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Energia eólica

Fonsec@

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[FONT=Arial,Helvetica]
[/FONT]
[FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]Os moinhos de ventos são velhos conhecidos nossos, e usam a energia dos ventos, isto é, eólica, não para gerar eletricidade, mas para realizar trabalho, como bombear água e moer grãos. Na Pérsia, no século V, já eram utilizados moinhos de vento para bombear água para irrigação.[/SIZE][/FONT]
[FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]A energia eólica é produzida pela transformação da energia cinética dos ventos em energia elétrica. A conversão de energia é realizada através de um aerogerador que consiste num gerador elétrico acoplado a um eixo que gira através da incidência do vento nas pás da turbina.[/SIZE][/FONT]
[FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]A turbina eólica horizontal (a vertical não é mais usada), é formada essencialmente por um conjunto de duas ou três pás, com perfis aerodinâmicos eficientes, impulsionadas por forças predominantemente de sustentação, acionando geradores que operam a velocidade variável, para garantir uma alta eficiência de conversão (fig.4).[/SIZE][/FONT] [FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]A instalação de turbinas eólicas tem interesse em locais em que a velocidade média anual dos ventos seja superior a 3,6 m/s.[/SIZE][/FONT]
[FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]Existem atualmente, mais de 20 000 turbinas eólicas de grande porte em operação no mundo (principalmente no Estados Unidos). Na Europa, espera-se gerar 10 % da energia elétrica a partir da eólica, até o ano de 2030.[/SIZE][/FONT]
eolica.jpg
[FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]Vista de campo com equipamentos[/SIZE][/FONT]
[FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]modernos para aproveitamento da energia dos [/SIZE][/FONT][FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]ventos (eólica).[/SIZE][/FONT]

[FONT=Arial,Helvetica][SIZE=-1]O Brasil produz e exporta equipamentos para usinas eólicas, mas elas ainda são pouco usadas. Aqui se destacam as Usinas do Camelinho (1MW, em MG), de Mucuripe (1,2MW) e da Prainha (10MW) no Ceará, e a de Fernando de Noronha em Pernambuco.[/SIZE][/FONT]
 

somais1

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É possivel montar algum sistema eolico em casa?
ouvi dizer q a EDP pagava?
 
H

helldanger1

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Eólica

O Ar em Movimento é energia

O Vento é uma fonte limpa e inesgotável de energia que vem sendo usada durante muitos séculos para moer grãos, em bombas de água , em barcos velejadores, e para outros trabalhos diversos. A quantia de energia Eólica disponível, porém, varia e depende do tempo e do lugar. Embora a tecnologia tenha cido melhorada nos ultimos anos, o modo no qual a energia eólica tem sido obtida é geralmente a mesma.

windplc.gif
A eletricidade é produzida de uma forma bastante simples. Sopros de vento nas lâminas ou propussores de um moinho de vento o fazem girar assim como a água faz girar uma turbina. Estes são conectados a geradores, e os geradores produzem eletricidade.

fig03.jpg
aquela que costumamos ver em filmes de faroeste americanos. Ela consiste em um rotor com até 20 lâminas montadas em um eixo horizontal e um rabo-cata-vento para manter o sistema de frente para o vento. Um jogo de engrenagens encadeadas conecta à barra da bomba que move verticalmente para cima e para baixo. A uma velocidade de vento de 15 milhas por hora (24 quilômetros por hora), a bomba entrega 10 galões por minuto (3.8 litros por minuto) para uma altura de 100 pés (30 metros). Relativamente ineficiente, estas bombas convertem só uma porção pequena da energia de fluxo eólica para a bomba.

energia_eolica.GIF
Ao contrário do moinho de vento da fazenda tradicional, as máquinas modernas usadas pra gerar eletricidade tem de uma a quatro lâminas e operam a velocidade de rotação bem altas. As lâminas se parecem os airfoils trançados de um propulsor de avião. O Jacobs three-blade windmill, usado amplamente entre 1930 e 1960, poderia entregar aproximadamente 1 quilowatt de força a uma velocidade de vento típica de 14 milhas por hora (23 quilômetros por hora).
altamont.jpg

Embora o vento não seja visto como o salvador dos problemas de
energia do homem, é pelo menos um contribuinte bom pelos anos a
vir, como já o é nos dias atuais.

cumpts
hell
 

Fonsec@

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A Fonte

Fonte O vento resulta do deslocamento de massas de ar, derivado dos efeitos das diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões distintas e é influenciado por efeitos locais como a orografia e a rugosidade do solo.

