- Entrou
- Out 11, 2006
- Mensagens
- 39,066
- Gostos Recebidos
- 441

Sentença de caso que opõe Emídio Rangel a juízes é lida hoje
A leitura da sentença do caso em que o antigo jornalista Emídio Rangel é acusado de difamação, por acusar juízes e magistrados do Ministério Público de violarem o segredo de justiça, está marcada para hoje, em Lisboa.
Nas alegações finais do julgamento, o Ministério Público pediu a condenação de Emídio Rangel por difamação, sem especificar a pena, a propósito das declarações que fez numa comissão parlamentar onde acusou juízes e magistrados de violarem o segredo de justiça.
Durante as alegações finais, o antigo director da SIC e da RTP ouviu ainda a advogada da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), Raquel Alves, pedir uma indemnização “nunca inferior a 50 mil euros”.
Ouvido a 6 de Abril de 2010 na Comissão Parlamentar de Ética, por proposta do PS, Rangel disse que «a Associação Sindical dos Juízes e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) entraram na onda de descredibilização do jornalismo e obtêm processos para os jornalistas publicarem, trocam esses documentos nos cafés, às escâncaras».
Tais declarações constituem, segundo a procuradora no julgamento, um «crime de difamação agravado», «atentatório do bom nome e da credibilidade das associações» sindicais das magistraturas.
Emídio Rangel alegou que mantém o que afirmou no Parlamento, acrescentando que continua a «ser a realidade».
«Quanto mais o tempo passa, mais convicto estou», reforçou, justificando que falou perante os deputados com «inteira convicção» e «em nome da liberdade de opinião e de expressão» que disse sempre ter exercido ao longo da sua carreira.
A sua advogada, Isabel Duarte, disse que o antigo jornalista «expressou uma opinião fazendo um juízo de valor» e defendeu que «ninguém é inocente em relação à hipocrisia com que se trata o segredo de justiça em Portugal» e que as suas declarações «não causaram dano a qualquer nível» aos dirigentes daquelas organizações.
O advogado que representa o SMMP José António Barreiros pediu justiça, mas reforçou que «a ideia que passou para a opinião pública» das palavras de Emídio Rangel foi a de que «o Sindicato é uma associação criminosa», cujos dirigentes andariam a entregar, «às escâncaras», a jornalistas informações e cópias de processos judiciais em segredo de justiça, violando a lei a que estão vinculados.
«Ficou claro que não se tratou de descuido nem de inocência», sustentou Barreiros, considerando que «foi um acto pensado».
Lusa/SOL