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Homens, mulheres e até crianças têm, em algum momento, necessidade de manter um assunto trancado a sete chaves. Acontece que manter um segredo exige muito esforço e pode gerar ansiedade e angústia.
Entra em cena a confidente, aquela pessoa em quem se deposita confiança para compartilhar as informações sigilosas. Mas veja que responsabilidade! Se a dona do segredo, já fica desconfortável, imagine a confidente que ouve e fica obrigada a nunca contar a ninguém.
Em algum momento ela também vai ter necessidade de dividir o assunto com alguém. Não é porque ela é fofoqueira ou desleal, mas porque sua cabeça está sobrecarregada. Para isso, inclusive, existe uma explicação científica. A doutora Suzana Herculano-Houzel, neurocientista e professora da UFRJ, explica que guardar segredo é uma tarefa árdua para o cérebro. “A tendência do cérebro é funcionar por associação, evocando todas as informações relacionadas a um determinado assunto. Quando o tema tratado é um segredo, ele acaba tendo que suprimir a resposta automática que é dar os dados que você tem. Essa supressão dá trabalho. Ela depende do que nós chamamos de “controle executivo” feito pelo córtex pré-frontal. Se o objetivo é não contar, essa função faz o que for para suprimir o assunto”, detalha a doutora.
Mas há como manter um segredo bem guardado sem exigir tanto da melhor amiga. Segundo a neurocientista, a carga fica menor se for revelado o segredo a duas pessoas e ambas estiverem cientes de que a outra sabe. Assim elas podem conversar entre si e aliviar a tensão. O segredo estará bem guardado e não desgastará tanto os envolvidos. Agora, para a satisfação completa, não tem jeito, só abrindo o jogo. Um segredo revelado pode ser um enorme alívio para a mente. “Se você tem um segredo, toda vez que o assunto aparece você precisa ficar se policiando, isso cansa mentalmente. Por isso que quem acaba com um segredo de uma hora pra outra já não precisa mais exercer esse controle”, esclarece a doutora Suzana.
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