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Seis doentes com grave infecção ocular depois de tratados no hospital

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A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) está a analisar laboratorialmente o medicamento administrado a seis doentes do Hospital Santa Maria, Lisboa, que foram internados com uma infecção ocular. Segundo o semanário SOL e a SIC Notícias, os seis doentes terão mesmo perdido a visão.

Fonte do Infarmed disse à Lusa que "tem conhecimento da situação", estando a investigar o caso, incluindo esta investigação "análises laboratoriais" ao medicamento.

O Centro Hospitalar Lisboa Norte abriu um inquérito interno para apurar as circunstâncias em que seis doentes desenvolveram um quadro de endoftalmite (infecção ocular) depois de tratados com um medicamento bevacizumab, o que obrigou ao seu internamento.

Em comunicado, o director clínico, Correia da Cunha, explica que a 17 de Julho foram "observados e submetidos a tratamento doze doentes com degeneração macular associada à idade", no serviço de oftalmologia de Santa Maria, sendo terapêutica habitual nestes casos a administração de bevacizumab e ranibizumab.

"A seis doentes com a patologia referida foi administrado bevacizumab, tendo estes desenvolvido um quadro de endoftalmite que obrigou ao seu internamento", lê-se no comunicado.

O Centro Hospital adianta que foi "desencadeado de imediato o processo de notificação do evento" ao Sistema Nacional de Fármacovigilância, junto da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

"A Direcção Clínica suscitou os procedimentos internos e externos com vista ao apuramento integral dos factos que determinaram esta ocorrência", acrescenta.

O Centro Hospitalar Lisboa Norte afirma que "estão em curso todas as diligências no sentido de garantir o tratamento adequado" daqueles doentes, lementando o sucedido e assegurando o seu empenho "na garantia de uma boa recuperação clínica dos doentes envolvidos".

A SIC Notícias avançou hoje que "seis doentes ficaram cegos depois de terem sido operados, no mesmo dia, pela mesma equipa, no serviço de Oftalmologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa".

JN
 

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Hospital não sabe causa da cegueira

Negligência médica, problemas no lote do medicamento, falha na esterilização ou infecção hospitalar são as hipóteses que estão a ser investigadas pelas autoridades de Saúde para se perceber o que provocou a cegueira a seis doentes, sexta-feira, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A administração do hospital diz desconhecer a causa do problema.


"Não temos uma razão para esta reacção adversa grave provocada pela substância bevacizumab injectada nos olhos", disse ontem, em conferência de imprensa, Correia da Cunha, director clínico do Santa Maria. Adiantou que o hospital já tratou 80 doentes sem problema e remeteu a justificação para as investigações em curso, cujos resultados serão conhecidos dentro de 15 dias. Até lá, o medicamento está suspenso no hospital.

Já o administrador Adalberto Campos Fernandes afirmou que o hospital não se furtará a responsabilidades se for determinada responsabilidade: "A nossa prioridade é a recuperação dos doentes, dois dos seis já mostram alguma recuperação. Mantemos a confiança nos profissionais."

Deitada numa ca-ma do Serviço de Oftalmologia do Santa Maria, Antónia Martins não sabe o que fazer. Não vê do olho direito e não consegue comer. Em declarações ao CM, falou na possibilidade de processar a farmacêutica. "Estou muito deprimida. Quero voltar a ver."

"DIZ QUE SE MATA SE CONTINUAR SEM VER NADA"

Isaura Rodrigues, 54 anos, está preocupada com o estado da irmã – Maria das Dores Rodrigues Monteiro, 53 anos, viúva – que se encontra internada no Hospital de Santa Maria, tal como os restantes cinco doentes a quem correu mal o tratamento. "A minha irmã foi operada aos dois olhos. Via alguma coisa e fazia a sua vida. Negociava em carros e viajava. Agora não vê nada, está cega", conta Isaura, que receia por Maria das Dores: "Não se conforma com a cegueira e os médicos não dizem que vai passar. Diz que se mata e que se atira para debaixo de um carro se continuar sem ver nada. Tenho medo que o faça."

CINCO DOENTES INFECTADOS NOS COVÕES

Cinco doentes operados às cataratas em Setembro de 2007 no Hospital dos Covões, em Coimbra, sofreram uma infecção que causou a cegueira a um deles. Seis meses depois, a comissão de inquérito que investigou a infecção revelou ter detectado deficiências que podem ter estado na origem da contaminação, nomeadamente a utilização dos mesmos colírios (em vez de doses individuais) nos 17 doentes operados às cataratas, uns a seguir aos outros (entre as 08h30 e as 16h05 do mesmo dia). A comissão concluiu ainda que a infecção poderá ter estado associada às deficientes condições das instalaçõese da preparação pré-operatória do serviço de oftalmologia: "Proximidade excessiva dos doentes, condições físicas precárias e inadequadas", entre outras.