Essas diferenças de pressão têm uma origem térmica estando directamente relacionadas com a radiação solar e os processos de aquecimento das massas de ar.
10636.jpg

Entre 1 a 2% da energia proveniente do sol (o sol irradia cerca de 174.423.000.000.000 kWh), é convertida em energia eólica, a qual é cerca de 50 a 100 vezes superior a energia convertida em biomassa (0.011%), por todas as plantas da terra.

As regiões ao redor do Equador, latitude 0º, são aquecidas pelo sol mais do que as restantes zonas do globo. O ar quente é mais leve que o ar frio, pelo que sobe até uma altura aproximada de 10 km e estende-se para norte e para sul. Se a terra não girasse, es ar simplesmente chegaria ao Polo Sul e ao Polo Norte, para posteriormente descender e voltar ao Equador.

Podemos classificar os ventos nos seguinte tipos:

- ventos globais;
- ventos de superfície;
- ventos locais.


Ventos Globais
O vento que sobe desde o Equador para os pólos, o qual circula pelas camadas mais altas da atmosfera, por volta dos 30º de latitude, a força de Coriolis evita que continue em direcção aos pólos. Nessa latitude encontra-se uma zona de altas pressões, pelo que o ar começa a descer de novo.

Quando o vento sobe desde o Equador origina uma zona de baixas pressões perto do solo o que atrai ventos do Norte e do Sul. Nos pólos, devido ao ar frio, são originadas zonas de altas pressões. A Troposfera é onde ocorrem todos os fenómenos meteorológicos assim como o efeito de estufa.


vento1.gif
As direcções dominantes do vento são importantes na localização das aerogeradores, no entanto a geografia local também pode influenciar as direcções acima indicadas.

Estes ventos na realidade são considerados como ventos geostróficos, e ocorrem a partir da altitude dos 1.000 m. A velocidades destes ventos pode ser medida por balões meteorológicos.
Ventos de superfície
Os ventos são muito influenciados pela superfície terrestre até altitudes de 100 metros. O vento é travado pela rugosidade da superfície da terra e pelos obstáculos. A direcção perto da superfície são ligeiramente diferentes das dos ventos geostróficos, devido à rotação da terra.
Ventos locais Apesar da importância dos ventos locais na determinação dos ventos dominantes numa determinada área, as condições climatéricas locais podem influenciar as direcções do vento. A direcção do vento é influenciada pela soma dos efeitos globais e locais. Quando os ventos globais são suaves, os ventos locais podem dominar o regime de ventos:

Brisas Marinhas: Durante o dia a terra aquece mais rapidamente pela influência do sol que o mar. O ar sobe e circula para o mar, criando uma depressão ao nível do solo, que atrai o ar frio do mar. A isto chama-se brisa marinha. Normalmente ao entardecer há um período de calma, quando as temperaturas do solo e do mar se igualam. Durante a noite os ventos sopram em sentido contrário, tendo a brisa terrestre, normalmente, velocidades inferiores, uma vez que a diferença entre a temperatura do solo e do mar é mais pequena.

vento2.gif
Brisas Marinhas-Dia​
vento3.gif
Brisas Marinhas-Noite​
Ventos da montanha: um exemplo é o vento do vale o qual tem origem nos declives orientados a sul (no hemisfério sul nos declives orientados a norte). Quando os declives e o ar próximo delas está quente a densidade do ar diminui, sobe seguindo a superfície do declive. Durante a noite a direcção do vento inverte-se, passando a descer o declive. Se o fundo do vale for inclinado o ar pode ascender e descender pelo vale, ete efeito tem o nome de vento canhão. Alguns exemplos importantes deste fenómeno são: o Fhon dos Alpes, o Chinook das Montanhas Rochosas, o Mistral do Vale do Rhone e o Sirocco do Sahara.

vento4.gif
 

Fonsec@

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Conversão

A seguir são apresentados alguns coiceitos importantes relativamente a conversão do vento em energia:

- a energia do Vento
- efeitos do Vento
- produção de energia
-
lei de BETZ
A energia do Vento


