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Sonda MESSENGER estuda Mercúrio

Satpa

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A sonda MESSENGER é uma missão não tripulada da NASA, gerenciada pelo Jet Propulsion Laboratory - JPL, destinada a estudar as características e o ambiente do planeta Mercúrio.

Especificamente, os objectivos científicos da missão são os de caracterizar a composição química da superfície de Mercúrio, a sua história geológica, a natureza do seu campo magnético, o tamanho e o estado do núcleo planetário, pesquisar seus pólos e a natureza da sua exosfera e da sua magnetosfera, numa missão orbital de um ano terrestre de duração.

MESSENGER é um acrônimo em inglês de MErcury Surface, Space ENvironment, GEochemistry and Ranging ("Superfície, Ambiente Espacial, Geoquímica e [Amplitude de] Órbita de Mercúrio").


A sonda MESSENGER foi lançada ao espaço em 3 de Agosto de 2004, a bordo de um foguete Boeing Delta II, do Cabo Canaveral, na Flórida, Estados Unidos.

A missão MESSENGER é a segunda dirigida a Mercúrio pela NASA, e a primeira em 30 anos. O planeta foi visitado anteriormente apenas pela sonda Mariner 10, que orbitou o planeta três vezes num período de dois anos, em 1974 e 1975, e obteve dados detalhados sobre menos da metade de sua superfície.

Em Julho de 2008, os cientistas da missão foram surpreendidos com a descoberta de água na exosfera do planeta, através da análise de dados enviados pela sonda, quando ela fez sua primeira passagem próxima a Mercúrio em Janeiro.

Além disso, os dados da MESSENGER enviaram provas de vulcanismo na superfície, com a descoberta de ejecta proveniente de lava vulcânica, através das imagens de alta definição da sonda e a evidência da existência de um núcleo líquido em Mercúrio. [1]

Questões sobre Mercúrio

A equipe de ciência da sonda MESSENGER espera obter respostas a algumas intrigantes questões:

1. Tal como os demais planetas internos do Sistema Solar, Mercúrio tem um denso núcleo rico em ferro, envolvido por um manto constituído de magnésio e silicatos ferrosos (rocha). Durante a história inicial do planeta, os silicatos deslocaram-se para a superfície formando a crosta do planeta, enquanto o ferro desceu para o núcleo. A densidade de cada planeta reflecte exactamente este balanço entre um núcleo rico em ferro e a crosta rica em silicatos. Mercúrio tem um núcleo incrivelmente denso, além de enorme. O núcleo da Terra tem um diâmetro estimado em 6.972 km (somando-se os núcleos externo e interno), perfazendo 54,8% do diâmetro planetário total de 12.714 km; já o núcleo de Mercúrio é estimado em cerca de 3.600 km de diâmetro, correspondentes a 73,8% do diâmetro do planeta, que é de 4.879 km. O núcleo compõe cerca de 65% de toda a massa de Mercúrio. Sua alta densidade faz com que o campo gravitacional de Mercúrio seja comparável ao de Marte, que é um planeta bem maior. Como pôde surgir um núcleo tão incrivelmente denso para um planeta do seu tamanho?

2. Certas formações geológicas de Mercúrio são bastante enigmáticas. Planos suaves relativamente "jovens" estão cercados por antigas crateras. Fotos obtidas pela sonda Mariner 10 sugerem que a superfície apresenta uma composição variada. A formação rochosa denominada Caloris tem cerca de 1.300 quilômetros de extensão e contém montanhas elevadas de uns 3.000 metros de altura que parecem ter sido formadas pelo impacto de um meteoro, cujas ondas de choque seriam responsáveis por uma região de solo caótico, situado no lado oposto do planeta. Um dos objetivos da sonda MESSENGER é conhecer mais sobre o passado geológico deste planeta.

3. Mercúrio é o único planeta além da Terra que comprovadamente tem um campo magnético. Ele é cerca de 100 vezes mais fraco que o campo da Terra medido na superfície. O campo magnético da Terra é criado pela movimentação do seu fluido interno, mas o núcleo de Mercúrio é menor do que da Terra e ele já teria se esfriado e se solidificado. A topografia de Mercúrio sugere que ao se esfriar o núcleo tenha se contraído e sua superfície tenha sido enrugada. Sem ter movimento de fluido no núcleo, como o campo magnético é gerado?

4. No início da década de 90, utilizando radares, os cientistas observaram que crateras localizadas no pólos do planeta refletiam vigorosamente pulsos de ondas de rádio. Alguns cientistas sugeriram que a reflexão fosse devida ao gelo. E em certas regiões de Mercúrio a temperatura na sua superfície pode atingir 450 graus Celsius. Como o planeta apresenta uma rotação quase que perpendicular ao seu equador, o piso de certas crateras situadas nos pólos nunca é atingido por raios de sol, fazendo com que o seu interior seja sempre mantido frio. Um dos objetivos da sonda é procurar saber qual substância está no interior destas crateras.

5. Mercúrio é rodeado por uma ténue atmosfera. Porém, suas moléculas não colidem entre si, mas pulam de um lugar para outro na atmosfera, como bolas de borracha. Os elementos que compõem sua atmosfera são o hidrogénio, o hélio, o oxigénio, o sódio, o potássio e o cálcio. O hidrogénio e o hélio vêm principalmente do Sol; uma parte do hidrogénio e do hélio também deve vir de cometas que caíram em Mercúrio, e as outras substâncias das rochas situadas na superfície do planeta. A sonda deverá estudar como esses elementos foram postos na exosfera do planeta. Como essa volatilidade é importante para Mercúrio ?

