• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

aprender fotografia e transmitir emoçoes

ferny

GF Prata
Entrou
Out 12, 2007
Mensagens
445
Gostos Recebidos
0
::princípios básicos

Apesar de hoje em dia quase todas as máquinas possuírem um modo automático, é fundamental que qualquer fotógrafo perceba aquilo que a máquina está a fazer para que a possa corrigir sempre que necessário. Mesmo as máquinas mais sofisticadas enganam em certas condições de iluminação e só dominando a exposição à luz se pode determinar o aspecto de cada fotografia.

Mas dominar a exposição não significa conseguir a exposição “objectivamente correcta”. Isso não existe. Expor correctamente é apenas obter o resultado que o fotógrafo pretendia, seja ele qual for. Ao determinar as variáveis da exposição podemos fazer escolhas conscientes que alteram completamente o aspecto final da fotografia. Por exemplo, fotografamos uma planície sob um céu limpo com um tom médio de azul e queremos que o céu fique exactamente com essa cor. Se for menos exposto do que o necessário (subexposição), o céu vai ficar mais escuro do que vimos na realidade; se receber mais luz do que a necessária (sobrexposição), o céu vai ficar claro

Abertura e velocidade de exposição

Para se tirar uma fotografia é preciso definir a quantidade de luz que se deixa passar e o tempo durante o qual essa luz passa. Estas são as duas variáveis que determinam a exposição e designam-se abertura do diafragma e tempo de exposição. A abertura referese à quantidade de luz que passa num dado instante para, o tempo de exposição expressa o tempo durante o qual recebe essa quantidade de luz. Podemos obter a mesma exposição com diferentes combinações de abertura e tempo de exposição: se se aumentar a abertura pode-se expor durante menos tempo e vice-versa.

Quer a abertura quer o tempo de exposição são expressas em escalas logarítmicas, nas quais cada ponto da escala deixa passar metade da luz do que o seguinte. O tempo de exposição é expressa em segundos e fracções de segundo que correspondem ao tempo durante o qual o obturador abre para deixar passar a luz para o filme. A maior parte das máquinas fotográficas permite utilizar os seguintes tempos de exposição: 1 segundo, 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/30, 1/60, 1/125, 1/250, 1/500 e 1/1000 de segundo. Estes tempos de exposição são usualmente apresentadas de forma abreviada, mostrando apenas o denominador da fracção (1, 2, 4, 8, 16, 30, 60, 125, 250, 500 e 1000).


– Selector do tempo de exposição.


A abertura é expressa pela relação entre a distância focal da objectiva e o diâmetro da abertura do diafragma que deixa entrar a luz. Assim, uma objectiva de 50mm que deixe passar a luz por uma abertura de 25mm de diâmetro tem um abertura igual à distância focal (f) a dividir por 2, ou seja f/2. Frequentemente, representa-se a abertura apenas pelo denominador desta fracção, apresentando-se neste caso o número 2 para se referir esta abertura. Compreendese assim facilmente que, quanto menor for o número da abertura, mais luz passa através da objectiva. É comum encontrar escalas de abertura com os seguintes valores: 2, 2.8, 4, 5.6, 8, 11, 16 e 22. Também nesta escala cada valor deixa passar metade da luz do que o precedente, pelo que se pode fazer uma tabela de conjugações de abertura e tempo de exposição para se obter exactamente a mesma exposição:

Tempo de exposição


1/2
1/4
1/8
1/16
1/30
1/60
1/125
1/250
1/500
1/1000

Abertura


32
22
16
11
8
5.6
4
2.8
2
1.4






Profundidade de campo

Mas não é indiferente escolher qualquer uma destas combinações. Por um lado, é preciso escolher cuidadosamente o tempo de exposição, de forma a “congelar” o movimento daquilo que se está a fotografar ou, pelo contrário, deixar que esse movimento se veja na fotografia. Por outro, a abertura que se escolher determina a profundidade de campo, a distância à frente e atrás do plano de focagem em que os objectos ficam razoavelmente focados.

Umapequena profundidade de campo permite distinguir claramente o primeiro plano do fundo.