O aerogerador obtém energia convertendo a energia do vento num binário actuando sobre as pás do rotor. A quantidade de energia transferida ao rotor pelo vento depende da densidade do ar, da área de varrimento do rotor e da velocidade do vento.
Densidade do ar: A energia cinética de um corpo em movimento é proporcional a sua massa, assim a energia cinética do vento depende da densidade do ar, i.e., da sua massa por unidade de volume. Quanto “mais pesado ou denso” seja o ar, maior quantidade de energia receberá a turbina. A pressão atmosférica normal a densidade do ar é de 1,225 Kg/m3. A grandes altitudes a pressão do ar diminui e o ar é menos denso.
Área de varrimento do rotor: A área de varrimento (área de uma circunferência pxr2) determina quanta energia do vento a turbina eólica é capaz de captar. Dado que a área do rotor aumenta com o quadrado do raio, uma turbina duas vezes maior recebe 4 vezes mais energia.
Desvio do Vento: A imagem anterior esta simplificada, na realidade o aerogerador desvia o vento antes deste chegar ao plano do rotor, pelo que nunca será possível capturar toda a energia do vento. (ver Lei de Beltz). Na imagem acima temos o vento que vem da direita e um aerogerador. O rotor da turbina eólica trava o vento quando captura a sua energia cinética e a converte em energia rotacional. Isto implica que o vento se mexe mais devagar na parte esquerda do rotor que na parte direita.Uma vez que a quantidade de ar (por segundo) que passa através da área de varrimento do rotor desde a direita deve ser igual a que abandona a área do rotor pela esquerda, o ar ocupará uma maior secção transversal (diâmetro), por trás do plano do rotor. Este efeito pode apreciar-se na imagem acima, onde se mostra um tubo imaginário, o chamado tubo de corrente, ao redor do rotor. O tubo de corrente mostra como o vento em movimento lento para a esquerda ocupara um grande volume na parte posterior do rotor.
Distribuição da pressão no rotor: este gráfico mostra a pressão do ar no eixo vertical, e no eixo horizontal a distância ao plano do rotor. A pressão do ar aumenta gradualmente à medida que o vento se aproxima do rotor, uma vez que o rotor actua como barreira ao vento, detrás do rotor a pressão cai imediatamente, estabilizando gradualmente a medida que se afasta. A medida que o vento se afasta do rotor a turbulência do vento provoca que o vento mais lento se misture com o vento mais rápido da área circundante, reduzindo o efeito de “abrigo ao vento”.

Efeitos do Vento
A variação do vento com a altura ao solo (rugosidade), turbulência ou a presença de obstáculos, etc., são outros factores que influenciam o aproveitamento desta fonte de energia: Rugosidade: só a partir dos mil metros de altura é que a superfície terrestre deixa de ter influência significativa sobre o vento. Nas camadas mais baixas a velocidade do vento é afectada pela fricção com a superfície terrestre. Em geral, quanto maior a rugosidade do terreno maior o abrandamento do vento. Um bosque ou uma grande cidade abrandam muito o vento, classe de rugosidade 3 a 4 (definição utilizada pela industria eólica para classificar a rugosidade), uma pista de um aeroporto, ou planície abrandam apenas ligeiramente o vento, classe 0,5-1, em quanto que a superfície do mar ou de um lago tem uma influência quase nula, classe 0. (imagem??)
Variabilidade do vento: a velocidade do vento está sempre a flutuar, pelo que o seu conteúdo energético varia continuamente. A magnitude destas flutuações dependem das condições climatéricas e das condições locais (objectos e superfície). A produção energética da turbina varia com este fenómeno, no entanto pequenas variações rápidas podem ser compensadas pela inércia do rotor. Na maior parte dos locais do planeta o vento sopra mais intensamente durante o dia que durante a noite, devido essencialmente a que as diferenças de temperaturas entre a superfície do mar e a superfície da terras são maiores durante o dia que durante a noite, no entanto é mais turbulento e sujeito a variações de sentido durante o dia. A maior produção diurna pode ser vantajoso do ponto de vista comercial uma vez que os períodos de cheia registam-se durante o dia. (imagem??)
Turbulência: a turbulência pode estar associada a fenómenos naturais como tempestades com rajadas de vento m várias direcções, ou em áreas em que a superfície é muito acidentada (grande rugosidade), e por detrás de obstáculos como edifícios onde ocorre muita turbulência com fluxos de ar irregulares, remoinhos e vórtices. A turbulência reduz a possibilidade de utilizar o vento de forma efectiva num aerogerador, assim como maior desgaste e possibilidades de rupturas (fadiga estrutural). As torres eólicas são normalmente suficientemente altas para evitar as turbulências do vento ao nível do solo. (imagem??)
Obstáculos: os obstáculos ao vento tais como edifícios, árvores, formações rochosas, etc., podem diminuir a velocidade do vento de forma significativa e normalmente criar turbulência ao redor deles. Grande parte da turbulência é gerada na região por detrás do obstáculo, e pode propagar-se até 3 vezes a dimensão do objecto, pelo que é de evitar grandes obstáculos perto das turbinas eólicas, e em particular nas direcções do vento dominante. (imagem??)
Efeito da esteira: o vento que abandona a turbina tem um conteúdo energético inferior, criando um “abrigo” na direcção a favor do vento. De facto, existe uma esteira por trás da turbina, i.e., uma “cauda” de vento muito turbulenta e abrandada, em comparação com o vento que chega a turbina (expressão com origem na esteira produzida pelos barcos). Nos parques eólico, por forma a evitar a turbulência ao redor das turbinas, a distância mínima equivalente entre cada turbina é de três diâmetros de rotor. Nas direcções do vento dominante esta separação deve ser ainda maior. (imagem??)
 