APONTAMENTOS

CINCO DIABÉTICOS

Cinco dos seis doentes quecegaram após a injecção do medicamento são diabéticos.

MINISTRA LAMENTA

A ministra da Saúde, Ana Jorge, lamenta o problema e diz que está a acompanhar o caso.

BREVIDADE

O bastonário dos médicos, Pedro Nunes, defende que o caso deve ser analisado depressa.

ALERTA SOBRE REMÉDIO

Os hospitais foram desaconselhado a usar o Avastin (remédio com bevacizumab) nos olhos.

CM
 

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Santa Maria: IGAS quer prioridade nas investigações

A Inspecção Geral das Actividades em Saúde (IGAS) considera que as investigações do caso dos doentes que perderam a visão no Hospital de Santa Maria têm “prioridade máxima”, uma vez que este incidente pode por em causa a confiança dos doentes da instituição.


Uma equipa de inspectores deste organismo esteve esta quinta-feira no Hospital de Santa Maria , Lisboa, a recolher dados, sendo que a investigação contará ainda com pareceres técnicos da autoridade que regula o sector de medicamentos em Portugal, Infarmed.



LABORATÓRIO NÃO SUSPENDEU UTILIZAÇÃO DO FÁRMACO

O Hospital de Santa Maria anunciou esta quinta-feira que foi informado em Fevereiro que o medicamento que provocou reacções adversas em seis doentes poderia causar complicações. Contudo, estas não apresentaram gravidade suficiente para que se procedesse à suspensão da utilização do fármaco.

O recurso a estes medicamentos resultou de “opiniões de peritos da instituição e doutros estabelecimentos hospitalares nacionais, nomeadamente directores de serviço de oftalmologia”, esclareceu a direcção do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), acrescentado que o parecer teve também em consideração “a opinião expressa por peritos em várias revistas conceituadas de todo o mundo”.

O CHLN acrescenta que os medicamentos em questão – bevacizumab e ranibizunab – “foram devidamente estudados pelos elementos” da Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT) do Hospital de Santa Maria.
CM
 

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Santa Maria: doentes afectados registam melhorias

Os seis doentes afectados pelas complicações decorrentes da injecção de Avastin nos olhos apresentam melhorias, segundo informa o director clínico do Centro Hospitalar Lisboa Norte em comunicado.

«Nas últimas vinte e quatro horas, todos os doentes (...) manifestaram melhoria das queixas sintomáticas dolorosas, bem como melhoria do quadro inflamatório. Para além desta melhoria, verificou-se ligeira progressão favorável do grau de visão em três dos doentes», começa por referir Correia da Cunha.

Presidente da comissão técnica dos medicamentos do Infarmed

Continua a haver acompanhamento clínico dos doentes por equipa multidisciplinar de oftalmologistas, diabetologistas, psiquiatras e psicólogos, mas agora com a colaboração técnico-científica do Colégio de Especialidade de Oftalmologia da Ordem dos Médicos e da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, nomeadamente «para esclarecimento das causas de desenvolvimento das reacções adversas e para optimização da terapêutica de recuperação dos doentes».

O director do Serviço de Oftalmologia do Hospital de S. João também deverá juntar-se a este núcleo muito brevemente.

Medicamento que provocou cegueira suspenso no S. João

Entretanto, os médicos informaram os doentes que tudo indica que se trata de uma situação tóxica, o que significa que o problema está no produto injectado nos olhos dos doentes, segundo noticia o jornal «Público». No entanto, fonte do Infarmed garantiu à agência Lusa que os resultados das análises efectuadas ao medicamento só deverão ser conhecidos na próxima semana.

Estado tem de indemnizar doentes

O problema surgido com seis doentes do Hospital de Santa Maria terá de ser resolvido pelo Estado e com uma indemnização, considerando que a farmacêutica Roche avisou atempadamente para os riscos do uso do Avastin no tratamento oncológico oftalmológico.

Segundo o juiz desembargador Eurico Reis, terá de ser o Estado a indemnizar as vítimas «na exacta medida do dano que lhes foi causado pela aplicação do Avastin, mesmo não havendo comportamento culposo», disse à «Rádio Rensacença». Na sua opinião, «o Estado poderá exigir o direito de regresso sobre os responsáveis pelo acto médico causador do dano, caso se prove que actuaram dolosamente ou com mera negligência».

Na opinião do juiz, o próprio facto do director do hospital ter garantido que assumirá todas as responsabilidades significa que o Estado admite um acordo extra-judicial com as vítimas.
tvi24
 
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