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GF Ouro
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Os telefones da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) estiveram controlados pelo menos durante 15 dias. Todos os números de telefone relativos a chamadas efectuadas e recebidas pelos vogais eram registados numa lista. O controlo só terminou porque se avariou o computador.
Um magistrado do Ministério Público (MP) denunciou o caso e, depois, foi-se embora da instituição. Segundo apurou o DN, pelo menos seis membros abandonaram a entidade a meio do mandato, devido ao "ambiente de algum mal-estar".
O registo das chamadas numa central telefónica aconteceu entre 27 de Janeiro e 5 de Fevereiro de 2005, conforme consta numa acta da CNPD datada de 1 de Junho daquele ano, a que o DN teve acesso. "O engenheiro [ali funcionário] esclareceu que actualmente não o faz, mas que no período entre 27 de Janeiro e 5 de Fevereiro esteve em funcionamento o programa que permite registar os dados de tráfego", lê-se no documento. Em seguida, esclareceu que "a partir de 5 de Fevereiro o computador, no qual corria o programa, protegido por password, avariou e não houve quaisquer outros registos".
De acordo com o documento, só a 10 de Maio é que a secretária-geral, Isabel Cruz, deu ordens para que toda a informação registada naquele computador fosse eliminada.
A própria CNPD aplica contra-ordenações quando uma entidade procede a um registo de chamadas sem que para isso esteja habilitada, pois trata-se de uma base de dados. Por isso, na reunião da CNPD de 1 de Junho de 2005, o vogal Amadeu Guerra, magistrado do MP - o denunciante -, questionou aquele procedimento. Luís Silveira, o presidente, instou-o "se tinha qualquer suspeita ou indício de que se estaria a efectuar tal controlo". Amadeu Guerra respondeu que "não tinha qualquer suspeita, mas que se tratava de uma questão de princípio e que entendia que a CNPD tinha especial obrigação de acautelar tais situações".
Amadeu Guerra, que é um dos maiores especialistas portugueses em protecção de dados, reconhecido internacionalmente, com várias obras escritas, acabaria por pedir a demissão do cargo em Março de 2006, desgostoso com o ambiente de mal-estar ali vivido.
No seio da instituição há, inclusive, queixas-crime de uns elementos contra outros. O actual inspector-geral da Administração Interna (IGAI), Varges Gomes, quando ali era vogal, avançou com um processo-crime, por difamação, contra o anterior presidente, João Labescat. Este, por seu lado, avançou com duas queixas-crime contra Amadeu Guerra. Estas tensões têm provocado algum "mal-estar", segundo fontes do DN. Pelo menos seis membros do CNPD renunciaram ao mandato. O DN tentou obter uma reacção do presidente, mas não foi possível.
@ DN
Um magistrado do Ministério Público (MP) denunciou o caso e, depois, foi-se embora da instituição. Segundo apurou o DN, pelo menos seis membros abandonaram a entidade a meio do mandato, devido ao "ambiente de algum mal-estar".
O registo das chamadas numa central telefónica aconteceu entre 27 de Janeiro e 5 de Fevereiro de 2005, conforme consta numa acta da CNPD datada de 1 de Junho daquele ano, a que o DN teve acesso. "O engenheiro [ali funcionário] esclareceu que actualmente não o faz, mas que no período entre 27 de Janeiro e 5 de Fevereiro esteve em funcionamento o programa que permite registar os dados de tráfego", lê-se no documento. Em seguida, esclareceu que "a partir de 5 de Fevereiro o computador, no qual corria o programa, protegido por password, avariou e não houve quaisquer outros registos".
De acordo com o documento, só a 10 de Maio é que a secretária-geral, Isabel Cruz, deu ordens para que toda a informação registada naquele computador fosse eliminada.
A própria CNPD aplica contra-ordenações quando uma entidade procede a um registo de chamadas sem que para isso esteja habilitada, pois trata-se de uma base de dados. Por isso, na reunião da CNPD de 1 de Junho de 2005, o vogal Amadeu Guerra, magistrado do MP - o denunciante -, questionou aquele procedimento. Luís Silveira, o presidente, instou-o "se tinha qualquer suspeita ou indício de que se estaria a efectuar tal controlo". Amadeu Guerra respondeu que "não tinha qualquer suspeita, mas que se tratava de uma questão de princípio e que entendia que a CNPD tinha especial obrigação de acautelar tais situações".
Amadeu Guerra, que é um dos maiores especialistas portugueses em protecção de dados, reconhecido internacionalmente, com várias obras escritas, acabaria por pedir a demissão do cargo em Março de 2006, desgostoso com o ambiente de mal-estar ali vivido.
No seio da instituição há, inclusive, queixas-crime de uns elementos contra outros. O actual inspector-geral da Administração Interna (IGAI), Varges Gomes, quando ali era vogal, avançou com um processo-crime, por difamação, contra o anterior presidente, João Labescat. Este, por seu lado, avançou com duas queixas-crime contra Amadeu Guerra. Estas tensões têm provocado algum "mal-estar", segundo fontes do DN. Pelo menos seis membros do CNPD renunciaram ao mandato. O DN tentou obter uma reacção do presidente, mas não foi possível.
@ DN