Talibãs reivindicam autoria de ataque em aeroporto

[kokas]

Os talibãs reivindicaram hoje a autoria do ataque lançado, este domingo, no aeroporto de Carachi, no sul do Paquistão, que fez pelo menos 24 mortos, como vingança pela morte do seu líder Hakimullah Mehsud.
"Nós levamos a cabo o ataque no aeroporto de Carachi para vingar a morte de Hakimullah Mehsud", disse à agência AFP Shahidullah Shahid, porta-voz do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), o movimento dos talibãs paquistaneses que lidera, desde 2007, uma sangrenta guerra contra o governo de Islamabad. Hakimullah Mehsud foi morto, em novembro, na sequência de um ataque de um 'drone' (avião não tripulado) norte-americano numa zona tribal no noroeste do país, reduto do TTP.



Reivindicando a autoria do ataque -- em curso depois de o tiroteio ter sido retomado esta manhã --, Shahidullah Shahid denunciou a oferta de diálogo do governo, considerando-a um artifício que não é mais de que uma "arma" adicional utilizada pelas autoridades para combater o TTP. "O Paquistão usou as conversações de paz como uma ferramenta de guerra (...).
Este é o nosso primeiro ataque vingando a morte de Hakimullah Mehsud", afirmou, acrescentando: "Temos ainda de vingar a morte de centenas de mulheres e crianças inocentes na sequência de ataques aéreos". "Isto é apenas o começo", frisou. As forças de segurança do Paquistão anunciaram, esta manhã, ter relançado uma operação militar no aeroporto de Carachi, no sul, após o novo tiroteio registado poucas horas depois de terem terminado com o cerco de um grupo de homens armados. "Relançámos a operação e chamámos tropas adicionais", disse um porta-voz da força paramilitar Rangers, Sibtain Rizvi, informando que um polícia ficou ferido no tiroteio. Os disparos ocorrem mais de dez horas depois do ataque lançado no domingo por um grupo de homens munidos com granadas e armas automáticas, que fez pelo menos 24 mortos. Ao fim de seis horas, o exército do Paquistão tinha anunciado ter recuperado o controlo do aeroporto da capital económica do país. De acordo com informações anteriormente avançadas por um porta-voz militar, entre os 24 mortos contavam-se todos os atacantes, num total de dez.
A agência Efe, que cita fontes policiais, noticia que aumentou para 27 o número de mortos, enumerando, além dos dez atacantes, nove elementos da segurança do aeroporto, três das forças paquistanesas e cinco funcionários do aeroporto. Fonte policial disse à mesma agência que cerca das 9:30 (05:30 em Lisboa), havia três rebeldes escondidos num hangar do aeroporto. O ataque resultou ainda em 23 feridos, quatro dos quais graves.
De acordo com a polícia paquistanesa, os homens armados entraram no aeroporto por volta das 23:00 locais (20:00 em Lisboa) e, segundo a imprensa local, disfarçados com uniformes do corpo de segurança aeroportuária. De acordo com o jornal Dawn, os atacantes exibiram cartões de identificação falsos para aceder ao aeroporto, onde começaram a lançar granadas desencadeando um tiroteio com as forças de segurança. O aeroporto de Carachi permanece encerrado e o de Islamabad e Lahore estão em alerta máximo, indicaram fontes policiais das respectivas cidades à agência noticiosa espanhola. Colunas de fumo eram visíveis esta noite no exterior das instalações, as quais continuam cercadas por um forte dispositivo de segurança.




jn