A sonda

O corpo principal da sonda mede 1,42 metro de altura, 1,85 metro de largura e 1,27 metro de profundidade. Seu guarda-sol frontal (sunshade) é constituído de pastilhas de cerâmica semelhantes às utilizadas no Ônibus Espacial; ele tem 2,5 metros de altura por 2 metros de comprimento. Lateralmente, foram montadas duas "asas" que constituem seus painéis solares, fazendo a sonda ter seis metros de comprimento de uma ponta a outra.

A massa da sonda quando do lançamento era de aproximadamente 1.100 quilogramas, incluindo 600 quilogramas de propelente e 500 quilogramas de massa da sonda propriamente dita e de seus instrumentos.

A sonda obtém energia através de painéis solares de 1,5 por 1,65 metro, constituídos de células solares de arseneto de gálio, que geram uma energia de 385 a 485 watts durante sua fase de cruzeiro e 650 watts quando em órbita de Mercúrio. Esses painéis alimentam uma bateria de níquel-metal-hidreto (NiMH) com 23 ampères-hora de carga.

Sua propulsão é feita através de um bipropelente constituído de hidrazina e tetróxido de nitrogênio, para ações de grande empuxo; 16 empuxadores alimentados a hidrazina servem para pequenos ajustes de trajetória e para o controle de altitude.

Seus instrumentos científicos são: uma câmera grande angular e outra teleobjetiva, um espectrômetro de raios gama e de nêutrons, um espectrômetro de raios-X, um espectrômetro de partículas de alta energia e de plasma. Um espectrômetro de análise da composição da atmosfera e da superfície, um magnetômetro, um altímetro a laser e um experimento de rádio.

O "cérebro" da sonda é composto por um módulo eletrônico integrado que hospeda dois sistemas compostos por um microprocessador de 25 MHz cada um, mais um processador de 10 MHz para proteção contra falhas. O modelo dos processadores é o IBM RAD 6000, projetado para ser resistente à radiação. Esse processador é semelhante ao IBM POWER1, que equipava os primeiros modelos do microcomputador Macintosh.

Para o controle da altitude, a sonda deve saber para onde está apontando. Ela fará então o uso de balizadores de estrelas, uma unidade de medida inercial, composta por quatro giroscópios e quatro acelerômetros, mais seis sensores solares que funcionarão como unidades redundantes.

O controle de altitude é feito por meio de quatro rodas de reação situadas dentro da sonda, auxiliadas quando necessário por pequenos empuxadores. A MESSENGER deverá receber comandos e enviar dados primariamente por meio de uma antena de polarização circular operando na banda X da faixa de microondas.

A sonda MESSENGER foi construída para suportar o intenso calor em Mercúrio. Lá o Sol é cerca de 11 vezes mais brilhante que na Terra e a temperatura na superfície pode chegar a 450 graus Celsius, mas a MESSENGER deverá operar numa temperatura ambiente terrestre, possibilitada por um escudo térmico constituído de revestimento cerâmico.

Sua estrutura básica é composta de grafite-epóxi. Este material composto fornece a rigidez necessária à sonda para sobreviver ao lançamento, oferecendo a menor massa possível.

O custo da missão é de 427 milhões de dólares, incluindo a sonda, o desenvolvimento de seus instrumentos e do veículo lançador, os operadores da missão e a análise dos dados colectados. (...)


Wikipédia
 

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Mercúrio está mais vivo do que se pensava

Mercúrio está mais vivo do que se pensava

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Mercúrio está mais vivo do que se pensava
[Imagem: Courtesy of Science/AAAS]

O campo magnético de Mercúrio está vivo. Erupções vulcânicas circundam a gigantesca Bacia Caloris. E Mercúrio encolheu sobre si mesmo muito mais do que se previa anteriormente.

Este é um resumo breve que contempla apenas as descobertas catalogadas como "extremamente importantes" pelos cientistas da missão Messenger, uma sonda espacial que passou sobre Mercúrio no dia 14 de Janeiro deste ano.

Os segredos de Mercúrio

Os resultados completos dos dados coletados pela Messenger (MErcury Surface, Space ENvironment, GEochemistry and Ranging) estão em nada menos do que 11 artigos em um número especial da revista Science, publicado nesta sexta-feira.

A nossa Imagem da Semana é uma colorização feita por computador para destacar elementos da superfície de Mercúrio, assunto de seis desses artigos. Os cientistas analisaram as cores propriamente ditas da superfície do planeta, assim como sua mineralogia e as formas de seu terreno.

Vulcões e campo magnético activo

As tonalidades laranja destacam características geológicas que os cientistas acreditam serem evidências de erupções vulcânicas. Elas circundam toda a Bacia Caloris, uma das maiores e mais jovens crateras de impacto do nosso Sistema Solar.

O campo magnético vivo de Mercúrio, semelhante ao da Terra - dipolar, com um norte e um sul magnéticos - está fazendo os cientistas coçarem a cabeça. Pelas teorias atuais, o núcleo de ferro do planeta já deveria ter-se esfriado há muito tempo e não deveria mais estar gerando magnetismo. Agora será necessário esperar por mais dados que a própria Messenger coletará.

A sonda espacial fará mais dois sobrevôos sobre Mercúrio, um em Outubro de 2008 e outro em Setembro de 2009. Só em 2011 ela entrará definitivamente em órbita de Mercúrio, para uma missão de um ano de duração.


Redação do Site Inovação Tecnológica
 
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