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Carl Sagan "in memorian"

Lavalar

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CARL SAGAN
— in memorian —

por Renato da Silva Oliveira


Este texto foi gerado em 21 de dezembro de 1996, um dia após a morte de Carl Sagan. Na época, saiu com pequenos cortes e alterações de copy desk em alguns boletins, fanzines e revistas de circulação restrita. Carl Sagan era uma das raríssimas pessoas que me fazem sentir menos solitário. Alguém com quem, mesmo sem nunca ter tido contato presencial, eu compartilhava muitos sentimentos e pensamentos. Nutria por Carl Sagan profundo respeito e admiração e este in memorian é uma singelíssima homenagem ao que ele representou e representa para a Ciência, para a divulgação científica e, particularmente, para mim.


CARL SAGAN — UMA ESTRELA DE 1ª MAGNITUDE

Há momentos em que somos tomados por uma profunda sensação de perda, bem diferente daquela que sentimos com a perda de entes queridos próximos. Uma sensação mais sóbria, menos desesperadora, porque nos atinge de maneira mais distante, mais indireta. Mas não menos profunda.

Muitas pessoas — mas proporcionalmente poucas se consideramos todos os habitantes de nosso planeta — experimentaram essa sensação indesejada e incômoda no dia 20 de dezembro do ano que se foi (1996).

Aos 62 anos, Carl Sagan, o astrônomo norte-americano, o sábio ser humano do planeta Terra, nos deixou.

Os astrônomos sabem que quanto maior e mais brilhante é uma estrela, mais rápida e furtiva é sua existência. E a estrela de Sagan sempre brilhou muito... muito intensamente.

Ficamos órfãos — todos nós, que acreditamos que nossa época e nossas conquistas são as mais notáveis de nossa jornada neste Universo — de nosso paradigma, nossa pipe-line, nosso exemplo, nosso mestre.

Carl Sagan tornou-se conhecido do grande público por seus livros de divulgação científica e por protagonizar como apresentador a série televisiva "Cosmo".

JÚBILOS E PERDAS

Nós vivemos numa época maravilhosa, em que a compreensão das questões essenciais que afligem o ser humano desde as suas origens começa a ser vislumbrada através do tênue feixe de luz que a pequena lanterna-ciência lança sobre as trevas de nossa ignorância.

Poucas pessoas conseguem ver essas maravilhas, contemplar este momento único, Regozijar-se de pertencer a este tempo, a esta época.

Menos pessoas ainda compreendem que a nossa maior conquista é a própria lanterna!

Ninguém se esforçou mais do que Carl Sagan para mostrar a todos, cientistas e leigos, a importância de tornar acessível a todos a posse dessa lanterna.

Ninguém, mais do que Sagan, teve a coragem e a iniciativa de por a prova o pensamento científico, sem preconceitos, sem soberba, sem arrogância.


"Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a outra é que tudo é um milagre." — Albert Einstein

Empunhando magistralmente as palavras e com um domínio invejável de vastas áreas do saber científico, Sagan duelava impiedosamente com magos, ufólogos, curandeiros, falsos-profetas de nosso tempo, e nunca perdia.

Esgrimia aguerrido com a lanterna-ciência, como um Luke Sky Walker a serviço do bom-senso, contra os Darth Vader da fantasia travestida de realidade.

Podemos lembrar dele como um astrônomo de renome internacional; por sua participação em alguns projetos da NASA; por sua constante aparição nos meios de comunicação de massa; por seus inúmeros e deliciosos livros.

Mas certamente, para os que conhecem, ainda que superficialmente, sua obra e suas idéias, Carl Sagan será lembrado como um ser humano muito especial, com uma visão de mundo extremamente científica e, ao mesmo tempo, sentimentalmente poética: a ciência era sua musa; falar da ciência era sua poesia.

E ao conseguir mostrar quão bela e, como diria o Sr. Spock, quão fascinante é a visão do Universo proporcionada pelo pequeno feixe de nossa lanterna-ciência, Sagan inexoravelmente incutia em seus interlocutores o desejo, a ânsia pela posse dessa lanterna mágica.

