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Vinte milhões em cocaína de Leixões para o Montijo

eica

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Mais de 1,7 toneladas de cocaína colombiana, no valor de 20 milhões de euros, entraram em Portugal pelo porto de Leixões e foram apreendidas no Montijo a uma rede brasileira. A PJ deteve quatro empresários e um polícia que servia de segurança.

A droga vinha escondida em placas de gesso, conhecidas no mercado da construção civil por "pladur" (material usado para fazer tectos e paredes). Exportada a partir do Brasil, desembarcou no porto de Leixões, em Matosinhos, e o plano da rede criminosa passou pelo seu transporte por camião para um armazém no Montijo, na Margem Sul do Tejo.

Era ali que a cocaína seria separada e levada para Espanha, também por via terrestre, para ser distribuída pela Europa através de uma rede colombiana, segundo adiantou o responsável pela operação, o coordenador Ricardo Fonseca, da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da PJ.

Tal como foi destacado por este responsável, a operação "Nuvem Branca" levou a uma das maiores apreensões de cocaína dos últimos anos. Resultou de informação toda ela "recolhida no nosso país" pela PJ, numa acção que permitiu a detenção dos cinco brasileiros, que estão agora presos preventivamente.

Os dados obtidos foram agora passados às congéneres brasileira e espanhola, onde prosseguem as investigações. É que a rede assumia uma enorme complexidade, contando com fortes ramificações e infra-estruturas de apoio no Brasil e em Espanha.

Assim, a droga tinha origem na Colômbia, mas depois seguia para o Brasil, onde era ocultada em placas de "pladur". Esses materiais eram encomendados a uma fábrica brasileira, após o que, numa outra instalação fabril, já detida pelos traficantes, eram escondidos em pacotes de um quilo.

As placas chegaram a Portugal por via marítima, ao porto de Leixões, mas, para iludir as autoridades, dos dez contentores que foram desembarcados apenas dois traziam a cocaína escondida.

O pormenor da organização da rede chegou ao ponto de os quatro empresários terem criado em Portugal, em Fevereiro, duas empresas fantasma para ocultar o real objecto do negócio.

Obras de fachada


Segundo a PJ, uma das empresas era de transporte e a outra para comercialização de "pladur". A base era um armazém localizado no Montijo, no nº 7 da Rua dos Mortos pela PIDE, onde a rede tinha investido 60 mil euros em obras para tornar perfeita a fachada. "As obras acabavam hoje (ontem), iam pagar-me o que faltava: 30 mil euros", adiantou, ao JN, o construtor, surpreendido.

No entanto, quando há alguns meses os moradores da zona souberam que ali ia ser instalado um negócio de "pladur" estranharam tanto investimento. "Um deles disse-me que vinham aí dez contentores para colocar no armazém", contou ao JN João Afonso, de 80 anos, familiar de um morador que tinha arrendado o armazém. "Eu até lhe disse que o negócio estava mau, mas ele respondeu-me que tinham muitos clientes interessados no pladur brasileiro", acrescentou.

O camião vindo de Leixões chegou ao armazém do Montijo na quinta-feira e nessa mesma noite a PJ interveio. O polícia brasileiro, que estava em Portugal numas férias simuladas, tinha no seu país a função de guarda-costas e por cá funcionava como "vigilante" para impedir uma eventual perseguição policial. Mas os cuidados não serviram para nada e acabou por ser também preso pela Judiciária.

Fonte: Jornal de Notícias
 
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