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Revisitar o rei D. Carlos da infância à sua morte
Tributo. Homenagem do Museu Nacional dos Coches ao monarca assassinado há cem anos,
"D. Carlos: Um Homem do seu Tempo" cruza, em exposição e catálogo, um novo olhar sobre a sua vida. Também o Palácio da Ajuda lhe presta hoje um tributo, evocando-o na casa onde nasceu e cresceu
Mostra do Museu dos Coches ficará patente até 25 de Janeiro
Em fundo, reproduções de primeiras páginas da Imprensa internacional, relatando um crime que chocou o mundo; ao centro, aquela que se tornaria a sua mais forte imagem - D. Amélia erguendo-se como um rochedo para proteger os seus, segurando ainda nas mãos o ramo de flores que minutos antes lhe fora oferecido. Junto dessa memória gráfica está a peça que foi testemunha directa desse dia 1 de Fevereiro de 1908: o landau que transportava a Família Real e no qual D. Carlos e D. Luís Filipe perderam a vida, oriundo do núcleo de Vila Viçosa do Museu Nacional dos Coches (MNC).
Assim começa a exposição "D. Carlos: Um Homem do seu Tempo", homenagem do MNC ao monarca, no ano em que se completou o centenário da sua morte em circunstâncias trágicas. E homenagem também a sua mulher, D. Amélia, a quem o museu mais visitado do País deve a sua criação e o enriquecimento, quer do seu acervo, quer - nunca será de mais lembrá-lo num momento em que se planeiam novas instalações - da belíssima sala que acolhe o seu núcleo mais relevante.
Fruto do cruzamento de várias colecções - da própria a colecções privadas, passando pelo acervo do Palácio Nacional da Ajuda, que também hoje o evocará - "D. Carlos: Um Homem do seu Tempo" resulta ainda do convite que o museu endereçou a quatro investigadores: Eduardo Nobre (em "D. Carlos, Príncipe Real e Duque de Bragança", núcleo dedicado aos anos de formação); Rui Ramos ("D. Carlos como Político"); Luís Filipe Marques da Gama ("El-Rei D. Carlos, um Homem da Terra"); e Joaquim Vieira ("Cinco Minutos que Mudaram Portugal", sobre o Regicídio). Núcleos enquadrados por uma tábua cronológica de Paula Ferreira Lopes.
Por via desse espólio e desses estudos, D. Carlos e a sua acção surgem a uma nova luz, que nos fala, como sublinha ao DN Silvana Bessone, directora do MNC, do seu "cosmopolitismo e, simultaneamente, do seu gosto pela vida no campo, da sua profunda cultura e, sobretudo, da sua faceta europeísta", incompreendida pelo País na época, "particularmente difícil de gerir", que lhe coube viver.
A faceta mais privada da infância e juventude de D. Carlos está igualmente presente de forma expressiva. Desde os primeiros passos - alguns dos seus brinquedos lá estão, tal como o carrinho de criança que seu avô materno, Vitor Emanuel II de Itália, lhe ofereceu- aos anos de formação no Paço da Ajuda e na abertura a novos horizontes por influência familiar e em viagens ao estrangeiro, a primeira das quais com dois anos, a Itália, França e Inglaterra. Um documentário alusivo, do realizador João Serradas Duarte, completa o percurso desta mostra, que ficará patente até 25 de Janeiro. |
MARIA JOÃO PINTO
DN Online
Tributo. Homenagem do Museu Nacional dos Coches ao monarca assassinado há cem anos,
"D. Carlos: Um Homem do seu Tempo" cruza, em exposição e catálogo, um novo olhar sobre a sua vida. Também o Palácio da Ajuda lhe presta hoje um tributo, evocando-o na casa onde nasceu e cresceu
Mostra do Museu dos Coches ficará patente até 25 de Janeiro
Em fundo, reproduções de primeiras páginas da Imprensa internacional, relatando um crime que chocou o mundo; ao centro, aquela que se tornaria a sua mais forte imagem - D. Amélia erguendo-se como um rochedo para proteger os seus, segurando ainda nas mãos o ramo de flores que minutos antes lhe fora oferecido. Junto dessa memória gráfica está a peça que foi testemunha directa desse dia 1 de Fevereiro de 1908: o landau que transportava a Família Real e no qual D. Carlos e D. Luís Filipe perderam a vida, oriundo do núcleo de Vila Viçosa do Museu Nacional dos Coches (MNC).
Assim começa a exposição "D. Carlos: Um Homem do seu Tempo", homenagem do MNC ao monarca, no ano em que se completou o centenário da sua morte em circunstâncias trágicas. E homenagem também a sua mulher, D. Amélia, a quem o museu mais visitado do País deve a sua criação e o enriquecimento, quer do seu acervo, quer - nunca será de mais lembrá-lo num momento em que se planeiam novas instalações - da belíssima sala que acolhe o seu núcleo mais relevante.
Fruto do cruzamento de várias colecções - da própria a colecções privadas, passando pelo acervo do Palácio Nacional da Ajuda, que também hoje o evocará - "D. Carlos: Um Homem do seu Tempo" resulta ainda do convite que o museu endereçou a quatro investigadores: Eduardo Nobre (em "D. Carlos, Príncipe Real e Duque de Bragança", núcleo dedicado aos anos de formação); Rui Ramos ("D. Carlos como Político"); Luís Filipe Marques da Gama ("El-Rei D. Carlos, um Homem da Terra"); e Joaquim Vieira ("Cinco Minutos que Mudaram Portugal", sobre o Regicídio). Núcleos enquadrados por uma tábua cronológica de Paula Ferreira Lopes.
Por via desse espólio e desses estudos, D. Carlos e a sua acção surgem a uma nova luz, que nos fala, como sublinha ao DN Silvana Bessone, directora do MNC, do seu "cosmopolitismo e, simultaneamente, do seu gosto pela vida no campo, da sua profunda cultura e, sobretudo, da sua faceta europeísta", incompreendida pelo País na época, "particularmente difícil de gerir", que lhe coube viver.
A faceta mais privada da infância e juventude de D. Carlos está igualmente presente de forma expressiva. Desde os primeiros passos - alguns dos seus brinquedos lá estão, tal como o carrinho de criança que seu avô materno, Vitor Emanuel II de Itália, lhe ofereceu- aos anos de formação no Paço da Ajuda e na abertura a novos horizontes por influência familiar e em viagens ao estrangeiro, a primeira das quais com dois anos, a Itália, França e Inglaterra. Um documentário alusivo, do realizador João Serradas Duarte, completa o percurso desta mostra, que ficará patente até 25 de Janeiro. |
MARIA JOÃO PINTO
DN Online