiado pelos serviços secretos belgas e, segundo a imprensa, também recebeu dinheiro de Marrocos para defender os interesses daquele país norte-africano no Parlamento Europeu.
Tanto o Qatar como Marrocos veementemente negaram tais alegações.
Este escândalo abala o PE, que lançou um projeto de reformas visando nomeadamente restringir o acesso aos ex-eurodeputados e fazer inscrever no registo de transparência todos os visitantes exteriores.
Um total de cerca de 1,5 milhões de euros em dinheiro foi apreendido pelos procuradores belgas nas residências de Kaili e Panzeri e de uma mala na posse do pai de Kaili.
O advogado de Kaili negou recentemente à comunicação social relatos de que Kaili, na prisão desde 09 de dezembro, tinha confessado ter dito ao pai para esconder pacotes com notas bancárias e ter conhecimento dos alegados atos ilegais de Giorgi.
As notícias publicadas pela imprensa belga indicavam que Panzeri admitira também o seu envolvimento e dissera ter afirmado que o seu colega Tarabella, eurodeputado socialista, também tinha recebido "presentes" do Qatar.
Panzeri, de 67 anos, é membro do partido de esquerda Article One e da direção da aliança Socialistas & Democratas (S&D), o mais antigo grupo parlamentar europeu.
Foi eurodeputado durante três mandatos, de 2004 a 2019, tendo ocupado o cargo de diretor da subcomissão de Direitos Humanos.
Um mandado de prisão europeu para a mulher e a filha de Panzeri dizia que o ex-eurodeputado "parecia ter criado e dirigido... uma grande organização fraudulenta".
Ex-eurodeputado vai divulgar "toda a história" sobre Qatargate
O ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri vai detalhar a origem do alegado escândalo de corrupção do Parlamento Europeu, que envolve o Qatar e Marrocos e que remonta a 2014, garantiu hoje o seu advogado.
Em entrevista à agência France-Presse (AFP), Laurent Kennes explicou que o seu cliente "não é inimigo de ninguém, mas vai colaborar" com a justiça belga, depois de ter chegado a "um acordo de arrependimento".
"É importante perceber que não estamos a dar-lhe um presente (...) Em momento algum ele decidiu garantir a sua situação e negociar uma sentença", acrescentou.
Em 17 de janeiro, a procuradora federal belga surpreendeu ao anunciar que tinha chegado a um acordo com o Panzeri, um dos principais suspeitos e atualmente detido.
Reveladas em meados de dezembro, estas suspeitas de interferência de países estrangeiros no Parlamento Europeu com muitas malas de dinheiro - cerca de 1,5 milhões de euros em numerário foram apreendidos em Bruxelas - causaram uma onda de choque na única instituição eleita da UE.
Em troca de uma pena de prisão limitada a um ano, Panzeri, que foi eurodeputado de 2004 a 2019 antes de se tornar líder de uma organização não-governamental (ONG), comprometeu-se a informar os investigadores sobre todo o sistema de corrupção em que admite ter participado, inclusive revelando a identidade dos seus cúmplices.
"Não é simplesmente uma questão de explicar 'tal dia recebi 1.000 euros pela primeira vez', é preciso fornecer toda a história, as relações (...), dizer tudo o que aconteceu desde 2014, ou mesmo antes, em termos de contactos", detalhou o advogado, acrescentando que o político irá explicar que "mecanismos financeiros foram usados".
Este escândalo, que já custou o cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu à grega Eva Kaili, também detida, pode ter mais novidades, sendo que muitos deputados questionam se este acordo assinado por Panzeri levará a mais acusados.
A justiça belga pediu também a retirada da imunidade parlamentar a outros dois eurodeputados do mesmo grupo: o belga Marc Tarabella e o italiano Andrea Cozzolino.
O grupo Socialistas & Democratas do PE decidiu por unanimidade suspender a pertença à formação de Tarabella -- entretanto implicado por Panzeri -, ao passo que Cozzolino se demitiu temporariamente do grupo.
Ambos integrarão o contingente dos eurodeputados independentes ou não-inscritos em qualquer grupo parlamentar enquanto durar a investigação.
