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Parlamentares insultam-se e agridem-se na Câmara. Governo e oposição contam espingardas. O PMDB é o "infiel da balança"
O Supremo Tribunal Federal (STF) interrompeu o processo de destituição da presidente Dilma Rousseff, após parlamentares a favor e contra o governo se terem agredido e insultado por causa de divergências quanto a questões processuais na noite de terça-feira, quando se discutia na Câmara dos Deputados a primeira das oito fases do rito do impeachment. Os trabalhos só serão retomados no próximo dia 16.A primeira fase do impeachment prevê a constituição de uma Comissão Especial de 65 deputados de todos os 27 partidos com assento parlamentar que irá analisar o pedido antes de o colocar à votação do plenário de 513 deputados. A escolha dos deputados pertence aos respetivos líderes das bancadas - e aqui residiu a divergência.Todos os partidos têm as suas posições, a favor ou contra o governo, praticamente definidas, a exceção é o PMDB, que embora seja parceiro de coligação do PT e detenha seis ministérios, na prática divide-se, como "infiel da balança", de acordo com o jargão político de Brasília. Tanto que o presidente da Câmara Eduardo Cunha, inimigo declarado de Dilma, e o vice-presidente Michel Temer, em aparente rutura com a presidente, pertencem ao partido.Por sua vez, o líder parlamentar do PMDB Leonardo Picciani é aliado do governo. E, como tal, escolheu oito colegas contrários ao impeachment para a Comissão. Cunha decidiu então que se deviam votar duas listas de candidatos à Comissão Especial, por voto secreto, e não apenas aquela que decorre das escolhas dos líderes parlamentares. Estas determinações incomodaram os aliados do governo, geraram discussões, insultos, vaias, empurrões, destruição de urnas e até cabeçadas.Depois da votação - ganha por 272 votos a 199 pela lista pró-impeachment - deputados aliados do governo queixaram-se ao STF, que decidiu anular a votação. Em retaliação, os deputados do PMDB próximos de Cunha derrubaram horas depois o líder parlamentar Picciani.Como abotoar camisa"Voto secreto, listas avulsas... Cunha não pode definir as regras consoante os seus interesses", disse Jandira Feghali, do PCdoB, uma das deputadas que se queixaram ao STF. "O STF agiu bem, o rito do impeachment é como abotoar uma camisa, se erra o primeiro botão, erra todos", resumiu o constitucionalista Rubens Glazer à TV Globo.Além da luta de infantaria na Câmara, a guerra fria entre o Palácio do Planalto, e o Palácio do Jaburu, residência do vice-presidente, continuou no dia seguinte à divulgação de uma carta de Temer a queixar-se de Dilma. Estava marcada para esta noite, já depois do fecho desta edição, o primeiro encontro desde quinta-feira passada, dia seguinte ao anúncio do impeachment, entre os dois protagonistas.Mas, enquanto isso, Temer já vai escolhendo o seu governo, prevendo a destituição de Dilma, afirma o jornal Folha de S. Paulo. O nome do ministro das Finanças, Henrique Meirelles, também próximo do PT, e do ministro da Justiça, Nelson Jobim, estariam escolhidos. José Serra, do PSDB, candidato duas vezes derrotado à presidência, também faria parte do executivo.Por outro lado, o PSDB, que ainda acredita na queda conjunta de Dilma e Temer e antecipação de eleições, protocolou pedido de investigação no Tribunal de Contas contra Temer. Alega o maior partido da oposição que o vice-presidente também assinou as chamadas "pedaladas fiscais" - as manobras orçamentais de que Dilma é acusada.
dn
O Supremo Tribunal Federal (STF) interrompeu o processo de destituição da presidente Dilma Rousseff, após parlamentares a favor e contra o governo se terem agredido e insultado por causa de divergências quanto a questões processuais na noite de terça-feira, quando se discutia na Câmara dos Deputados a primeira das oito fases do rito do impeachment. Os trabalhos só serão retomados no próximo dia 16.A primeira fase do impeachment prevê a constituição de uma Comissão Especial de 65 deputados de todos os 27 partidos com assento parlamentar que irá analisar o pedido antes de o colocar à votação do plenário de 513 deputados. A escolha dos deputados pertence aos respetivos líderes das bancadas - e aqui residiu a divergência.Todos os partidos têm as suas posições, a favor ou contra o governo, praticamente definidas, a exceção é o PMDB, que embora seja parceiro de coligação do PT e detenha seis ministérios, na prática divide-se, como "infiel da balança", de acordo com o jargão político de Brasília. Tanto que o presidente da Câmara Eduardo Cunha, inimigo declarado de Dilma, e o vice-presidente Michel Temer, em aparente rutura com a presidente, pertencem ao partido.Por sua vez, o líder parlamentar do PMDB Leonardo Picciani é aliado do governo. E, como tal, escolheu oito colegas contrários ao impeachment para a Comissão. Cunha decidiu então que se deviam votar duas listas de candidatos à Comissão Especial, por voto secreto, e não apenas aquela que decorre das escolhas dos líderes parlamentares. Estas determinações incomodaram os aliados do governo, geraram discussões, insultos, vaias, empurrões, destruição de urnas e até cabeçadas.Depois da votação - ganha por 272 votos a 199 pela lista pró-impeachment - deputados aliados do governo queixaram-se ao STF, que decidiu anular a votação. Em retaliação, os deputados do PMDB próximos de Cunha derrubaram horas depois o líder parlamentar Picciani.Como abotoar camisa"Voto secreto, listas avulsas... Cunha não pode definir as regras consoante os seus interesses", disse Jandira Feghali, do PCdoB, uma das deputadas que se queixaram ao STF. "O STF agiu bem, o rito do impeachment é como abotoar uma camisa, se erra o primeiro botão, erra todos", resumiu o constitucionalista Rubens Glazer à TV Globo.Além da luta de infantaria na Câmara, a guerra fria entre o Palácio do Planalto, e o Palácio do Jaburu, residência do vice-presidente, continuou no dia seguinte à divulgação de uma carta de Temer a queixar-se de Dilma. Estava marcada para esta noite, já depois do fecho desta edição, o primeiro encontro desde quinta-feira passada, dia seguinte ao anúncio do impeachment, entre os dois protagonistas.Mas, enquanto isso, Temer já vai escolhendo o seu governo, prevendo a destituição de Dilma, afirma o jornal Folha de S. Paulo. O nome do ministro das Finanças, Henrique Meirelles, também próximo do PT, e do ministro da Justiça, Nelson Jobim, estariam escolhidos. José Serra, do PSDB, candidato duas vezes derrotado à presidência, também faria parte do executivo.Por outro lado, o PSDB, que ainda acredita na queda conjunta de Dilma e Temer e antecipação de eleições, protocolou pedido de investigação no Tribunal de Contas contra Temer. Alega o maior partido da oposição que o vice-presidente também assinou as chamadas "pedaladas fiscais" - as manobras orçamentais de que Dilma é acusada.
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