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27 Mai 2008, 14:48h
A Escola Superior de Educação de Santarém (ESES) está a preparar, juntamente com o Governo são-tomense, toda a reforma curricular do ensino básico de S. Tomé e Príncipe, num projecto da Fundação Calouste Gulbenkian com apoio do Banco Mundial.
Maria João Cardona, presidente da ESES e coordenadora do projecto, disse à agência Lusa que entregou esta semana na Gulbenkian os manuais para os 3º e 4º anos, para ser aberto concurso internacional para a sua edição e começarem a ser utilizados, em Setembro, nas escolas são-tomenses.
Os manuais escolares para os 1º e 2º anos estão já nas mãos dos alunos são-tomenses, tendo substituído os livros feitos há 20 anos pela Gulbenkian e que praticamente já só existiam um por escola, disse.
O convite da Gulbenkian à ESES surgiu em 2005, tendo Maria João Cardona constituído uma equipa de 13 pessoas, das várias áreas curriculares, que começaram, com uma equipa local, a preparar a reforma curricular e a elaborar os manuais.
Ao mesmo tempo, o Banco Mundial está a financiar a construção de 20 escolas, que exigiu abrangerem os seis primeiros anos de escolaridade, estando em discussão no seio do Governo são-tomense o alargamento da monodocência aos 5º e 6º anos.
Essas escolas permitirão acabar com a situação actual, de três turnos diários, o que leva a que as crianças permaneçam pouco tempo na escola, sublinhou.
O projecto, que irá durar ainda mais dois a três anos (os manuais do 5º ano vão entrar em experimentação em Setembro), tem atravessado várias mudanças políticas (já conheceu três ministros da Educação), o que gerou alguns atrasos, mas tem tido progressos assinaláveis.
"Os manuais dos 1º e 2º anos tiveram muitas alterações, mas agora o ritmo e a participação já são outros", disse Jean Campiche, docente da ESES responsável, no projecto, pela área de Expressão Plástica, frisando a preocupação de "ir ao encontro das necessidades e da cultura" são-tomenses.
A equipa contactou escritores daquele país, como Alda Espírito Santo, para selecção dos textos e poemas a inserir nos manuais.
Dos textos fazem ainda parte provérbios e receitas culinárias, tendo havido a preocupação de manter termos em crioulo, em resposta a uma preocupação dos intelectuais locais de preservar as línguas vivas. "Não foi fácil, porque há três versões de crioulo", disse Maria João Cardona.
Obedecendo à reforma curricular de 2003, os manuais foram organizados por unidades temáticas - Português, Matemática e Estudo do Meio (físico e social), tema que assegura a transversalidade -, tendo as Expressões (Plástica, Dramática, Musical e Motora) ficado integradas no livro de Sugestões Pedagógicas.
Ramiro Marques, responsável pela Formação e Desenvolvimento Curricular, adiantou que nas primeiras visitas às escolas são-tomenses, os técnicos fizeram um levantamento do material em falta, tendo o Banco Mundial financiado o equipamento dos estabelecimentos de ensino.
A formação dos professores de São Tomé é outra questão em cima da mesa, já que a formação inicial está fechada há muitos anos, excepto para o pré-escolar.
A ESES tem colaborado na formação de professores, tendo recebido um grupo de 11 formandos da escola de formação são-tomense, que tem feito essencialmente formação contínua, afirmou Ramiro Marques.
Por outro lado, estagiários da ESES têm ido a S. Tomé, tendo os três que foram em 2007 iniciado a criação de Clubes de Leitura na Misericórdia local, com a biblioteca que existia na instituição e os muitos livros que a Associação de Estudantes recolheu em Santarém.
O MIRANTE
A Escola Superior de Educação de Santarém (ESES) está a preparar, juntamente com o Governo são-tomense, toda a reforma curricular do ensino básico de S. Tomé e Príncipe, num projecto da Fundação Calouste Gulbenkian com apoio do Banco Mundial.
Maria João Cardona, presidente da ESES e coordenadora do projecto, disse à agência Lusa que entregou esta semana na Gulbenkian os manuais para os 3º e 4º anos, para ser aberto concurso internacional para a sua edição e começarem a ser utilizados, em Setembro, nas escolas são-tomenses.
Os manuais escolares para os 1º e 2º anos estão já nas mãos dos alunos são-tomenses, tendo substituído os livros feitos há 20 anos pela Gulbenkian e que praticamente já só existiam um por escola, disse.
O convite da Gulbenkian à ESES surgiu em 2005, tendo Maria João Cardona constituído uma equipa de 13 pessoas, das várias áreas curriculares, que começaram, com uma equipa local, a preparar a reforma curricular e a elaborar os manuais.
Ao mesmo tempo, o Banco Mundial está a financiar a construção de 20 escolas, que exigiu abrangerem os seis primeiros anos de escolaridade, estando em discussão no seio do Governo são-tomense o alargamento da monodocência aos 5º e 6º anos.
Essas escolas permitirão acabar com a situação actual, de três turnos diários, o que leva a que as crianças permaneçam pouco tempo na escola, sublinhou.
O projecto, que irá durar ainda mais dois a três anos (os manuais do 5º ano vão entrar em experimentação em Setembro), tem atravessado várias mudanças políticas (já conheceu três ministros da Educação), o que gerou alguns atrasos, mas tem tido progressos assinaláveis.
"Os manuais dos 1º e 2º anos tiveram muitas alterações, mas agora o ritmo e a participação já são outros", disse Jean Campiche, docente da ESES responsável, no projecto, pela área de Expressão Plástica, frisando a preocupação de "ir ao encontro das necessidades e da cultura" são-tomenses.
A equipa contactou escritores daquele país, como Alda Espírito Santo, para selecção dos textos e poemas a inserir nos manuais.
Dos textos fazem ainda parte provérbios e receitas culinárias, tendo havido a preocupação de manter termos em crioulo, em resposta a uma preocupação dos intelectuais locais de preservar as línguas vivas. "Não foi fácil, porque há três versões de crioulo", disse Maria João Cardona.
Obedecendo à reforma curricular de 2003, os manuais foram organizados por unidades temáticas - Português, Matemática e Estudo do Meio (físico e social), tema que assegura a transversalidade -, tendo as Expressões (Plástica, Dramática, Musical e Motora) ficado integradas no livro de Sugestões Pedagógicas.
Ramiro Marques, responsável pela Formação e Desenvolvimento Curricular, adiantou que nas primeiras visitas às escolas são-tomenses, os técnicos fizeram um levantamento do material em falta, tendo o Banco Mundial financiado o equipamento dos estabelecimentos de ensino.
A formação dos professores de São Tomé é outra questão em cima da mesa, já que a formação inicial está fechada há muitos anos, excepto para o pré-escolar.
A ESES tem colaborado na formação de professores, tendo recebido um grupo de 11 formandos da escola de formação são-tomense, que tem feito essencialmente formação contínua, afirmou Ramiro Marques.
Por outro lado, estagiários da ESES têm ido a S. Tomé, tendo os três que foram em 2007 iniciado a criação de Clubes de Leitura na Misericórdia local, com a biblioteca que existia na instituição e os muitos livros que a Associação de Estudantes recolheu em Santarém.
O MIRANTE