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MARIZA NUNES
Nasceu em Moçambique filha de pai português e mãe moçambicana, mas mudou-se para Lisboa, Portugal, com a idade de três anos. Cresceu ali, entre os bairros da Mouraria e de Alfama, onde travou conhecimento com o fado e, segundo ela própria diz, «com tantos fadistas que as suas caras já se esfumam na memória». Muitos destes fadistas marcaram-na indubitavelmente quando, mais tarde, decidiu interpretar fado pelo mundo fora.
Enquanto adolescente e até se assumir como fadista cantou diversos géneros musicais como, gospel, soul e jazz. Principalmente este último, ao qual se afeiçoou, e até hoje em muitos dos seus fados, confere à música sons que relacionamos directamente com o jazz. Por isso, muitos não gostam dos seus fados, pois dizem que não são fado e sim jazz.
A música brasileira, na altura, era ainda uma atracção para Mariza. A intérprete viveu mesmo durante alguns anos no Brasil. Ali o seu interesse pessoal pelo fado não cresceu muito, pois nela, tal como na maioria dos jovens portugueses, tinha-se na ideia que o fado era uma marca dos anos salazaristas, que encarceraram o povo luso às raízes e o alienaram da mentalidade moderna da restante Europa. Mas os brasileiros queriam escutar fado e, assim, pediam-lhe que cantasse para eles.
E foi assim que o interesse de Mariza pelo «pranto fadista» cresceu e se apercebeu de que, afinal, o fado formava parte da sua cultura e demarcava-lhe as raízes lusas.
Em 1999 chega ao grande público pela mão da TVI, que transmitiu em directo as homenagens à maior fadista de que Portugal se recorda, Amália Rodrigues, nos Coliseus de Lisboa e do Porto.
2001 foi o ano em que Mariza edita o seu primeiro ábum, Fado em Mim, CD que obteve quádrupla platina em Portugal. As duas principais músicas do CD foram Ó gente da minha terra e Oiça lá ó senhor vinho. Dois anos depois edita Fado Curvo, que consegue o mesmo sucesso, e neste, o tema principal foi Cavaleiro Monge.
Em 2003 recebe o galardão da BBC Radio 3, na categoria de Melhor Artista da Europa de World Music. No seguinte ano, recebeu o mesmo galardão e, até 2006, foi nomeada para a mesma categoria.
Em 2004 os leitores da revista Lux elegem como a Personalidade do Ano.
E mais dois anos, em 2005, depois edita novo álbum, Transparente, cujos temas Meu fado Meu e Há palavras que nos beijam (com base no poema de Alexandre O'Neill) juntaram novos louros à sua já vasta colecção.
Em Novembro do mesmo ano, edita em Espanha o mesmo álbum, com duas versões em castelhano de Meu fado meu e Há uma música do povo, que interpretou com o famoso cantor José Maria Merced. Esta última, mas na sua versão portuguesa, integrou, já em 2006, a banda sonora da novela Paixões Proibidas, uma co-produção portuguesa e brasileira, gravada tanto em terras lusas com em terras de Vera-Cruz. Foi o tema principal da novela.
Também em 2005, a Fundação Amália Rodrigues atribui-lhe o prémio de «Intérprete que mais contribui para a divulgação da música portuguesa no estrangeiro». Um ano depois ganha um Globo de Ouro, em Portugal, e torna-se Comendadora, pelas mãos do ex-Presidente da República de Portugal Jorge Sampaio.
Em 2007 irá actuar novamente na Ópera de Sydney, em Sydney, na Austrália, no Carnegie Hall, em Nova Iorque, e depois, em Los Angeles, no Disney Concert Hall.
No concerto no Walt Disney Concert Hall o palco vai ser desenhado pelo arquitecto Frank Gehry.
É amiga de algumas das maiores personalidades da cultura e das artes a nível mundial, como Frank Gery e a esposa, que são espectadores assíduos do seu trabalho.