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Quase 50% dos primatas estaria em perigo de extinção, diz estudo

Matapitosboss

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Quase 50% dos primatas, a espécie mais próxima do ser humano, corre risco de extinção, apesar do sucesso brasileiro com os micos-leões dourado e preto, segundo um estudo a ser apresentado amanhã no 22º Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia (IPS, em inglês) na cidade escocesa de Edimburgo.


De acordo com o estudo, financiado por diversas organizações de conservação natural, quase a metade das 634 classes de primatas registadas no mundo corre perigo, com base nos critérios da chamada "Lista vermelha de espécies em perigo" da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês).


Esta avaliação do estado dos primatas, como símios ou macacos, foi elaborada com a colaboração de cientistas e organizações de vários países e é o mais exaustivo realizado em cinco anos.


Segundo o estudo, que contribuirá para o debate no congresso de primatologia mais importante do mundo, mais de 70% dos primatas na Ásia foram classificados como vulneráveis, em perigo ou em perigo crítico (que poderiam desaparecer para sempre em um futuro próximo).


Segundo os especialistas, as maiores ameaças para os primatas são a destruição do habitat, sobretudo a queima e derrubada das florestas tropicais, a caça de primatas com fins alimentícios e o comércio ilegal de espécies selvagens.


Durante anos, a IUCN alertou sobre o desaparecimento de primatas, mas agora há "dados sólidos que mostram que a situação é muito mais crítica" do que era imaginado, diz na nota Russell Mittermeier, presidente do programa Conservação Internacional (CI), que co-financiou o estudo.


De acordo com o exame dos primatas, uma espécie que compartilha quase todo seu DNA com os seres humanos, no Vietname e Cambodja quase 90% das espécies se encontra em risco de extinção.


Apesar do panorama em geral desalentador, certas espécies puderam se recuperar com sucesso.


No Brasil, o Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) que em 2003 estava em "perigo crítico", agora passou para a categoria "em perigo", da mesma forma que o Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), após três décadas de esforços de uma série de organizações.


O encontro ocorre até 8 de Agosto na capital escocesa.


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xicca

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Quase metade das espécies de primatas está em risco de extinção

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Um futuro sem primatas parece um quadro improvável, mas os dados mais recentes não nos deixam ser optimistas. Cerca de 48 por cento das 634 espécies e subespécies de primatas são considerados vulneráveis, em perigo ou ameaçados de extinção no último relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), agora divulgado.

"É bastante espectacular, estamos a dizimar os primatas", diz Jean-Christophe Vie, um dos responsáveis do Programa de Espécies da UICN. As principais razões do declínio são simples: a perda do habitat e a caça.

A desflorestação do Sudeste Asiático, da África e da Amazónia reduz progressivamente as comunidades de primatas e põe em risco todas as espécies dessas regiões. Já a caça, tanto para alimentação de comunidades locais, como para a produção de medicamentos tradicionais, é uma ameaça direccionada que não acaba quando se criam zonas protegidas.

O relatório foi apresentado no XXII Congresso Internacional da Sociedade de Primatologia, em Edimburgo, e está a assustar os peritos da área. "Andámos preocupados durante anos com o estado dos primatas, mas agora temos informação consistente que mostra que é bem mais grave do que imaginámos", diz Russell Mittermeier, presidente da organização Conservação Internacional (IC).

O estudo foi feito nos últimos cinco anos e abarca todo o mundo. Apesar de nenhuma região dar uma perspectiva animadora, o que está acontecer na Ásia é particularmente negro. Setenta e um por cento das espécies estão em risco. No Camboja e no Vietname, mais de 85 por cento das espécies estão ameaçadas.

"A situação na Ásia é causada pela desflorestação feita para a agricultura", explicou por telefone ao PÚBLICO Mike Hoffmann, responsável pelo programa da Unidade de Biodiversidade da IC. Hoffmann, que é especialista em primatas, dá o exemplo de parques naturais no Vietname que têm tido sucesso em reproduzir espécies em cativeiro que já quase não se encontram na natureza. "Mas não se pode reintroduzir se não houver protecção nem habitat", explica.

Proteger o habitat

Como é que se pode combater o problema? Apesar de cada local ter que ser avaliado por si, Hoffmann diz que há medidas gerais que podem ser aplicadas. "A forma de conservação principal tem que ser a protecção do habitat." Que serve para os primatas, mas também para as outras espécies. E esta protecção tem que envolver os governos e as comunidades locais.

Noutras situações, em que por exemplo é a alimentação que está em causa, a solução não pode ser a mesma. "Em África, a carne de animais selvagens é mais fácil de obter do que a de galinha", explica Hoffmann. Uma das soluções é as pessoas alimentarem-se de peixe, outra é aumentar o custo da carne dos primatas. Ambas as medidas são inverosímeis sem uma explicação que passa pelo contacto directo com as comunidades.

Exemplos a seguir

Em África e na América a situação não é tão grave. Mesmo assim, só em Madagáscar, cerca de 43 por cento das 92 espécies estão em perigo. A ilha alberga lémures, um grupo de primatas que evoluiu independentemente e não existe em mais lado nenhum. Várias regiões têm muitas espécies em zonas localizadas. "Se perdermos uma área de floresta, perdemos muitas espécies", explica o primatólogo.

Outras espécies estão ameaçadas individualmente e necessitam de medidas de protecção direccionadas, como os gorilas. Nos últimos anos, o número de gorilas aumentou e considera-se passar a espécie de ameaçada de extinção para vulnerável.

No Brasil há outros bons exemplos. Duas espécies de saguis têm sido alvo de conservação nas últimas três décadas. Depois de uma primeira tentativa de reintrodução falhada, a reflorestação localizada e a protecção fez os animais subirem na lista vermelha da IUCN. São um testemunho que contraria o pessimismo e a confirmação de que é possível inverter a tendência



Público
06.08.08
 
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