Carl Sagan era um sonhador. Perseguiu seus sonhos por toda a sua vida. Muitos, ele os viu realizados. Outros, deixou-os para realizar às gerações futuras.

Carl Sagan foi um astrônomo de primeira linha. Mas foi divulgando a Ciência que ele se destacou como o melhor entre os melhores.

Quando lembro-me lendo seus livros, seus artigos em revistas, vendo-o na TV, em reportagens ou seriado, não posso deixar de regozijar-me e agradercer, não sei bem a quê ou a quem, o privilégio de existir nesta época, e compartilhar, ainda que distante na superfície de nosso planeta, porém muito próximo no mundo das idéias, da existência de um ser humano como Carl Sagan.
 

Lavalar

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Parte II

BIOGRAFIA RESUMIDA DE CARL SAGAN

*

Carl Edward Sagan nasceu em 9 de novembro de 1934, filho Rachel e Samuel Sagan (um alfaiate russo, emigrante da União Soviética), em New York, nos Estados Unidos.
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Aos 12 anos teve seu interesse irreversivelmente atraído pela astronomia.
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Em 1954 formou-se em física na Universidade de Chicago, onde, em 1955 bacharelou-se, em 1956 completou o mestrado e em 1960 completou também seu Doutorado em Astronomia e Astrofísica.
*

Entre 1960 e 1968 Carl Sagan lecionou em algumas das principais universidades norte-americanas: Harvard, Stanford e Cornell.
*

Nessa última, onde lecionou a partir de 1968, fundou e dirigiu o Laboratório de Estudos Planetários.
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Foi colaborador da NASA, como consultor e conselheiro, desde os anos 50, e em diversos projetos de grande envergadura, tendo participado de forma decisiva na preparação e planejamento das missões Apolo (à Lua), Mariner e Viking (à Marte), Voyager (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) e Galileo.
*

Junto com outros pesquisadores e nomes de peso no cenário artístico americano (Paul Newman, etc), fundou e dirigiu a The Planetary Society.
*

Recebeu 22 títulos de honra concedidos por instituições de ensino superior dos Estados Unidos.
*

Sagan teve participação decisiva na explicação do efeito estufa na atmosfera de Vênus. Também ajudou a explicar as mudanças sazonais na atmosfera de Marte e o efeito de moléculas orgânicas complexas na atmosfera de Titan, satélite de Saturno.
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Além de inúmeros artigos em boletins e revistas especializadas, em revistas de divulgação e em revistas para o grande público, Sagan publicou vários livros. Alguns técnicos e outros de divulgação científica.
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Recebeu o prêmio Pulitzer de literatura, em 1978, por seu fascinante livro, Os Dragões do Éden.
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Recebeu 3 prêmios Emmy (o “Oscar” da TV) por sua série para TV, Cosmos. Estima-se que Cosmos tenha sido assistida por mais de 500 milhões de pessoas em mais de 60 países. Seu livro, de mesmo nome, permaneceu por mais de 70 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times.
*

Em seus últimos anos, vivia em Ithaca, New York.
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Com 62 anos, foi acometido de uma forte pneumonia, adquirida devido a fragilização causada em seu organismo pela mielodisplasia — doença da medula, perniciosa como o câncer, que o acompanhava há cerca de 2 anos.
*

Em 20 de dezembro de 1996, Carl Sagan deixou finalmente seu planeta natal. Deixou-nos e rumou, sozinho, para as estrelas.

COM A PALAVRA, CARL SAGAN

SAGAN E A FÉ EM NOSSA ÉPOCA

“De fato, a época mais excitante, satisfatória e estimulante para se estar vivo é justamente aquela em que se passa da ignorância ao conhecimento desses assuntos fundamentais; a época em que se começa na imaginação e se termina no entendimento. Em todos os 4 bilhões de anos da história da vida em nosso planeta, e nos 4 milhões de anos de história da família humana, só a uma geração cabe o privilégio de viver este momento único de transição: essa geração é a nossa.”


