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"Se a Rússia virar a sua atenção para erradicar o ISIS então teremos um objetivo comum"

kokas

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Set 27, 2006
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Robert Sherman, embaixador dos EUA em Portugal, falou ao DN à margem do seminário "Portugal, NATO e o Novo Arco de Crises", organizado pela FLAD e pela Universidade Nova de Lisboa.

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Qual a sua reação a esta súbita aliança militar pós-atentados de Paris entre a França, um país da NATO, e a Rússia? Ainda há um ano os franceses recusavam vender aos russos os navios Mistral, por causa da Ucrânia, e agora estão a coordenar com eles ações na Síria contra o Estado Islâmico.Acho que aquilo que estamos a ver hoje no mundo são alianças a serem construídas não necessariamente entre amigos mas entre países que têm um interesse comum. Vimos isso no caso dos próprios Estados Unidos, quando nos opomos à Rússia no que respeita às suas ações na Ucrânia mas ao mesmo tempo somos parceiros com a Rússia quando negociamos com os iranianos para impedi-los de alcançarem a arma nuclear. O mesmo está a acontecer em outras partes do mundo e quando os países têm um objetivo em comum, um interesse partilhado, tornam-se aliados para a sua concretização.Imagina também os Estados Unidos a desenvolverem na Síria algum tipo de ação militar em parceria com a Rússia?Posso certamente imaginar os Estados Unidos a procurarem um terreno de entendimento com os russos. Não concordamos com a Rússia em termos do que está a fazer na Síria agora. Pensamos que em muitos aspetos não estão tão dedicados a contrariar o ISIS como estão a apoiar o seu Estado-cliente, o seu governo-cliente liderado pelo presidente Assad. Mas se a Rússia efetivamente virar a sua atenção para erradicar o ISIS então teremos um objetivo comum com eles e vejo--nos a envolver-nos para o alcançar.Quer dizer que em termos de política externa americana as crises na Síria e na Ucrânia são totalmente diferentes e por isso exigem diferentes abordagens?Não acho que sejam totalmente diferentes. Estas crises são ameaças para todas as nações democráticas. E temos de compreender que estamos num mundo muito perigoso atualmente e que as ameaças chegam sob diferentes formas. Ameaças assimétricas sob a forma do terrorismo mas também o tipo de ameaças vindo da Rússia. O ponto- -chave nisso é que nenhum país está em condições de responder sozinho. Os Estados Unidos não podem responder sozinhos. Temos de nos envolver com os nossos parceiros de coligação, e esses primeiro que tudo vêm da Europa porque partilhamos os mesmos valores, uma história comum, um respeito pela liberdade de expressão, religiosa, um compromisso com a tolerância. E assim estas ameaças exigem que todos os países, todos os países democráticos, participem e se comprometam connosco para construir capacidade para efetivamente enfrentar as ameaças à liberdade, venham elas de onde vierem.Prevê a hipótese de haver tropas americanas no solo na Síria?Até agora não houve nenhuma decisão sobre tropas americanas no solo na Síria. O presidente Obama autorizou tropas especiais a funcionar como conselheiros das forças da oposição na Síria. Mas temos de ter sempre em mente que as situações evoluem rapidamente e que as estratégias e abordagens dos problemas podem sempre ser reconsideradas para se adaptarem a novas realidades. Assim, não posso prever o que vai acontecer no futuro, mas sei que estamos constantemente a reavaliar a nossa posição. E o nosso objetivo é contrariar as ameaças que vão surgindo.Mas pode dizer-se que neste momento destruir os jihadistas é a prioridade para os Estados Unidos na Síria, não o futuro do regime de Assad?Podemos dizer que temos dois problemas na Síria: um é que temos o ISIS, o outro é que temos um presidente naquele país que manda lançar barris de explosivos sobre o seu próprio povo e já mostrou vontade de usar armas químicas. Assim, penso que são ambos problemas. Não podemos simplesmente lidar com um e ignorar o outro. A solução na Síria, como a vemos dos Estados Unidos, não envolve simplesmente erradicar o ISIS e deixar o presidente Assad continuar a fazer o que fez no passado.


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