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A comissão de trabalhadores da RTP acusou o primeiro-ministro de obrigar o erário público ao gasto «injustificável» de milhares de euros para que a entrevista desta noite se realize em São Bento e não nas instalações da televisão.
Em comunicado emitido na quarta-feira à noite, a comissão de trabalhadores (CT) da RTP acusa o primeiro-ministro de obrigar à deslocação de vários profissionais do canal público à residência oficial em São Bento para a realização da entrevista agendada para hoje, apenas para não enfrentar nas instalações da RTP «cara-a-cara os trabalhadores de uma empresa que o Governo está em vias de destruir».
«Não entendemos que, só para se poupar a esse confronto, tenha imposto a realização da entrevista em S. Bento, com um custo adicional de milhares de euros para o erário público, injustificável em tempo de cortes na despesa», refere a Comissão de Trabalhadores.
A CT da RTP afirmou, em comunicado, que «a tarefa especialmente ingrata» dos trabalhadores que estarão ao serviço da realização da entrevista vão cumprir as suas funções «com o profissionalismo de sempre», mas «sob protesto» de todos os trabalhadores da RTP.
Os trabalhadores da estação de serviço público de rádio e televisão acusam ainda o Governo de insistir no «desmembramento da RTP», com base numa «ideia fixa», sem nunca a ter explicado ou dado mostras de ter «estudado o assunto com seriedade».
A CT refere ainda que o Governo, através de declarações de vários ministros, tem demonstrando «ignorância» sobre o que é o serviço público de rádio e televisão.
«Um deles já o definiu até como o somatório de «missa e tempos de antena». Nós, profissionais da RTP, sabemos que serviço público não é isso. E não é certamente o tempo de antena de um primeiro-ministro desgastado, que, lá por ter pressa em privatizar a RTP às fatias, não deixa de querer utilizá-la até ao último sopro», concluiu o comunicado.
Fonte: Lusa/SOL