Fonsec@

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Conversão (cont.)

Efeito do Parque: como referido no efeito esteira, cada aerogerador irá travar o vento ao extrair energia. O Ideal seria poder separar as turbinas o máximo possível na direcção dominante do vento. No entanto os custos do terreno e ligação à rede aconselha instalar as turbinas o mais próximo umas das outras. Como norma, a separação entre aerogeradores é de 5 a 9 diâmetros de rotor na direcção dos ventos dominantes, e de 3 a 5 diâmetros nas direcções perpendiculares dos ventos dominantes. As perdas típicas de energia devida e este efeito situam-se em 5%, já tendo em conta as formas de minimizar este tipo de efeitos. (imagem??)
Efeito Túnel: o vento que passa entre dois edifícios altos ou entre uma passagem estreita dentre duas montanhas é comprimido na parte exposta ao vento e a sua velocidade cresce consideravelmente entre os dois obstáculos. Este efeito tem o nome de “efeito túnel” ou “venturi”. Assim seria possível, na teoria, obter velocidades de vento 1/3 superiores. A colocação de uma turbina eólica entre duas colinas, no entanto em colinas muito acidentadas pode haver efeitos da turbulência que poderão anular as eventuais vantagens do efeito túnel e criar problemas de fadiga nos materiais. (imagem??)
Efeito Colina: correntemente os aerogeradores são instalados perto do topo de colinas uma vez que a velocidade do vento nestes locais é superior ao das áreas circundantes. Isto deve-se à compressão que o vento sofre na zona onde sopra, e que, ao chegar ao topo da colina, pode voltar a expandir-se pela ladeira a sotavento da colina. Caso a colina seja muito acidentada, pode ser originada turbulência significativa, que pode anular a vantagem do efeito colina. (imagem??)
Condições marítimas: as condições de rugosidade são algo variáveis, devido a produção de ondas, no entanto, em geral, pode-se considerar que a rugosidade da superfície da água é muito baixa e os obstáculos ao vento são pouco, devendo nos cálculos ter em conta ilhas, faróis, etc., tal como se faz com os obstáculos y a variação da rugosidade em terra. Uma menor rugosidade traduz-se num perfil de velocidade mais estável (menos descolamento CL), pelo que o vento não experimenta grande mudanças em altura, sendo possível torres mais baixas, com cerca de 0,75 x diâmetro do rotor (normalmente, em terra, as torres tem uma altura de um diâmetro de rotor ou mais). Também, no mar, a turbulência é menor do que em terra, devido às menores diferenças de temperatura a diferentes alturas (no mar a radiação solar penetra vários metros de profundidade, em quanto na terra a radiação concentra-se na camada superficial, aquecendo-a muito mais), pelo que é de esperar um maior tempo de vida dos aerogeradores.

Produção de energia

A energia cinética, resultante das deslocações de massas de ar, pode ser transformada em:

- energia mecânica através de aeromotores;

- energia eléctrica através de turbinas eólicas ou aerogeradores.