SAGAN E A CIÊNCIA

“A Ciência é antes um modo de pensar do que propriamente um conjunto de conhecimentos.”

“A Ciência nos esclarece sobre as questões mais profundas das origens, naturezas e destinos – de nossa espécie, da vida, de nosso planeta, do Universo. Pela primeira vez na história humana somos capazes de adquirir uma verdadeira compreensão desses temas. Toda cultura sobre a Terra tem tratado deles e valorizado a sua importância. Todos nós nos sentimos tolos, quando abordamos essas questões grandiosas. A longo prazo, a maior dádiva da Ciência talvez seja nos ensinar , de um modo ainda não superado por nenhum outro empenho humano, alguma coisa sobre nosso contexto cósmico, sobre o ponto do espaço e do tempo em que estamos, e sobre quem nós somos”.


SAGAN E AS PSEUDOCIÊNCIAS

"Eu afirmo que existe muito mais maravilha na Ciência do que na pseudociência. E, além disso, em qualquer medida que este termo tenha algum sentido, a Ciência tem a virtude adicional, que não é desprezível, de ser verdadeira".

"Caso se explicasse a Ciência ao indivíduo médio de uma maneira que fosse acessível e emocionante, não haveria espaço para a pseudociência. Mas há um tipo da Lei de Gresham que estabelece que na cultura popular a Ciência ruim tira o espaço da boa. E penso que a culpa disso é, em primeiro lugar, de nós da comunidade científica por não fazermos um trabalho melhor de popularização da Ciência, e, em segundo, dos media, que é nesse sentido quase uniformemente terrível. Todo jornal na América tem uma coluna diária de astrologia. Quantos têm uma coluna ao menos semanal de astronomia? E eu acredito que também é culpa do sistema educacional. Nós não ensinamos como pensar. Esta é uma falha muito séria que pode até, em um mundo equipado com 60.000 armas nucleares, comprometer o futuro da humanidade."


SAGAN E O CETICISMO (filosófico)

"Parece-me que é necessário um equilíbrio muito cuidadoso entre duas necessidades conflitantes: o escrutínio mais cético de todas as hipóteses que nos são oferecidas e ao mesmo tempo uma grande abertura a novas idéias. Obviamente que essas duas modalidades do pensamento estão em alguma tensão. Mas se você puder exercitar somente uma delas, qualquer que seja, você tem um problema sério.

Se você for somente cético, então nenhuma idéia nova chega até você. Você nunca aprende nada de novo. Você se transforma em uma velho excêntrico convencido de que o absurdo é que governa o mundo (evidentemente que há muitos dados para lhe dar apoio.). Mas, de quando em quando, talvez uma vez em cem casos, uma nova idéia acaba acertando, válida e maravilhosa. Se você estiver no hábito demasiado forte de ser cético com tudo, você não a perceberá ou se sentirá agredido, e de qualquer maneira estará barrando o caminho da compreensão e do progresso.

Por outro lado, se você estiver aberto a ponto de ser crédulo e não tiver um grama de ceticismo, então você não conseguirá distinguir as idéias úteis das sem valor. Se todas as idéias tiverem validade igual então você está perdido, porque então, me parece, nenhuma idéia tem validade alguma.

Algumas idéias são melhores do que outras. O aparato para distingui-las é uma ferramenta essencial para lidar com o mundo e especialmente com o futuro. E é precisamente a mistura dessas duas modalidades de pensamento que é central ao sucesso da Ciência.

