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A Carochinha e o João Ratão

nuno29

GF Ouro
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Há muito tempo, uma Carochinha, muito vaidosa, decidiu que queria casar...
A Carochinha e o João Ratão Reza a história, bem velhinha, que havia uma Carochinha, que por ser engraçadinha, teimou
que haveria de casar. Certo dia, quando estava a varrer a cozinha, encontrou uma moeda de cinco réis e correu para ir
dizer à vizinha que já não tinha de esperar. Vaidosa como era, escolheu o seu melhor vestido e foi pôr-se à janela para se arranjava marido. Pensou como deveria começar e decidiu cantar: - Quem quer casar com a Carochinha, que formosa e bonitinha? - Muu…, Muu…Quero eu, quero eu! – mugiu o Boi mostrando-se muito
interessado – Se casares comigo, vais andar o dia inteiro no prado… - Que voz é essa? Com essa voz,
acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Contigo é que não quero casar! E, além disso, tenho pressa…
Como era o primeiro pretendente, não ficou desanimada e continuou a perguntar, desta vez com uma voz mais alegre e
um aperto no coração. - Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Mal tinha acabado de última palavra, apareceu o Cão que ladrava e gania de animação. - Ão, ão! Quero eu, quero eu! Se casares comigo, tens
uma casota toda janota e comida saborosa que me dá a D. Rosa. - Ai pobre de mim! Que alarido! – queixou-se
dando um suspiro – Com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não me serves para
marido. Ficou a ver o Cão a afastar-se com as orelhas baixas e o rabo entre as pernas, e voltou a tentar a sua sorte. Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Muito gorducho e envergonhado, aproximou-se o
Porco com um rabo que mais parecia um saca-rolhas e o focinho molhado. - Oinc! Oinc! Quero eu, quero eu! Sou muito
comilão, mas também dizem que sou bonacheirão. - És muito simpático e pareces ser divertido. Mas com essa voz,
acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Também mão me caso contigo. Depois, encheu o peito de ar, sorriu e
voltou a perguntar: - Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha?Com peito inchado, penas
coloridas e luzidias, candidatou-se o Galo que resolveu cantar para impressionar. - Cocorocó! Cocorococó! Quero eu,
quero eu! Se casares comigo, vais madrugar. - Galo garnisé, com tanto banzé acordavas-me a mim e aos meninos de
noite! E, sem dormir, íamos passar o tempo a refilar. A nossa amiga queria mesmo casar, por isso tinha de continuar. Quem quer casar com a Carochinha que é formosa e bonitinha? Com um miar meigo e a cauda bem levantada,
aproximou-se o Gato janota a ronronar. - Miau, renhaunhau. Quero eu, quero eu! Se gostas de leite, peixe fresquinho e
de apanhar banhos de sol nos telhados, então podemos casar. - Banhos de sol talvez… Mas leite? Peixe
fresquinho? E, com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! Não, não é contigo que vou subir ao altar.
Seria possível? Seria assim tão difícil encontrar alguém que não fosse barulhento? Mas foi então que reparou em alguém
que se aproximava a passo lento. - Oin, in, oin. Quero eu, quero eu! – zurrou o Burro – Olha, se casares
comigo, não vais dormir ao relento. - Mas com essa voz, acordavas-me a mim e aos meninos de noite! A minha vida ia
ser um verdadeiro tormento! Como já era tarde, a Carochinha pensou que seria melhor ir tratar do jantar, mas foi então
que ouviu chiar… - Hi, hi! E a mim, não vais perguntar se quero casar? Com um sorriso de felicidade por alguém tão simpático e com uma voz tão fininha, a Carochinha correu para o pátio. - Como te chamas? - Sou o Ratão. Queres casar comigo ou não? A Carochinha convidou-o a entrar, pois tinham muito que conversar e uma data de
casamento para marcar. Enviaram os convites, compraram a roupa e prepararam a boda a rigor com o senhor prior.
Domingo era o grande dia! A noiva foi a última a entrar na igreja e estava linda, de causar inveja. O João Ratão estava
orgulhoso mas também muito nervoso. Trocaram juras de amor eterno e, no fim, choveu porque era Inverno. Foi então
que o João Ratão se lembrou da viagem ao Japão. Correu para casa, porque se tinha esquecido das luvas, mas sentiu
um cheirinho gostoso e, acabou por ir espreitar o caldeirão. Pouco depois, a Carochinha achou melhor ir procurar o
marido que estava a demorar. - João Ratão, encontraste as luvas? – chamou ela ao entrar. Procurou, procurou quando chegou perto do caldeirão, quase desmaiou e gritou: - Ai o meu marido, o meu rico João Ratão, cozido e assado
no caldeirão! E assim acaba a história da linda Carochinha, que ficou sem o João Ratão, pois era guloso e caiu no
caldeirão.
 
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