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'Revolução está latente e não irá ser pacífica'

florindo

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Otelo Saraiva de Carvalho ©Lusa

Otelo Saraiva de Carvalho acha que o Governo está a violar a Constituição, de que as Forças Armadas são «guardiãs», e avisa que uma revolução «está latente» e não deverá ser pacífica como o 25 de Abril.
Em entrevista à Agência Lusa, no dia em que militares se reúnem para discutir a situação actual e as suas repercussões nas Forças Armadas, o célebre «capitão de Abril» diz que é diariamente confrontado com «anónimos» que o convidam a fazer uma nova revolução, «agora sem cravos».
Esta ideia de uma nova revolução «está latente», disse Otelo.
«É preciso uma nova revolução, há essa tendência de que é preciso modular isto tudo de novo, mas ninguém pensa que a evolução para essa revolução possa ser pacífica. Esse é o grande temor que existe», afirmou.
Um ano depois de ter afirmado, em entrevista à agência Lusa, de que, ultrapassados os limites, os militares deviam fazer um golpe de Estado e derrubar o governo, tendo por isso sido alvo de uma queixa no Ministério Público, entretanto arquivada, o militar não tem dúvidas: «Os limites foram ultrapassados».
Otelo pensa que uma nova revolução não deverá ser tão pacífica como a do 25 de Abril, porque «agora estão exacerbados os ódios que se foram acumulando».
«Quando se abre uma esperança enorme para o povo e o povo acredita que vai a caminho de algo que nunca tinha tido, e quando há uma regressão para níveis insustentáveis, de pobreza, de regresso a situações anteriores…», comentou.
O militar diz que tem acompanhado as manifestações populares em Portugal «com bastante emoção e um crescendo de ansiedade para ver onde vai desaguar esta enorme corrente de descontentamento que hoje grassa» em Portugal.
«Finalmente, o nosso povo submisso e de brandos costumes está a acordar para uma realidade que é pungente e que está a ser avassaladora num país que abriu uma esperança enorme com o 25 de Abril e que agora se vê, menos de 40 anos depois, num estado em que a pobreza aumentou 80 por cento em 20 anos, em que a classe média está a regredir e a passar a níveis de pobreza que eram impensáveis até há pouco tempo», disse.
Questionado sobre o papel das Forças Armadas perante a realidade, Otelo lembra que estas são «as guardiãs da Constituição da República».
«O que disse [em entrevista à agência Lusa, em Novembro de 2011] e repito é que é dever patriótico das Forças Armadas - quando a Constituição da República, de que são guardiãs, está a ser ultrapassada e violada sistematicamente por quem governa - organizar, preparar uma acção militar e derrubar o governo», afirmou.
Sobre as consequências deste ato, Otelo considera que tais são para «ver depois» e acusa: «Este Governo não serve os interesses do povo. Viola a Constituição de que as Forças Armadas são guardiãs».
Otelo reconhece que as Forças Armadas estão hoje «muito diferentes» do que as que existiam quando estava no activo. «Não vejo que o Exército tenha neste momento capacidade de conseguir fazer alguma coisa por este povo».
Questionado sobre o que sente perante a crise que o pais atravessa, Otel disse sentir um «desgosto enorme». Apesar de não saber o que pode fazer para ajudar a mudar as coisas, o «capitão de Abril» avança: «Se eu tivesse menos 30 anos…».
«Tal como lhe disse em Novembro do ano passado, com 800 homens eu fazia uma operação militar e mudava o regime. Mais do que mudar o governo, é preciso mudar o regime», sublinhou à Lusa.

Fonte: Lusa/SOL
 
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