Laurent Kennes recusou-se a comentar estes casos: "Relembro que as acusações que Panzeri pode apresentar não são suficientes para condenar alguém, terão de ser corroboradas por outros elementos".
Após o acordo celebrado com o Ministério Público belga, Panzeri será ouvido "várias vezes pelos investigadores" e terá "todo o interesse em dizer a verdade", garantiu o advogado.
"O procurador tem a possibilidade de denunciar o acordo se considerar que as confissões não correspondem à realidade", sublinhou.
No âmbito da investigação, o juiz belga Michel Claise deseja ouvir a esposa do suspeito, Maria Dolores Colleoni, e sua filha Silvia. Kennes disse esperar que estas "viajem para a Bélgica para se explicarem livremente".
Ambas foram alvo durante seis semanas de um mandado de prisão europeu, que contestam por meio de recursos perante os tribunais italianos.
Este procedimento pode mudar em breve e "é possível que a necessidade de um mandado de prisão diminua", segundo explicou fonte ligada ao processo à AFP.
Qatargate. Panzeri prestes a implicar eurodeputados de vários países
O ex-eurodeputado Antonio Panzeri, um dos suspeitos de corrupção no Parlamento Europeu, está prestes a implicar mais eurodeputados no escândalo, conhecido como 'Qatargate', após ter concordado em cooperar com a investigação, revelou hoje um advogado do caso.
"Estão a chegar mensagens e notícias que dizem que Panzeri vai revelar novos nomes de eurodeputados italianos, alemães, belgas e franceses", declarou Michalis Dimitrakopoulos, o advogado que representa outra figura-chave do caso, a ex-eurodeputada grega Eva Kaili, ao canal de televisão grego Kontra.
Panzeri concordou na semana passada, em troca de uma redução de pena, em cooperar com os procuradores belgas que investigam alegadas tentativas do Qatar, e aparentemente também de Marrocos, de influenciar decisões das instituições europeias a seu favor, mediante o pagamento de subornos a eurodeputados e funcionários do Parlamento Europeu (PE).
O advogado da ex-eurodeputada e ex-vice-presidente do PE considera que Panzeri é "muito pouco confiável" e que "assinará o que lhe derem", depois de chegar a acordo com os promotores, estando apenas "interessado em salvar a mulher e a filha".
Além de Panzeri, que está preso na Bélgica, também a sua mulher, Maria Dolores Colleoni, cuja extradição foi pedida à justiça italiana, e sua filha Silvia, são acusadas de envolvimento neste alegado caso de subornos.
A investigação conduzida pelas autoridades belgas permitiu a apreensão de malas com dinheiro no total de 1,5 milhões de euros e quatro pessoas foram indiciadas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação numa organização criminosa.
A par de Pier Antonio Panzeri, a ex-eurodeputada e ex-vice-presidente do PE Eva Kaili, o seu assessor e companheiro Francesco Giorgi, e o dirigente da organização não-governamental (ONG) "No Peace Without Justice" Niccolo Figa-Talamanca são outros nomes envolvidos no processo e presos na Bélgica.
A justiça belga pediu também a retirada da imunidade parlamentar a outros dois eurodeputados, o belga Marc Tarabella e o italiano Andrea Cozzolino.
Este último antecipou, entretanto, que está disposto a renunciar à sua imunidade judicial, anunciaram hoje os seus advogados à comissão de justiça do Parlamento Europeu.
Qatargate: Parlamento Europeu aprova proposta para travar lóbi indevido
Os líderes dos grupos políticos do Parlamento Europeu (PE) aprovaram, esta quarta-feira, em Bruxelas, o plano proposto pela Presidente, Roberta Metsola, para 'fortalecer' a integridade, independência e responsabilidade da instituição, depois do escândalo de corrupção do Qatar.
Num comunicado à imprensa, o Parlamento Europeu dá conta que a reforma parlamentar foi aprovada hoje na Conferência dos Presidentes e que outras medidas de médio e longo prazo vão fazer parte de um processo de reforma mais amplo com um comité responsável específico.
