Portal Chamar Táxi

"Spread" da dívida portuguesa abaixo dos 300 pontos pela primeira vez desde Agosto

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
39,091
Gostos Recebidos
494
Juros da dívida portuguesa a 10 anos permanecem abaixo dos 6%, baixando o diferencial face às obrigações alemãs para um mínimo de finais de Agosto. A compra de obrigações por parte do BCE está a ser fundamental para a descida do risco da dívida portuguesa.


Os juros da dívida pública portuguesa a 10 anos caem mais de 20 pontos base e permanecem abaixo dos 6%, devido às compras de obrigações por parte do Banco Central Europeu.

A “yield” a 10 anos está a cair 22 pontos base para 5,91%, sendo que os juros estão também em queda acentuada nas restantes maturidades. Descem 15 pontos base na dívida a 2 anos 24 pontos base na dívida a 5 anos.

Com o juro das obrigações do tesouro a 10 anos em mínimos de final de Outubro, o diferencial face bunds alemãs com a mesma maturidade desceu hoje abaixo dos 300 pontos base, o que de acordo com a Bloomberg, acontece pela primeira vez desde 24 de Agosto. No pico do “stress” no mercado de dívida, o “spread” chegou a superar os 450 pontos base.

O “spread” mede o diferencial que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã, sendo por isso um dos principais indicadores de risco da dívida portuguesa.

A percepção de risco sobre Portugal está a atenuar-se também a julgar pelo custo de fazer um seguro contra incumprimento em dívida portuguesa. Os “credit default swaps” sobre títulos a cinco anos estão a descer oito pontos base para 330 pontos base.

Os outros países que têm estado sob maior pressão nos mercados estão também a sentir um alívio, mas mais moderado. Os juros de Espanha a 10 anos estão a cair 3 pontos base para 5,05%.

Fraca liquidez amplia actuação do BCE

Esta é já a terceira sessão seguida de descida dos juros das obrigações portuguesas – no período a queda é superior a 115 pontos base – sendo esta prestação explicada sobretudo pelo facto de o BCE estar de forma activa a comprar dívida dos países periféricos.

De acordo com a Bloomberg, o BCE está hoje a comprar dívida de Portugal, Irlanda e Grécia, isto depois de ontem, na reunião mensal, o banco central ter anunciado que vai continuar a comprar títulos de dívida no mercado secundário.

A prática que tem gerado controvérsia dentro do BCE vai manter-se, assim como o debate dentro da instituição. É que a decisão do Conselho e Governadores não foi unânime, mas apenas apoiada por uma "larga maioria" dos governadores do BCE, afirmou Trichet. É conhecido que o alemão Axel Weber, tido como o sucessor de Trichet ao leme do BCE, é contrário a esta medida.

Com a confirmação de que as ajudas se vão manter "foi ultrapassado um obstáculo importante, mas o mercado vai continuar muito vulnerável", antecipa Michael Leister, um analista do WestLB, ao Negócios, que avisa: "um corte de 'rating' ou alguma declaração política menos sensata" são alguns acontecimentos capazes de "voltar a abanar o barco".

Peter Chatwell, do Credit Agricole, assinala que o “timing” da intervenção do BCE é “perfeito”. “O BCE está a comprar num mercado muito pouco líquido neste final de ano. As compras vão sempre ter mexer no mercado de uma forma acentuada. Fica a faltar saber o que vai fazer o BCE no início no novo ano, quando a liquidez regressar ao mercado”, afirmou à Bloomberg.

Jornaldenegocios
 
Topo