A profundidade de campo é inversamente proporcional em relação à abertura. Quanto maior for a abertura, menor será a profundidade de campo e vice-versa. Muitos fotógrafos amadores deixam-se confundir porque uma “abertura maior” significa ter um número de abertura menor. Por exemplo, com uma abertura de 1.4 a profundidade de campo é muito menor do que aquela que se obtém com uma abertura de 11.

A escolha da profundidade de campo é uma das opções mais importantes quando se define a abertura e o tempo durante o qual que se expõe um fotograma. Por exemplo, quando se fotografa uma pessoa podemos querer isolá-la do fundo, usando a menor profundidade de campo possível. Pelo contrário, ao fotografar uma paisagem grandiosa podemos querer que tudo o que vemos fique focado, desde os objectos mais próximos até ao infinito, para o que devemos usar a maior profundidade de campo possível. Mas atenção, porque quanto menor for a abertura, mais tempo se terá que expor e maior será o risco de tremer a fotografia. Para que isso não aconteça, podemos usar um bom tripé ou seguir a regra simples segundo a qual é possível obter fotografias nítidas segurando a máquina com as mãos desde que se use um tempo de exposição igual ou inferior ao inverso da distância focal da objectiva (em milímetros). Assim, poderemos segurar à mão tranquilamente uma máquina com uma objectiva de 50mm desde que o tempo de exposição seja no máximo de 1/50 de segundo ou, usando o ponto da escala mais próximo, 1/60.




Sensibilidade


Para além das variáveis de exposição que se controlam para cada fotografia (a abertura e o tempo de exposição)

Utilizando 400 ISO consegue-se captar esta imagem nocturna sem precisar de tripé.

A sensibilidade é expressa numa escala ISO (anteriormente designada ASA). Também esta escala é logarítmica, com uma sensibilidade de 400 ISO precisa de metade da luz do que 200 ISO.



Medir a luz
Para podermos escolher o tempo de exposição e a abertura com que vamos tirar uma fotografia temos que poder medir a luz existente. É para isso que todas as máquinas que hoje se vendem estão equipadas com um fotómetro mais ou menos sofisticado, com base no qual sugerem (ou escolhem, em modo automático) uma determinada exposição.


Só se pode utilizar adequadamente um fotómetro se se perceber o que ele faz. E o que qualquer fotómetro faz é simplesmente indicar a exposição correcta no caso de estarmos a fotografar um cartão cinzento que reflecte 18% da luz que nele incide, o tom médio perfeito. Comprovar isto é muito simples, basta seleccionar o modo de exposição automática, colocar frente à máquina, cobrindo todo o enquadramento, uma folha cinzenta e fotografar. Em seguida fotografa-se uma folha branca e depois uma folha preta. Depois de consultar o histograma, pode-se constatar que a máquina fez com que as três folhas parecessem iguais: expondo correctamente a cinzenta, subexpondo a branca e sobrexpondo a preta.

Como nem tudo o que podemos querer fotografar é cinzento, nem reflecte 18% da luz, precisamos de saber interpretar a informação que nos é fornecida para tomar decisões correctas de exposição. Os fotómetros medem a luz que é reflectida pelos objectos que estão dentro do enquadramento, dando frequentemente uma ponderação de 60% ou 75% da leitura ao círculo central do visor. Como uma superfície branca reflecte mais luz do que uma área escura, temos que tomar isso em consideração quando tomarmos decisões baseadas na leitura da luz reflectida. Por exemplo, se fotografarmos uma paisagem coberta de neve branca não podemos utilizar simplesmente a exposição sugerida, porque obteríamos uma neve cinzenta na fotografia. Temos que compensar essa leitura aumentando um ponto a abertura ou o tempo de exposição. Da mesma forma, se quisermos que uma fotografia tirada depois do pôr do Sol capte a atmosfera escura que se vê temos diminuir em cerca de um ponto a exposição sugerida.