A potência mecânica disponível (P) numa turbina depende grandemente (factor cúbico) da velocidade do caudal de ar que passa através dela, o que faz com que o interesse e o aproveitamento deste recurso varie muito com a intensidade e a direcção do vento.

A potência do vento que passa perpendicularmente através de uma área circular P = 1/2 rv3 pr2

Onde:

P= potência média do vento em Watts [W]
r(rho) = densidade do ar seco = 1,225 kg/m3 (PTN)
v= velocidade média do vento [m/s]
p (pi) = 3.1415926535...
r = raio do rotor em m [metros]

Lei de BETZ
Quanto maior for a energia cinética extraída do vento pelo aerogerador, maior será a travagem que sofrerá o vento que deixa o aerogerador pelo lado esquerdo do desenho. Se teoricamente fosse possível extrair toda a energia do vento, o ar sairia com velocidade nula, ou melhor, o ar não poderia abandonar a turbina. Nesse caso não seria possível extrair nenhuma energia, uma vez que também não entraria ar no rotor do aerogerador. No outro caso extremo, consideramos o ar a passar pelo tubo de vento sem nenhum impedimento, também não será possível extrair energia do vento.

Entre estes dois extremos existe um valor para o qual e mais eficiente a conversão da energia do vento em energia mecânica : um aerogerador ira travar até cerca de 2/3 da sua velocidade inicial. Este valor obtêm-se da formulação de 1919, realizada pelo físico Albert Betz, e conhecida como Lei de Betz.

A Lei de Betz diz que só se pode converter menos de 16/27 (59%) da energia cinética em energia mecânica ao utilizar um aerogerador.

Já foi referido que a potência varia com o cubo da velocidade do vento, e proporcionalmente com a densidade do ar. A maior parte da energia eólica está localizada acima da velocidade média do vento de projecto.Para a produção de energia eléctrica em grande escala só locais com valores de velocidades média anuais superiores a 6 m/seg são interessantes, abaixo deste valor já não existe viabilidade para este tipo de aplicações.

De facto a velocidade à qual os aerogeradores começam a rodar situa-se nos 3-5 m/s (velocidade de ligação), no entanto abaixo de 5 m/s a quantidade de energia no vento é muito baixa, e a turbina apenas começa a funcionar por volta dos 5 m/s.

Os valores ideias de aproveitamento andam a volta do 9-10 m/seg, no entanto as turbinas podem ser desenhadas para uma eficiência máxima dependendo da zona de velocidade de vento onde esteja a maior parte da energia.

O valor limite estrutural para as turbinas anda a volta do 25 m/seg (velocidade de corte). A estas velocidades as turbinas tem de ser capazes de dissipar a energia em excesso.
07158.jpg
 

Fonsec@

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Tecnologias

Para o aproveitamento da energia eólica existem vários tipos de tecnologia:

- moinhos de vento;
- aeromotores;
- turbinas eólicas ou aerogeradores. Moinhos de Vento
Os moinhos de vento são utilizados desde a antiguidade para moer cereais ou para bombagem de água. São disso exemplo os muitos moinhos de vento existentes em Portugal, alguns deles ainda em funcionamento.
moinho_vento.jpg

Aeromotores
Principalmente usados para a extracção de água de poços, muito diversificados nos Estados Unidos e em aplicações do mesmo tipo em Portugal.

Devido ao grande factor de "solidez" (número de pás*corda média) este tipo de turbina funciona a muito baixas velocidades, no entanto tem uma reduzida eficiência na extracção de energia do vento quando comparada com as turbinas com apenas duas ou três pás.
02799.jpg

Turbinas eólicas
É a principal tecnologia utilizada para a produção de energia eléctrica na actualidade.

Existem essencialmente dois tipos de turbinas eólicas: - de eixo horizontal (HAWT’s Horizontal Axis Wind Turbines): são o tipo de turbinas mais comuns, de accionamento por forças sustentadoras e aplicadas na maior parte dos parques de produção de energia eléctrica.

Actualmente a maior parte são constituídas com três pás, no entanto é possível e existem turbinas com duas e apenas uma pá (eventualmente com menor custo em material). A principal desvantagem, destas turbinas com duas ou uma pá é a menor estabilidade da turbina.
06583_2.jpg
- de eixo vertical (VAWT’s Vertical Axis Wind Turbines): baseiam-se num princípio semelhante as clássicas noras de água, onde a água chega perpendicularmente em relação ao eixo de rotação da nora. Utilizadas também para a produção de energia eléctrica, e tem como principal vantagens teóricas:

1. A independência da direcção do vento, no entanto os esforços nas pás exercidos pela força centrífuga limita a sua velocidade.

