kokas
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Thomas Piketty deu uma aula de mais de uma hora na Gulbenkian
O economista que vai à história para explicar a desigualdade na riqueza é uma estrela intelectual que encheu a Gulbenkian.
Jovens, outros menos, estudantes, professores, talvez alguns soixante-huitards, muitos curiosos, bastante gente a encher o Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, uma multidão que teve de se espalhar por outros auditórios mais pequenos. A pop star improvável é economista, Thomas Piketty de seu nome, o francês que escreveu O Capital no Século XXI e que, nesse grosso calhamaço tornado êxito de vendas, abalou ideias feitas de que a economia assentava no pensamento único da austeridade a todo o custo.
A sua aula de economia (e foi uma aula aquilo a que verdadeiramente se assistiu ontem, ao fim da tarde) sobre como combater a desigualdade - a partir de dados explorados no seu livro - foi à história para cimentar as suas teses, apesar dos poucos exemplos bebidos em Portugal. Piketty não tinha os números, lamentou-se.
Nesta aula, de mais de uma hora, Thomas Piketty (que pediu desculpas, numa pronúncia cerrada, por o seu inglês se parecer tanto com o seu francês) retomaria a tese de que Alemanha e França, ao falarem das dívidas dos países, deviam antes olhar para a sua história, antes de se atreverem a dar lições aos outros. Já o tinha feito ao final da manhã, depois de ser recebido pelo secretário-geral do PS. Ao lado de António Costa, o economista olhou para o horizonte político imediato, em Portugal, com a esperança de que a mudança na Europa passe também por cá - com menos austeridade.
dn