Uma forma simples de obter uma exposição correcta é fazer a leitura de exposição apontando para algo que se queira que fique registado como tom médio e que esteja a receber a mesma luz do que o assunto que vamos fotografar. Por exemplo, para fotografar uma paisagem com iluminação uniforme podemos fazer a leitura de exposição apontando para as erva verde do chão, um exemplo clássico de tom médio, após o que podemos enquadrar e fotografar. Como a palma da nossa mão é cerca de um ponto mais clara do que o cinzento de 18%, quando não houver um tom médio que se possa utilizar podemos colocar a nossa mão à frente da objectiva (desde que receba a mesma luz do que o assunto a fotografar) bastando depois aumentar em um ponto a exposição sugerida, aumentando a abertura ou o tempo de exposição.

Há uma situação em que se pode dispensar o fotómetro. Quando fotografamos algo que esteja a receber a luz directa do Sol num dia sem nuvens, um tempo de exposição igual ao inverso da sensibilidade para uma abertura de f/16 resulta numa exposição que capta as tonalidades tal como se vêem. Por exemplo, com uma sensibilidade de 100 ISO podemos utilizar uma exposição de 1/125 (o ponto mais próximo de 1/100 na escala de tempos de exposição) para uma abertura de f/16 ou qualquer exposição equivalente: 1/250 para f/11, 1/500 para f/8 ou 1/6

Uma forma de visualizar a gama tonal que pode registar é recorrer ao quadro seguinte:


+ 2 ½ pontos: branco puro

+ 2 pontos: muito claro

+ 1 ½ pontos: mais claro

+ 1 ponto: claro

+ ½ ponto: levemente claro

Valor da exposição: tom médio

- ½ ponto: levemente escuro

- 1 ponto: escuro

- 1 ½ pontos: mais escuro

- 2 pontos: muito escuro

- 2 ½ pontos: negro puro


Quem tiver uma máquina fotográfica com medição pontual (spot) pode medir o ponto mais escuro daquilo que vai fotografar e o mais claro. Se a diferença de exposição entre os dois pontos for superior à amplitude tonal que estiver a utilizar vai ter que optar entre perder detalhe nas sombras ou nas partes mais claras da imagem. Sabendo isto podemos determinar com grande exactidão o aspecto final de cada fotografia que tiramos.

Muitos fotógrafos tendem a ficar fanáticos do equipamento. “Que fotografias fantásticas eu faria com uma 600mm f/2.8” ou “tenho que trocar as minhas objectivas todas por umas novas com estabilização de imagem” são delírios que se podem ouvir com frequência junto de apaixonados pela fotografia. Mas sucumbir à tentação de comprar todas as máquinas, objectivas e filtros disponíveis é algo que está acima de quase todas as bolsas e que, sejamos realistas, está longe de ser necessário. Uma máquina razoável, um conjunto de objectivas que abarque as principais distâncias focais, alguns filtros e um bom tripé chegam (e muitas vezes sobram) para realizar o talento da maior parte dos fotógrafos amadores.



Tripés

Para obtermos uma grande profundidade de campo ou fotografarmos com pouca luz temos que expor durante mais tempo. Se quisermos segurar a máquina à mão seremos obrigados a utilizar um EV muito rápido, com menor nitidez e muito “grão”. Com um bom tripé podemos quebrar este ciclo vicioso, pois permite-nos expor durante vários segundos, se necessário, e assim usar o melhor filme, com mais definição e menos “grão”. É verdade que andar com um tripé atrás não é propriamente um ideal de comodidade, mas os resultados compensam, pois para além de permitir exposições mais longas, uma tripé “obriga-nos” a compor a imagem com mais cuidado e dá-nos a possibilidade de ajustar pequenos detalhes minuciosamente.

A exposição longa só possível utilizando um tripé.

Nem todos os tripés são, obviamente, iguais. Pouco se pode esperar de um frágil tripé de plástico, barato mas incapaz de garantir uma sustentação solida à máquina e pouco prático de manusear. Um tripé sólido de alumínio (ou fibra de carbono) é um excelente investimento na qualidade das fotografias. Fabricantes como a Gitzo ou a Manfrotto oferecem gamas completas, com preços relativamente razoáveis (sobretudo no caso da Manfrotto).

