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Zero Desperdício recuperou mais de 388 mil refeições que iam para o lixo

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Zero Desperdício recuperou mais de 388 mil refeições que iam para o lixo

O movimento Zero Desperdício, criado há um ano, recuperou mais de 388 mil refeições que tinham como destino o lixo, distribuindo-as por mais de 3.000 famílias carenciadas de Lisboa, Loures, Cascais e Sintra, segundo o mentor do projecto.
O projecto nasceu a 16 de Abril para lutar contra o desperdício, através do aproveitamento de milhares de refeições em “perfeitas condições que eram deitadas ao lixo” por restaurantes, empresas e instituições devido a uma má interpretação da lei, disse à Lusa o presidente da associação Dariacordar.
“Ao fim de um ano, conseguimos testar o projecto e obter resultados concretos nos quatro municípios” que aderiram ao movimento, sendo o passo seguinte replicá-lo por todo o país, adiantou António Costa Pereira.
O movimento conta já com cerca de 90 “parceiros doadores”, entre os quais supermercados, hotéis, hospitais, escolas, refeitórios de empresas, a Assembleia da República e o Banco de Portugal.
Estas entidades doam as refeições, que nunca foram servidas, nem estiveram em contacto com o público, a cerca de 40 instituições dos quatro municípios, que depois as distribuem pelas famílias que sinalizaram.
A ideia nasceu quando António Costa Pereira foi contactado para ajudar uma instituição: “Comecei a pensar a forma de o fazer sem ser o trivial, como dar dinheiro ou roupa, e lembrei-me de ir buscar refeições a refeitórios e restaurantes”.
Contactou o refeitório de “uma grande empresa” para saber se tinha excedentes alimentares e a resposta foi que, “por vezes, tinham mais de 100 refeições por dia que não saíam da cozinha”.
“Falei com empresas de catering, com restaurantes e apercebi-me de que dezenas de milhares de refeições eram deitadas diariamente para o lixo devido à interpretação que se fazia da lei”, sustentou.
Inconformado com esta situação, iniciou uma “fase de alerta”, escrevendo para “quem podia alterar a situação”, Presidente da República, Governo, deputados, mas “as respostas foram inconsequentes”.
Decidiu então lançar uma petição online, chamada Desperdício Alimentar, a pedir que a lei “fosse alterada ou adaptada” para permitir “a recuperação e o encaminhamento das refeições” para quem precisa a “custo zero”.
Contudo, numa reunião com a ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica concluiu que “a lei estava a ser mal interpretada” e que, se fossem cumpridas “todas as regras e boas práticas em segurança alimentar”, poderia ser desenvolvido um projecto para evitar “o imenso desperdício de refeições confeccionadas no dia”.
Foi assim que nasceu, em Janeiro de 2011, a associação sem fins lucrativos Dariacordar, que deu origem ao movimento.
Durante alguns meses, a associação, a ASAE e uma empresa de segurança alimentar trabalharam em conjunto, criando “checklists” de boas práticas que serviram para orientar a recuperação de refeições.
“Felizmente, com o sucesso deste projecto, a Dariacordar já começa a ser contactada por quem se quer juntar a ajudar neste projecto, o que é um bom progresso”, sublinhou.
”A ideia é que o combate ao desperdício faça parte do ADN de cada um de nós”, rematou.

Fonte: Lusa/SOL
 
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