Quase 3,5 milhões de portugueses têm hipertensão

[eica]

Medir a tensão é fundamental

A hipertensão, o principal fator de risco para o AVC, afeta 42,2% da população, num total estimado de 3,47 milhões de portugueses, revela um estudo nacional feito pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão.

É uma doença crónica, que afeta todas as idades, mas a prevalência aumenta com o passar dos anos. Cerca de 75% da população com mais de 64 anos sofre de hipertensão. A distribuição geográfica dos hipertensos também é assimétrica. O Norte tem menos doentes (39,1%), mas é a região com pior conhecimento da doença, menos doentes tratados e menos doentes controlados (com as tensões abaixo dos 14/9). Por oposição, a região de Lisboa e Vale do Tejo é a que tem maior conhecimento da doença, mais doentes tratados e controlados.

Comparando os resultados do estudo, que tem por base uma amostra de 3720 pessoas, com os de uma investigação semelhante feita em 2003 , "há uma melhoria significativa na percentagem de doentes controlados", conclui Fernando Pinto, presidente da SPH.

Atualmente, 42,6% dos doentes estão controlados, quase o quádruplo do registado há uma década (11,2%). Há também melhorias expressivas nos doentes não tratados: em 2003 eram 61%; em 2013 são 25%. O número de hipertensos que sabe que tem a doença também aumentou de 45% para 76,8%.

O estudo, feito em colaboração com a Universidade Fernando Pessoa e apresentado este domingo de manhã no 7º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular, debruçou-se também sobre a quantidade de sal consumido, um dos fatores que mais contribui para as tensões altas.

Em média, os portugueses ingerem 10,7 gramas de sal por dia, menos 1,3 gr/dia do que em 2005. Para o cardiologista e coordenador do estudo, Luís Martins, a diminuição é "espantosa", já que a maioria dos países levaram 20 anos a conseguir semelhante evolução. Ainda assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de 5,5gramas de sal por dia.

Fonte: JN