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GF Ouro
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Quase oito anos depois, Fernanda mantém a emoção quando fala da sua Cocki, a catatua que morreu atropelada no logradouro da sua casa. O Tribunal da Relação de Coimbra deu como provado que a ave fazia parte integrante da família e condenou agora a seguradora a pagar 1500 euros.
Ainda sofre pelo pássaro e é com "muita saudade" que recorda os tempos em que a Cocki lhe dava os bons dias e a chamava. "Brincava com ela, dava-lhe banho e levava-a a passear", conta Fernanda Rodrigues, admitindo que a catatua era "a sua amiga" e "um elemento da família".
Tinha meses de vida quando a Cocki chegou a casa dos Rodrigues. Em 1994, ainda viviam na Austrália e cedo se afeiçoaram à ave. "As minhas filhas já estavam grandes e eu tratava da Cocki como uma filha", recorda Fernanda, afiançando que a ave falava inglês e português e até a chamava para ir à rua fazer as suas necessidades fisiológicas.
Em 2000, Fernanda e Jorge decidiram regressar à aldeia de Carvalhais, Pombal, e com eles as duas filhas mais a catatua. A Cocki teria quase seis anos e adaptou-se facilmente aos ares portugueses.
Catalogada como sendo uma espécie internacionalmente protegida e designada cientificamente como "Cacatua Galerita", a vinda da Cocki para Portugal foi feita "com muita burocracia". Mas a vontade de ter por perto "este elemento da família", levou os Rodrigues a não desistir. "Tivemos de pedir licenças e de assinar declarações garantindo que ela não se destinava à comercialização", conta Fernanda, que ainda recorda os momentos "sofridos" no aeroporto de Lisboa, durante o tempo em que a catatua esteve de quarentena.
Na casa de Carvalhais, Cocki esteve dois anos. A 17 de Outubro de 2001, cerca das 14.30 horas encontrava-se fora da gaiola e acabaria por ser atropelada por uma viatura conduzida por um familiar dos Rodrigues. "Comoveu-nos muito a morte dela", diz.
Para além da morte da Cocki, os Rodrigues tiveram de enfrentar o "gozo" de alguns. Accionado o seguro do condutor da viatura, Fernanda recorda o dia em que o perito de seguros da companhia Tranquilidade lhe bateu à porta. "Ele veio cá duas vezes. Disse-me que não havia lei para estes casos e até contou que tinha estado num jantar onde se riram da história".
Fernanda afiança que ficou "chocada". "Para eles a Cocki não tinha interesse, mas para mim tinha muito, era mais um elemento da família, como se fosse uma pessoa", diz, revoltada. Garantindo que nunca pensou em dinheiro nem em ir para tribunal, Fernanda diz que apenas pretendia "respeito". Jorge Ferreira da Silva foi o advogado da família. Admite que o assunto "era interessante", que gostou de "fazer muita pesquisa" e que graças a alguns especialistas - que testemunharam em tribunal - hoje sabe muito mais de catatuas. Aquele advogado de Pombal sente-se satisfeito com a decisão do Tribunal da Relação de Coimbra, que condenou a seguradora a pagar 1500 euros de indemnização ao casal pela morte da catatua, acrescidos de juros de mora. Falta ainda o Tribunal de Pombal estipular o valor da ave que terá de ser pago aos Rodrigues - entre os 2500 e os 5000 euros.
Para Fernanda "fez-se justiça". Por isso, está "contente". "Não é pelo dinheiro, mas apenas por uma questão de justiça", conclui.
@ JN
Ainda sofre pelo pássaro e é com "muita saudade" que recorda os tempos em que a Cocki lhe dava os bons dias e a chamava. "Brincava com ela, dava-lhe banho e levava-a a passear", conta Fernanda Rodrigues, admitindo que a catatua era "a sua amiga" e "um elemento da família".
Tinha meses de vida quando a Cocki chegou a casa dos Rodrigues. Em 1994, ainda viviam na Austrália e cedo se afeiçoaram à ave. "As minhas filhas já estavam grandes e eu tratava da Cocki como uma filha", recorda Fernanda, afiançando que a ave falava inglês e português e até a chamava para ir à rua fazer as suas necessidades fisiológicas.
Em 2000, Fernanda e Jorge decidiram regressar à aldeia de Carvalhais, Pombal, e com eles as duas filhas mais a catatua. A Cocki teria quase seis anos e adaptou-se facilmente aos ares portugueses.
Catalogada como sendo uma espécie internacionalmente protegida e designada cientificamente como "Cacatua Galerita", a vinda da Cocki para Portugal foi feita "com muita burocracia". Mas a vontade de ter por perto "este elemento da família", levou os Rodrigues a não desistir. "Tivemos de pedir licenças e de assinar declarações garantindo que ela não se destinava à comercialização", conta Fernanda, que ainda recorda os momentos "sofridos" no aeroporto de Lisboa, durante o tempo em que a catatua esteve de quarentena.
Na casa de Carvalhais, Cocki esteve dois anos. A 17 de Outubro de 2001, cerca das 14.30 horas encontrava-se fora da gaiola e acabaria por ser atropelada por uma viatura conduzida por um familiar dos Rodrigues. "Comoveu-nos muito a morte dela", diz.
Para além da morte da Cocki, os Rodrigues tiveram de enfrentar o "gozo" de alguns. Accionado o seguro do condutor da viatura, Fernanda recorda o dia em que o perito de seguros da companhia Tranquilidade lhe bateu à porta. "Ele veio cá duas vezes. Disse-me que não havia lei para estes casos e até contou que tinha estado num jantar onde se riram da história".
Fernanda afiança que ficou "chocada". "Para eles a Cocki não tinha interesse, mas para mim tinha muito, era mais um elemento da família, como se fosse uma pessoa", diz, revoltada. Garantindo que nunca pensou em dinheiro nem em ir para tribunal, Fernanda diz que apenas pretendia "respeito". Jorge Ferreira da Silva foi o advogado da família. Admite que o assunto "era interessante", que gostou de "fazer muita pesquisa" e que graças a alguns especialistas - que testemunharam em tribunal - hoje sabe muito mais de catatuas. Aquele advogado de Pombal sente-se satisfeito com a decisão do Tribunal da Relação de Coimbra, que condenou a seguradora a pagar 1500 euros de indemnização ao casal pela morte da catatua, acrescidos de juros de mora. Falta ainda o Tribunal de Pombal estipular o valor da ave que terá de ser pago aos Rodrigues - entre os 2500 e os 5000 euros.
Para Fernanda "fez-se justiça". Por isso, está "contente". "Não é pelo dinheiro, mas apenas por uma questão de justiça", conclui.
@ JN