Luz Divina
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Rinoceronte-negro pode voltar ao Chade décadas após a extinção no país

O rinoceronte-negro pode voltar ao Chade décadas após a extinção no país. A organização organização African Parks (AP), que gere o Parque Nacional de Zakouma, anunciou que pretende "importar" rinocerontes da espécie “Criticamente em Perigo” da África do Sul no próximo ano.
Menos de dois meses depois de reintroduzir leões sul-africanos no Parque Nacional de Akagera, no Ruanda, a AP faz planos para repetir a façanha, propondo-se transferir a 5-10 rinocerontes-negros da África do Sul para o país da África Central, noticia o Guardian.
O rinoceronte-negro, Diceros bicornis, é uma espécie da qual são reconhecidas quatro subespécies (segundo a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas) de acordo com a área de ocorrência no continente africano: rinoceronte-negro-do-sudoeste (D. b. bicornis), rinoceronte-negro-oriental (D. b. michaeli), rinoceronte-do-centro-sul (D. b. minor) e rinoceronte-negro-ocidental (D. b. longipes).
No Parque Nacional de Zakouma existiu, até 1972, rinoceronte-negro-ocidental. A subespécie foi então caçada até à extinção pelo seus cornos, o que viria a acontecer também no resto do país e nos países vizinhos, de tal forma que o rinoceronte-negro se extinguiu regionalmente a norte do Quénia.
Passados mais de 40 anos e cinco anos depois de ter assumido a gestão da área protegida a AP, que tem como objetivo restaurar a fauna nativa de todos os parques a seu cargo, acredita que é tempo do rinoceronte-negro voltar a deambular por Zakouma.
“Agora que o parque está sob a nossa gestão e temos um dispositivo anti-caça furtiva muito forte e eficaz, podemos considerar a reintrodução de uma espécie-chave como o rinoceronte-preto, mesmo que seja de uma subespécies diferente”, explicou Peter Fearnhead, diretor-executivo da AP.
“Exatamente quando é que isso vai acontecer é difícil dizer porque a complexidade, a logística e o custo deste exercício, que envolve numerosas entidades, são enormes, mas a nossa intenção é essa”.
A África do Sul foi o país de origem escolhido, talvez porque é onde habitam 80% dos rinocerontes africanos (rinoceronte-branco e rinoceronte-negro) e porque a caça furtiva que ameaça as populações tem registado sucessivos recordes anuais, pelo que a tranferência é uma forma de salvaguardá-las.
A situação é de tal modo preocupante que está em curso a maior operação de transferência aérea de rinocerontes alguma vez levada cabo, que prevê realojar 100 animais de áreas sobrelotadas e que atraem muitos caçadores no vizinho Botsuana.
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