Portal Chamar Táxi

Rui Moreira acusa Governo de querer usar lucros de Leixões para cobrir défices dos ou

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
39,093
Gostos Recebidos
496
A Associação Comercial do Porto insurgiu-se hoje, terça-feira, contra a "perversa ideia de fundir todos os portos numa única empresa", considerando que se pretende "cobrir défices de portos mal geridos" com o "oásis de rentabilidade" que é Leixões.
ng1384797.jpg

Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto

"A ideia de transferir para Lisboa a sua gestão e recursos, diluindo o Porto de Leixões na mediocridade de que agora é excepção, é um acto centralista e irresponsável e, por isso, intolerável" para a Associação Comercial do Porto (ACP), lê-se num texto com a posição pública da associação, hoje, terça-feira, apresentado em conferência de imprensa.

Segundo o presidente da ACP, Rui Moreira, esta posição pública será agora enviada ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, aos deputados, aos partidos políticos e aos líderes políticos e forças vivas da região norte, na tentativa de que "aqueles que têm poder optem por uma decisão diferente".

De acordo com a associação, a intenção de fusão dos vários portos nacionais "está escarrapachado no PRACE [Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado]" elaborado em 2006 pelo ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, estando a sua implementação prevista no Orçamento do Estado para 2011.

Contactada pela Lusa, fonte do ministério confirmou estar a avaliar a gestão dos portos comerciais portugueses com o objectivo de "optimizar a governância do sector", mas considerou "prematuro apontar desde já para qualquer modelo" institucional.

"Pouco nos tranquiliza que o Governo venha dizer que é prematuro falar em modelos. Então que diga, objectivamente, que o PRACE é para deitar fora", riposta o presidente da ACP.

Para Rui Moreira, "para haver coordenação entre os portos o Governo não precisa de criar uma empresa única. Existe a Associação Portuguesa de Portos e, se o Estado entende -- e bem -- que é preciso coordenar os investimentos nos vários portos, deve usar esse instrumento".

Na sua opinião, "a fusão não tem a ver com coordenação, mas com uma tentativa de fazer alguma economia de escala e implementar um sistema de vasos comunicantes, porque o Governo não tem coragem para resolver o que está mal em cada porto".

É que, sustenta, Leixões é um "oásis de rentabilidade" num "quadro sombrio" que domina todo o restante sistema portuário português: à "difícil situação" de Lisboa junta-se em Aveiro os "quase 14 milhões de euros de sistemáticos resultados operacionais negativos nos últimos 10 anos" e o "verdadeiro escândalo nacional" de Sines, "condicionado por um acordo catastrófico com o Porto de Singapura".

"O Porto de Leixões é um oásis de racionalidade económica neste mapa. Aliás, o seu modelo de concessão tem sido apontado como um dos raros casos de sucesso das parcerias público privadas", destaca a ACP.

Recusando qualquer "vislumbre da menor justificação técnica ou económica" que sustente a fusão entre portos, a associação diz tudo não passar de "um plano para retirar toda a autonomia ao maior porto de exportação nacional, para desviar os seus recursos e cobrir défices de portos mal geridos e mal tutelados que, ainda por cima, se dedicam maioritariamente à importação".

JN
 
Topo