2. Maior rendimento em comparação com as turbinas de eixo horizontal.

3. Uma forma da diminuir este efeito é dar uma forma arqueada, ou “C” as pás (turbina de "Darius" de Georges Darrieus, desenhadas em 1931), no entanto reduz o existe uma redução do rendimento.

4. O gerador pode estar no solo e pode-se prescindir de uma torre, para a máquina.
00182.jpg

As principais desvantagens das turbinas de eixo vertical são:

1. Velocidades junto do solo baixas (junto da parte inferior do rotor).

2. Arranque “forçado”, i.e., a ,máquina necessita de um “empurrão” antes de arrancar.

3. Em alguns casos existe a necessidade de cabos tensores, aumentado a área de ocupação.

4. Em caso de substituição do rolamento principal é necessário desmontar toda a turbina.

A última grande máquina deste tipo de turbinas, a Eole C com 4.200 kW e diâmetro de rotor 100m, instalada no Canadá, já deixou de funcionar em 1998, devido a problemas de manutenção.
 

Fonsec@

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Estado em Portugal

Em Portugal, o primeiro parque eólico foi criado em 1988 em Santa Maria (Açores), mas actualmente a distribuição destas centrais abrange quase todo o território nacional com aproximadamente 1.131 MW de potência instalada até Fevereiro 2006, 106 parques eólicos e 703 turbinas eólicas.

No entanto só nos últimos 5 anos, inicialmente com o Programa Energia e mais recentemente com o Programa E4, é que se criaram algumas condições para o desenvolvimento real deste tipo de energia.

Cerca de metade dos parque eólicos (48%) em Portugal são parques pequenos, com potências entre 1 a 10 MW. 31% dos parque têm uma dimensão média, com potências entre 10 a 25 MW%. Apenas existe um parque eólico com potência superior a 50 MW.

No mapa que se segue podemos ver alguns dos parques eólicos existentes em Portugal. Para ver a lista completa dos aproveitamentos eólicos instalados no país até Dezembro de 2004 clique aqui.
mapa_eolicas.gif
Mapa de parques eólicos em Portugal O recurso energético eólico “onshore” disponível em Portugal estima-se nos 4.800 MW, tendo em conta um cenário de restrição ambiental moderada.

Apesar deste potencial, existiram uma série de barreiras que contribuiu para o fraco desenvolvimento da energia eólica em Portugal:

- ligação a rede: uma vez que os locais com maior potencial se encontram em locais remotos ou servidos por redes fracas, muitas vezes o escoamento de energia só é conseguido através da construção de novas linhas, o que eleva os custos ou até inviabiliza as operações, sendo também problemática a gestão da atribuição dos pontos de interligação.

- impacte ambiental: as principais incidências ambientais habitualmente apontadas são o ruído, o impacto visual e a influência na fauna avícola, no entanto a evolução tecnológica (diminuição dos ruídos, turbinas mais potentes, menor número de unidades a instalar) terá tendência para compatibilizar os dois interesses.

- procedimentos burocráticos: os trâmites administrativos de um projecto de energia eólica são complexos, burocráticos e morosos, envolvendo muitos organismos da Administração com critérios pouco explícitos e sem regras de organização entre os vários agentes envolvidos.

Com a implementação de medidas como a MAPE do Programa E4, e recentemente, em Maio 2005, com o anúncio do concurso que irá atribuir cerca de 1.700 MW, pretende-se chegar aos 4.500 MW até final da década, contribuindo de uma forma essencial para a meta dos 39% de produção de energia eléctrica com fonte nas ER.
 

Fonsec@

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Futuro

Tendo em conta a necessidade do cumprimento da Directiva Comunitária respeitante ao acordo de Quioto, que impõe como meta 39% de produção de energia eléctrica com base nas energias renováveis até 2010, assim como as recentes medidas de apoio, como a remuneração da energia produzida para níveis perto do praticado nos países Europeus, prevê-se a instalação de cerca de 4.500 MW de capacidade de geração em energia eólica.


Até Fevereiro de 2006 estavão licenciados mais 2.789 MW de energia eólica, o que , tendo em conta o tempo de licenciamento actual (>2 anos), poderá elevar a potência instalada de eólica em 2007 até os 2.000 MW.