"Prometi uma ação rápida e decisiva em resposta à confiança perdida", disse a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, após a aprovação, considerando as reformas hoje acordadas "um novo começo para fortalecer" a integridade, a independência e a responsabilidade no Parlamento Europeu.
"As reformas são os primeiros passos para reconstruir a confiança na tomada de decisões europeia e Espero que de alguma forma mostre que a política é uma força para o bem", disse ainda.
Os primeiros passos da reforma, hoje aprovados, incluem um período de reflexão para os deputados que desejam fazer 'lobby' no parlamento quando não estiverem mais no cargo e a inscrição obrigatória no Registo de Transparência para qualquer evento com participação de representantes de interesses no PE.
Também está prevista a obrigação alargada a todos os deputados, assistentes e demais colaboradores, que participem ativamente num relatório ou resolução, de declarar reuniões marcadas com representantes diplomáticos de países terceiros.
A proibição de grupos de amizade com países terceiros onde já existam interlocutores parlamentares oficiais e que possam causar confusão também está prevista, assim como relatores e 'relatores-sombra' passarem a apresentar uma declaração de conflito de interesses quando nomeados.
Para acompanhar todas as ações acima mencionadas, o Parlamento anuncia a realização de campanhas regulares de sensibilização sobre as obrigações dos deputados e funcionários.
"A decisão de hoje é o primeiro passo num processo para aumentar a confiança pública no Parlamento e proteger o direito dos deputados ao livre exercício do seu mandato, incluindo a liberdade de associação", anuncia no comunicado.
Também conhecido como 'Qatargate', o escândalo político que culminou com a detenção em dezembro da eurodeputada grega, e vice-presidente do PE, Eva Kaili, envolve políticos, funcionários políticos, lobistas, funcionários públicos e suas famílias, acusados de envolvimento em corrupção, lavagem de dinheiro e crime organizado envolvendo o Parlamento Europeu.
Na sequência do escândalo, a presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, apresentou propostas para reforçar a integridade, a independência e a responsabilidade da instituição europeia.
Autoridades belgas detêm eurodeputado Tarabella para interrogatório
O eurodeputado belga Marc Tarabella foi hoje detido para interrogatório, ao mesmo tempo que foram feitas novas buscas no âmbito do escândalo de corrupção 'Qatargate' que abalou o Parlamento Europeu (PE), anunciou a Procuradoria-geral belga.
Tarabella, a quem foi recentemente levantada a imunidade parlamentar, é suspeito de envolvimento num escândalo de corrupção que o Qatar e Marrocos, tendo, sendo a imprensa belga, sido levado para interrogatório às 06:00 da manhã (05:00 em Lisboa), na qualidade de suspeito.
As buscas decorreram num cofre bancário em Liége (80 km a norte de Bruxelas), pertencente ao eurodeputado do grupo S&D, e as instalações da Câmara Municipal de Anthisnes, a que Tarabella preside.
Tarabella foi denunciado por Pier Antonio Panzeri - ex-eurodeputado socialista italiano no grupo político dos Socialistas e Democratas (S&D), na anterior legislatura -, como tendo recebido cerca de cem mil euros para 'suavizar' as suas posições em relação ao Qatar e à organização do Mundial de futebol em 2022.
O PE levantou, no início do mês, a imunidade parlamentar de Tarabella (que foi entretanto afastado do PS belga e do grupo euro parlamentar S&D, integrando agora o dos Não Inscritos), e do italiano Andrea Cozzolino, também nos Não Inscritos e eleito pelo Partido Democrático.
O escândalo rebentou no início de dezembro de 2022, após as autoridades terem realizado uma série de buscas em Bruxelas e Itália e apreendido centenas de milhares de euros.
Quatro pessoas foram acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro e de integrarem uma organização criminosa: a eurodeputada grega (afastada do cargo de vice-presidente do PE e dos S&D) Eva Kaili, o seu marido e assistente parlamentar Francesco Giorgi, o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri e o responsável de uma ONG Niccolo Figa-Talamanca.
Entretanto, Panzeri fez um acordo com a Procuradoria belga, passando a ser informador em troca de uma redução da pena.