Os cientistas realmente bons fazem ambas as coisas. Quando estão por sua própria conta, falando consigo mesmos, eles criam um monte de idéias novas e as criticam sem piedade. A maior parte das idéias nunca chega ao mundo exterior. Somente as idéias que passam por rigorosos filtros pessoais conseguem sair e são criticadas pelo restante da comunidade científica. Acontece às vezes que as idéias que são aceitas por todos acabam por se mostrar erradas, ou ao menos parcialmente erradas, ou ao menos substituídas por idéias mais gerais. E, se por um lado, naturalmente, existem algumas perdas pessoais -- vínculos emocionais a idéias que voccê mesmo ajudou a criar --, não obstante a ética coletiva é de que toda vez que uma idéia assim cai e é substituída por algo melhor, a Ciência beneficiou-se. Em Ciência, freqüentemente acontece que os cientistas digam, "Sabe, esse é um argumento bom mesmo; minha posição está errada", e então mudam mesmo de idéia e você nunca mais ouve aquela visão antiga. Isso acontece mesmo. Não tão freqüentemente como deveria, porque os cientistas são humanos e a mudança às vezes é dolorosa. Mas acontece todos os dias. Mas ninguém consegue lembrar qual foi a última vez em que algo assim aconteceu na política ou na religião. É muito raro que um senador, por exemplo, diga "esse é um bom argumento. Vou mudar minha afiliação política."

SAGAN E A EDUCAÇÃO

“As vezes fico admirado por ver como há muito mais capacidade e entusiasmo para a Ciência entre os jovens da escola primária que entre os estudantes universitários. Alguma coisa acontece nos anos de escola que lhes desestimula o interesse (e não se trata apenas da puberdade); devemos compreender e evitar esse perigoso desestímulo.”

"Eu acredito que parte do que impulsiona a Ciência é a sede de maravilhamento. É uma emoção muito poderosa. Todas as crianças a sentem. Em uma sala de aula de primeira série, todos a sentem; em uma sala de aula do último ano do ensino médio, quase ninguém a sente, ou sequer a reconhece. Algo acontece entre a primeira e a última séries, e não é só a puberdade. Não somente as escolas e a mídia não ensinam muito ceticismo, mas também há pouco incentivo dessa agitante sensação de maravilhamento. Ciência e pseudociência, ambos despertam esse sentimento. Popularizações pobres da Ciência estabelecem um nicho ecológico para a pseudociência."



SAGAN E A AMEAÇA NUCLEAR

“Estamos numa encruzilhada da história humana. Nunca dantes houve um momento tão perigoso e tão promissor. Somos a primeira espécie a ter a evolução em nossas próprias mãos. Pela primeira vez possuímos os meios de promover nossa própria destruição, inadvertida ou intencional.”

“Entramos irrevogavelmente, creio eu, num caminho que nos levará às estrelas — a não ser que, por monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, venhamos a nos destruir antes disso.”



SAGAN E A TENDENCIOSIDADE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

“Enquanto algumas doutrinas marginais recentes são amplamente promovidas, a discussão cética e a dissecação de suas falhas gritantes não são divulgadas.”
 

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Parte III

SAGAN E A TENDENCIOSIDADE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

“Enquanto algumas doutrinas marginais recentes são amplamente promovidas, a discussão cética e a dissecação de suas falhas gritantes não são divulgadas.”



SAGAN E OS DISCOS VOADORES, PASSADOS E PRESENTES

“Examinamos uma série de artefatos, lendas e folclore de muitas culturas, e concluímos que não há um só caso que proporcione alguma evidência convincente de contatos com extraterrestres.”

SAGAN E A COMUNICAÇÃO COM CIVILIZAÇÕES EXTRATERRESTRES

“Através de toda a nossa história, temos meditado sobre as estrela e imaginado se a humanidade é de fato única ou se, em algum outro lugar na escuridão do céu noturno, haverá outros seres comtemplando e imaginando da mesma forma que nós, como colegas pensantes na imensidão do cosmo.”



SAGAN E A CORAGEM INTELECTUAL


“Meu ponto de vista pessoal é que, não importa quão inortodoxo é o raciocínio e quão desagradáveis as conclusões, não há desculpas para tentar eliminar novas idéias — muito menos que os cientistas o façam.”



