Jardim garante que PSD/Madeira não vai arranjar problemas a Manuela
PSD:Jardim garante que PSD/Madeira não vai arranjar problemas a Manuela Ferreira Leite
01 de Junho de 2008, 23:08
Funchal, 01 Jun (Lusa) -- O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, garantiu hoje que a região autónoma não irá arranjar problemas à nova líder nacional do PSD, Manuela Ferreira Leite.
Jardim, que não votou sábado nas eleições directas do PSD que resultaram na eleição de Manuela Ferreira Leite, falava no Aeroporto da Madeira à chegada de uma deslocação a Estrasburgo e Rems, cidades onde participou na assembleia anual do Congresso dos Poderes Locais e Regionais do Conselho da Europa e na celebração dos 20 anos da Assembleia das Regiões Europeias Vitivinícolas.
"Tinha coisas importantes a tratar", declarou Jardim para justificar o facto de não ter participado neste momento do partido, acrescentando: "eu não fui candidato depois de pensar em sê-lo. Eu não votei, portanto não me fica bem mandar palpites agora sobre o PSD."
"Fiz a promessa: eu só falo do PSD nacional no primeiro trimestre do ano que vem", realçou.
O líder madeirense reconheceu a vitória de Manuela Ferreira Leite, apontando: "ela ganhou, ganhou. Não é pela Madeira que se vai arranjar problemas ao PSD".
"O PSD nacional é que arranja problemas ao PSD Madeira porque, de vez em quando, há estes episódios eventualmente chocantes na história do PSD nacional e eu tenho um trabalhão para isso não se reflectir na vida do PSD-Madeira", disse.
Jardim apoiou a candidatura de Pedro Santana Lopes, que venceu na Madeira com mais de 30 por cento dos votos, enquanto que Manuela Ferreira Leite reuniu apenas oito por cento das preferências dos votantes madeirenses.
Instado a comentar as diligências efectuadas na passada semana, na Madeira, alegadamente no âmbito das investigações de fraude fiscal da denominada Operação Furacão, envolvendo empresários madeirenses como Joe Berardo, Horácio Roque e Jorge Sá, sustentou: "acho muito bem, cumpra-se a lei. A justiça é cega".
Adiantou "aguardar para saber onde estão as acusações sobre corrupção denunciadas pelo PS/Madeira" na Procuradoria da República, em Outubro de 2007.
"Eu não largo, porque: ou há corrupção e é natural que Ministério Público actue, ou não há e quero saber porque o MP está a cobrir as acusações do PS", argumentou.
"Obviamente que tenho de estar de acordo com tudo o que fiscalmente seja feito para pôr as pessoas e empresas a pagar impostos, porque é para o Orçamento Regional", destacou, referindo que "também foi durante anos investigado".
"Agora desistiram porque viram que eu era teso, mas durante anos era das pessoas no Tribunal Constitucional a quem era requerido pelos jornalistas a folha de declaração de rendimentos", mencionou.
Sobre o problema do aumento dos combustíveis, Jardim salientou ser "uma preocupação em toda a Europa", considerando ser um "assunto sério, porque há uma pressão enorme sobre o país e não peçam à Madeira, que é um ponto pequeno no mapa, para fazer aventuras" e defendeu a intervenção da Autoridade da Concorrência.
Questionado sobre a polémica em torno da liberalização das ligações áreas entre a Madeira e o Continente, o governante insular manifestou ter "toda a confiança na secretária regional do Turismo e Transportes", considerando ser necessário "arranjar mais companhias para entrar na linha".
"Se não entrar num certo equilíbrio temos que partir para outra. Temos que arranjar é mais companhias, o que não se pode é agarrarmo-nos aos tectos porque aí tínhamos um fenómeno próprio da economia de mercado, todos os preços iam para o tecto", explicou.
Em relação aos assuntos tratados em Estrasburgo realçou os impedimentos para a criação da Carta da Autonomia Regional, tema que não está a reunir consenso dos estados membros, o problema da emigração e xenofobia na Europa.
Em Rems esteve em contacto com o actual ministro da Agricultura e Pescas francês, país que a partir do segundo semestre deste ano irá presidir a União Europeia, tendo sido tratadas questões relacionadas com "o aumento das importação de vinho de novas regiões, casos do Chile, Argentina, Brasil (que triplicou a produção), Austrália e Nova Zelândia, ou África do Sul, enquanto que a Europa decresceu um pouco".
AMB.
Lusa/fim