Quando falamos de tripé estamos apenas a referir-nos às três pernas de sustentação, pois em produtos de qualidade podemos escolher a cabeça onde se fixa a máquina em separado. Basicamente, há dois tipos de cabeça – de bola ou com controlos separados para cada um dos três planos de movimento (inclinação horizontal, vertical e rotação). As cabeças de bola permitem movimentos muito rápidos em qualquer plano, pelo que são especialmente adequadas para fotografar alvos em movimento. As cabeças com três planos de movimento permitem composições mais minuciosas. A escolha entre estes dois tipos de cabeça é uma opção pessoal, em função dos assuntos que se pretenda fotografar, mas em qualquer dos casos é muito conveniente que tenha um sistema de libertação rápida, para fixar e libertar a câmara sem que seja necessário estar sempre a aparafusá-la.Filtros

Utilizam-se filtros para alterar a imagem que é captada, tornando-a artificial ou, pelo contrário, mais fiel ao que o fotógrafo viu com os seus próprios olhos. É fácil cair em imagens artificias de gosto duvidoso com os chamados filtros de “efeitos especiais”, pelo que vale mais a pena que nos centremos nos filtros que alteram a imagem sem a adulterar.

Provavelmente o filtro mais utilizado é o polarizador, um filtro circular que se roda para eliminar uma determinada polaridade de luz. Consegue-se assim atenuar (ou mesmo eliminar) reflexos em superfícies não metálicas e acentuar o azul do céu. Mas deve-se usar com cautela, pois é muito fácil escurecer em excesso o azul do céu, tornando-o artificial. O polarizador é também muito útil para fotografar paisagens naturais, pois ao eliminar os reflexos luminosos das folhas das plantas faz com que a sua cor se veja com mais intensidade. Encontram-se à venda polarizadores lineares e circulares, mas em máquinas com focagem automática só se devem usar estes últimos.


Os nossos olhos ignoram com facilidade pequenas diferenças na cor da luz existente a que são muito sensíveis. Por exemplo, um dia encoberto tem uma luz fria, azulada, e a iluminação artificial tende para o vermelho. Os filtros de correcção de cor permitem corrigir estes efeitos facilmente, estando disponíveis em diversas intensidades. Vale a pena ter, pelo menos, o filtro âmbar de aquecimento mais suave para os dias nublados. Caso fotografe frequentemente com luz artificial de incandescência, um filtro será também um acessório indispensável para tornar mais realistas as imagens.

Na fotografia a preto-e-branco o filtro de longe mais útil é o vermelho. Em paisagens atenua a neblina e escurece o céu, salientando o recorte das nuvens; no retrato de pessoas disfarça pequenas imperfeições da pele, favorecendo os “modelos”. Os outros filtros para fotografia monocromática (verdes, azuis, amarelos...) parecem-me úteis menos frequentemente, mas o seu funcionamento é muito simples: tornam mais claras as coisas da sua cor e mais escuros os objectos de cores complementares.

Ja A luz difusa do céu encoberto dava uma dominante azulada que se compensou facilmente com um filtro de aquecimento.

Outros filtros que vale a pena experimentar são os graduados de densidade neutra. Permitem, por exemplo, fotografar um céu brilhante sem perder os detalhes do chão, escurecendo o céu, reduzindo dessa forma a amplitude tonal da cena aos limites do filme.


O domínio das técnicas fotográficas é apenas uma ferramenta ao serviço da estética. Saber controlar a exposição, escolher a máquina, a objectiva e, eventualmente, o filtro é apenas o início de uma boa fotografia. O que distingue um grande fotógrafo de um mero curioso é a capacidade para ver coisas que não são evidentes, para ordenar a realidade de forma a transmitir emoções.
 
Última edição:

vggr

Novo
Membro Inactivo
Entrou
Jun 22, 2009
Mensagens
1
Gostos Recebidos
0
ajuda

gostaria de saber qual o tipo de objectivas para imagens de distancia premenorizadas, yenho uma nikon e gostaria de ter algo de relativamente bom alcançe.
espero uma resposta bjs
 
Topo