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Sou algo, sou nada

T

TIN

Visitante
Sou a gárgula que arrepia as marés

O desejo do nada que arrepia todas as fés

Sou a desgraça de luto pela fantasia do bem

O suspiro, o desvio do além

Sou o vidro que cobre a realidade de ninguém



Sou o auge da ventura

Um cubículo desafinado

Sou um poço eterno de loucura

Que na paz jaz com ternura

Sem saber como voar para lá do imaginado



Vivo a minha ilusão criticando-me e sem saber voar

Bato as asas e voo pelos mares

Mas falta algo

Sou o suspiro de uma estrelinha

Que na areia se movimenta à espera de ser apanhada



Vivo no seio da Noite sem saber como nem porquê

Dou-me ao mundo com a foice do pensamento

Deito-me no teu leito que relembro de toda a vez que fecho os olhos

E não sei se por bem, o ser divino

Me derrete as veias e cobre-me o tempo



Húmida certeza que me rasga o coração

As palavras são armas e mais que razão

São pérola destroçada

Fogo da madrugada

E leito de toda a Noite vivida em sensação



E na humanidade celeste

No cobre que me deste

A prata criou-se pela emoção

A solidão era a facada

E a paz, a maldição!
 
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