SAGAN E JORNADA NAS ESTRELAS


“Tive o mesmo problema com Jornada nas Estrelas, que sei ter tido larga aceitação, e em relação ao qual alguns amigos solícitos me disseram que eu deveria ter uma visão alegórica e não literal. Quando, todavia, astronautas provindos da Terra se instalam num planeta distante e lá encontram seres humanos em meio a um conflito entre duas superpotências nucleares — que se intitulam Yangs [Ianques] Coms [comunistas], ou seus equivalentes fonéticos —, a descrença não pode deixar de vir à tona. Numa sociedade global terrestre, daqui a muitos séculos, os oficiais da nave são embaraçosamente anglo-americanos. Somente duas das 12 ou 15 naves interestelares têm nomes não ingleses, Kongo e Potenkin (Potemkin e não Aurora?). E a idéia de um cruzamento bem-sucedido entre um “vulcaniano” e uma terrestre simplesmente ignora tudo o que hoje sabemos sobre biologia molecular. (Como observei em outro lugar, tal cruzamento tem a mesma probabilidade de sucesso de um acasalamento entre um homem e uma rosa).”



SAGAN E A FICÇÃO CIENTÍFICA


“Acredito que eu tenha hoje a mesma sede de maravilhas dos meus 10 anos de idade. Mas desde então aprendi um pouco a respeito do modo como o mundo realmente se ajusta. Acho que a ficção científica me levou à Ciência. Considero a Ciência mais sutil, mais intrincada e mais impressionante do que grande parte da ficção científica.”

“A interligação entre a Ciência e a ficção científica por vezes produz resultados curiosos. Nem sempre fica claro se é a vida que imita a arte ou vice-versa.”

“Não receio em afirmar que, se sobrevivermos, a ficção científica terá dado uma contribuição vital para a continuidade e a evolução de nossa civilização.”



SAGAN E A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA


“A Ciência real pode tornar a ficção tão excitante como a ciência espúria, e penso que é importante aproveitar toda a oportunidade de divulgar as idéias da Ciência numa civilização que, ao mesmo tempo em que se baseia nela, quase nada faz para torná-la compreendida.”

“É um desafio supremo para o divulgador da Ciência deixar bem clara a história real e tortuosa das grandes descobertas, bem como os equívocos e, por vezes, a recusa obstinada de seus profissionais a tomar outro caminho. Muitos textos escolares, talvez a maioria dos livros didáticos científicos, são levianos nesse ponto. É muitíssimo mais importante apresentar de modo atraente a sabedoria destilada durante séculos de interrogação paciente e coletiva da Natureza do que detalhar o confuso mecanismo de destilação. O método da Ciência, por mais enfadonho e ranzinza que pareça, é muito mais importante do que as descobertas dela”.



SAGAN E A BELEZA DO UNIVERSO


“Se olharmos para qualquer ponto do universo, encontraremos algo de estupendo. Antes de mais nada, encontraremos um universo extremamente belo, construído de maneira sutil e intrincada.”



SAGAN E O AMOR À VIDA


“A espécie humana precisará crescer muito, deixar sua infância para trás. Talvez nossos descendentes nesses tempos remotos olhem para trás, para a longa e errante jornada empreendida pela raça humana a partir de suas obscuras origens no distante planeta Terra , e, relembrando nossas histórias pessoais e coletivas, nosso romance com a Ciência e a religião, tenham uma visão plena de clareza, compreensão e amor.”

SAGAN POR ASTRÔNOMOS BRASILEIROS


“A Terra fica mais vazia com a morte de Sagan e de Mastroianni, mas o céu ganha duas grandes figuras de nosso tempo...”

Ronaldo R. F. Mourão (do Museu de Astronomia e Ciências Afins) na Folha de São Paulo de 21/12/96



“A morte de Sagan desguarnece o planeta de uma figura popular e querida entre todos nós.”

“... Sagan deixa a lição de que é possível fazer pesquisa séria e relevante e ao mesmo tempo difundir e ensinar Astronomia aos não especialistas.”

