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Fotografia © Chrissy Wainwright | Via Flickr
Custa-lhe a levantar-se de manhã?
O problema pode não estar só na hora de deitar.
À medida que se percebem melhor os ritmos que regulam naturalmente os períodos de descanso e de vigília, mais cientistas colocam em causa os horários por que se rege a vida moderna.
Paul Kelley, investigador do Instituto do Sono e da Neurociência Circadiana da Universidade de Oxford, defendeu esta semana em conferência que as pessoas com menos de 50 anos não fossem obrigadas a entrar no trabalho antes das 10 da manhã, e que os adolescentes não começassem as aulas antes das 11.
Para o seu argumento, Kelley apoia-se num estudo que realizou e foi publicado no ano passado, em que descreveu as alterações que se fazem sentir nos ritmos circadianos - os ritmos biológicos internos que regulam o tempo passado a dormir e o tempo passado desperto - ao longo da vida.
No estudo, Kelley demonstrava que enquanto para uma criança de 10 anos, a hora natural para acordar está perto das 6.30 da manhã, para uma pessoa com 18 anos essa hora poderá ter atrasado até às 9.
E os horários não voltam aos níveis da infância até a pessoa chegar aos cinquentas.
Acordar a uma hora diferente daquela que é a natural é mais difícil do que simplesmente deitar mais cedo.
"Um alarme a tocar às 7 da manhã para adolescentes mais velhos é equivalente a um alarme às 4.30 para um professor de 50 anos", lê-se no estudo, citado pelo Guardian.
Kelley destacou na conferência que é como pedir a alguém para controlar o ritmo cardíaco.
Os ritmos circadianos são controlados pela luz que é captada pelos olhos e transmitida ao cérebro, para informar o corpo de quando deve estar cansado e quando deve estar repousado.
Devido a este desfasamento entre os ritmos naturais de sono e os ritmos impostos pelos horários habituais de aulas e de trabalho, muitas pessoas entre os 15 e os 50 anos se levantam-se antes do que o que lhes seria natural.
Isso leva a uma perda de sono que pode ultrapassar as duas horas e meia de sono a menos do que o necessário todas as noites, o que os leva para as escolas e escritórios com falta de sono e menos capacidades do que se dormissem mais.
Kelley recomenda, assim, que as escolas e locais de trabalho pensem em ajustar as horas de entrada de acordo com a idade dos envolvidos, de forma a evitar privação de sono, em vez de aplicar apenas horários que são bons para professores e chefias nos seus cinquentas.
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