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Suu Kyi estende a mão aos militares

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A nobel da Paz, que garantiu ser ela quem manda mesmo sem poder ser presidente.

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Foi através do Facebook que o porta-voz do presidente Thein Sein deu os "parabéns" a Aung San Suu Kyi e à sua Liga Nacional para a Democracia (NDL, na sigla em inglês) pela vitória esmagadora nas eleições de dia 8, as primeiras livres na Birmânia em 25 anos. Thein Sein, um ex--general, comprometeu-se a "respeitar e a seguir a escolha e a decisão do povo", além de aceitar o pedido da nobel da Paz para o início do diálogo para a reconciliação nacional. A data e o local das negociações ainda estão por acertar. Tal como continua a ser uma incógnita a presença ou não do chefe das Forças Armadas do país, que também recebeu a carta de convite de Suu Kyi.Esta oferta de diálogo surge um dia depois de Suu Kyi ter assumido um tom de desafio numa entrevista à BBC. Na terça-feira, a líder da (NDL considerara "tonta" a cláusula da Constituição birmanesa - escrita antes do fim de 50 anos de regime militar - que proíbe de chegar à presidência quem tenha sido casado com um estrangeiro ou tenha filhos estrangeiros. Uma cláusula claramente feita à medida de Suu Kyi, viúva do britânico Michael Aris e cujos filhos, Alexander e Kim, têm a nacionalidade do pai. Mais, Suu Kyi, que passou duas décadas em prisão domiciliária, com algumas breves interrupções, antes de ser libertada em 2010, deixou claro que, seja quem for o presidente escolhido pelo seu partido, é ela quem manda. "Vamos encontrar [um nome para presidente]. Mas isso não vai impedir-me de tomar todas as decisões como líder do partido mais votado."Nas cartas enviadas ao presidente, ao chefe das Forças Armadas e ao presidente do Parlamento, Suu Kyi garante que a reconciliação nacional é "muito importante para a dignidade do país e para trazer paz à mente das pessoas". Se Thein Sein respondeu logo positivamente a esta mão estendida pela nobel da Paz 1991, o general Min Aung Hlaing ainda não reagiu. A relação entre o chefe das Forças Armadas e Suu Kyi é tensa e os analistas interrogam-se sobre a forma como a líder da NDL se vai relacionar com os militares que apesar de já não estarem oficialmente no poder mantêm uma forte influência no país.Democracia limitadaCom metade dos votos contados, a (NDL conquistou mais de 80% dos lugares na câmara baixa do Parlamento que não estão reservados aos militares e tem um grande avanço na câmara alta e nas assembleias regionais. De acordo com a Constituição, um quarto dos lugares estão reservados aos militares. Além de nomear os deputados reservados aos militares, o chefe das Forças Armadas tem ainda o poder de escolher os titulares de três dos principais ministérios - Interior, Defesa e Segurança Fronteiriça.Para formar o primeiro governo democraticamente eleito na Birmânia (cujo nome a junta mudou para Myanmar) desde os anos 1960, a NDL tem de conquistar dois terços dos lugares a votos. O Partido União Solidariedade e Desenvolvimento (USDP), criado pela junta , já admitiu a derrota numas eleições-chave no caminho para a democracia.As eleições de dia 8 foram o culminar de um período de reformas iniciadas por Thein Sein quando chegou ao poder em 2011 e que levaram ao levantamento das sanções internacionais e a um vasto investimento estrangeiro na Birmânia. As eleições de 1990, ganhas pela NDL, nunca foram reconhecidas pelos militares que decretaram a prisão de Suu Kyi, assim impedida de receber o Nobel que lhe foi atribuído no ano seguinte.


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