Walmir Tomazzi Cardoso (da Sociedade Brasileira para o Ensino da Astronomia)



“No final de 1996 o Universo ficou menor. Não porque tenha diminuido de tamanho, mas porque perdeu uma de suas mais brilhantes estrelas, o astrônomo norte-americano Carl Edward Sagan.”

“A Sagan, pelo seu trabalho, pelo seu exemplo, nosso reconhecimento, nosso respeito, nossa saudade. Nosso tributo.”

Romildo Póvoa Faria (da UNICAMP - Planetário de Campinas - Museu Dinâmico de Ciências de Campinas - Presidente da Associação Brasileira de Planetários e Diretor da Organização Ibero-Americana de Planetários)
 

Lavalar

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Parte IV

Obra

Com sua formação multidisciplinar e talento para a expressão escrita, Carl Sagan legou-nos um formidável acervo de obras, dentre as quais figuram clássicos como Cosmos (que foi transformado em uma premiada série de televisão, acompanhada por mais de meio bilhão de pessoas em todo o mundo), Os Dragões do Éden (pelo qual Carl Sagan recebeu o prêmio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e O Mundo Assombrado Pelos Demônios - A ciência como uma vela no escuro.

Sem medir esforços para divulgar a ciência, Carl Sagan escreveu ainda o romance de ficção científica Contato (visando atingir o grande público interessado pelo gênero), obra que foi inclusive levada para as telas de cinema, posterior a sua morte. A última obra do autor (Bilhões e Bilhões) foi publicada postumamente por sua esposa e colaboradora Ann Druyan e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan.

Fosse pela literatura científica formal ou de divulgação, pela televisão ou cinema, Carl Sagan buscou sempre oferecer ao público – leigo ou especializado – a mais completa e acessível visão científica dos fatos que se fez possível. Foi professor de astronomia e ciências espaciais na Cornell University e professor visitante no Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Criou a Sociedade Planetária e promoveu o SETI.

Trabalho científico

Carl Sagan teve um papel significativo no programa espacial americano desde o seu início. Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 50, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes de suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar que permitiram obter importantes informações sobre Vênus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito estufa em Vênus e o descobrimento das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno.

Premiações

Recebeu diversos prêmios e homenagens de diversos centros de pesquisas e entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prêmio científico das Américas, o prêmio mais alto da Academia Nacional de Ciências dos EUA, a Public Welfare Medal. Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por Excepcionais Feitos Científicos, por Feitos no Programa Apollo e duas vezes a Distinção por Serviços Públicos. O Prêmio de Astronáutica Jonh F.Kennedy da Sociedade Astronáutica Norte-Americana. O Prêmio de Beneficiência Pública por “distintas contribuições para o bem estar da humanidade”. Medalha Tsiolkovsky da Federação Cosmonáutica Soviética. O Prêmio Masursky da Sociedade Astronômica Norte-Americana. O prêmio Pulitzer de literatura, em 1978, por seu livro Os Dragões do Éden e o prêmio Emmy, por sua série Cosmos. Em homenagem, um asteróide leva hoje seu nome.

Bibliografia

* Os Dragões do Éden
* O Cérebro de Broca (editado no Brasil com o título O Romance da Ciência)
* Cosmos
* Pálido Ponto Azul
* O Mundo Assombrado pelos Dêmonios: A Ciência como uma Vela no Escuro (1996)
* Contato
* Bilhões e Bilhões.
 

MANGO

GF Prata
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Amigo Marcoense parabéns , excelente trabalho que colmata a perda de um trabalho meu análogo sobre Carl Sagan aquando deste ultimo apagão .
Estou satisfeito que te tenha ocorrido expôr sobre este Homem da ciência com uma visão muito peculiar sobre a investigação /Exploração espacial .


Cumprimentos

Mango
 

Matapitosboss

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Parabéns amigo marcoense, por este grande trabalho por ti apresentado.



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