É ainda necessária a centralização dos processos de licenciamento em apenas um único organismo, que coordenaria e teria a cargo todo o procedimento administrativo, por forma a diminuir os prazos de implementação dos projectos os quais, actualmente, rondam os 2 a 4 anos.
00905.jpg

A energia eólica mostra-se como uma das fontes renováveis com maior potencialidade e maior desenvolvimento futuro, não apenas pelas metas estabelecidas, mas também pelo interesse que desperta nas entidades e empresas o desenvolvimento de projectos de grande envergadura e visibilidade, além do retorno financeiro bastante atractivo.
 

sousacastro

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Como disse anteriormente o membro somais1.

É possivel montar algum sistema eolico em casa?

Cumprimentos
 

ALEX

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Como disse anteriormente o membro somais1.

É possivel montar algum sistema eolico em casa?

Cumprimentos

É possível

mas apenas aconselhável se vives no campo

A instalação deve ser antecedida dum estudo do local

porque se não fôr uma zona em que exista bastante vento não é rentável
 

vIRC

GF Bronze
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Boas noites,

apesar de o sistema Eólico não ser muito rentável para o utilizador doméstico, esse mesmo sistema é muito rentavel para grandes empresas porque a manutenção do parque torna-se muito barato.

O sistema mais economico para o utilizador doméstico será o sistema de paineis solares, muito mais barato e debita mais corrente que o sistema Eólico.
Se estiver a dizer alguma barbaridade, alguem que me corrija porque estou aqui para aprender e dizer algumas coisas que me contam.

Em relação a valores de compra por parte da EDP, é melhor lerem o documento que menciono abaixo. Atenção que o valor da energia Eólica é diferente da Energia Solar.

Retirado do site abaixo mencionado:

Pergunta:
Gostaria de saber se também é possível fazer a ligação à EDP de um gerador
eólico de 3000W e nesse caso, qual o modelo de gerador e qual o seu custo?

Resposta:
A energia eólica não tem os mesmos valores de remuneração, ou seja tem
um valor pouco lucrativa, só rentável a partir de grandes parques eólicos de mais de 1 MW, com custos no valor de 2 milliões de Euros.


Abraços

http://www.troquedeenergia.com/index.php?op=6&table=17&id=1
 
Última edição:

inokas

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Ola, muito boa tarde a todos. Sou nova nestas andanças, tal é o desespero pela procura de informaçao acerca da energia eólica. Gostaria de saber se me podem ajudar em termos bibliográficos, bons livros acerca do tema, saber se ja ha um mapa eólico em portugal e se ha, onde o posso encontrar...
Se me puderem ajudar, ficarei eternamente grata.
Cumprimentos,

Inokas
 

scbraga

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Sou estudante de Engenharia mecânica na Universidade do Minho e estou a fazer um projecto de um gerador eólico urbano (dakeles pekeninos). Porexemplo tou a efectuar o desenho 3D, a fazer cálculos da estrutura e quais os materiais utilizados na sua construção e outras coisas mais.

Se quiserem trocar informações a nível técnico é so perguntarem.

Quanto a livros existem bons mas em Inglês.
 

carloss

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Pelo que uma pessoa tanta saber e encontrar o material necessário para uma aplicação caseira, pouco se sabe, e preços devem ser muito elevados.
 

marialva

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sim a possivel,uma universidade,ja preparou,umas eolicas para por no quintal,pensso que o socrates,tem uma la posta recentemente,na sua residencia,de 1ºministro,custam a volta de1500.euros.para isso e preciso a aprovaçao duma entidade reguladora,e mais umas formalidades,a edp,muda o contador,e o excesso que nao consumimos,vai para a rede nacional,e a edp paga este excedente,mas ainda esta no principio
 

Marco Reis

GF Prata
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Boas!!

para quem quiser dar uma vista de olhos aqui mostra como fazer um pequeno aerogerador caseiro com um motor de um video gravador...

h**p://www.electronica-pt.com/index.php/content/view/17/29/

fiquem bem....
 

DemonTuga

GF Ouro
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grande topico!!

eu acho este topico muito intersante porque mostra as pessoas que a energia eolica pode ser daqui por uns anos a opção, mas indicada!!!!
o problema esta que as pessoas com falta de imformação pensão que o investmento não recompensa!!!

um abraço
 
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