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Relíquia do transporte coletivo de passageiros é vedeta em museu

kokas

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Set 27, 2006
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Um autocarro de 1958, o primeiro exemplar produzido em Portugal e o primeiro a ter licença para fins turísticos, é a "vedeta" do museu dos transportes de Viana do Castelo.


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Com 14 lugares, o modelo produzido pela Fiat foi o primeiro a ser comercializado pela Salvador Caetano. Custou 70 contos (350 euros), "verdadeiro luxo para a época", e foi a primeira viatura a operar no setor turístico no país, tendo sido o primeiro com licença para cruzar fronteiras.















"Em 1958, foi publicada uma lei que licenciar viaturas para excursões. O meu avô (António Cunha) era uma pessoa muito atenta e foi logo a primeira pessoa a adquirir uma viatura de turismo", explicou um dos responsáveis do Museu dos Transportes, Ivo Cunha.

Para o neto do fundador do maior grupo de transportes de Viana do Castelo, e "mentor" do projeto daquele núcleo museológico, situado no lugar de Santoínho, em Darque, o "histórico autocarro" é "peça fundamental" do espólio que o avô, António Cunha, falecido em 2005, reuniu durante anos.

"O sonho dele, já de décadas, enquanto empresário do setor, e colecionador de muitas peças que estão aqui no museu, era proporcionar ao público uma mostra do que eram os transportes, enquanto atividade e também enquanto história da região", disse o diretor executivo do grupo Avic.

"Ele faleceu em 2005 e não teve oportunidade de concretizar esse projeto. Agora, felizmente temos um espaço onde concretizámos esse sonho, e podemos proporcionar às pessoas uma perspetiva original dos transportes", disse o empresário.

Na evolução que o setor e a empresa conheceram, o autocarro "tem muita história para contar", a que se junta "um extenso arquivo de fotografias e relatos das peripécias" registadas durante "os milhares de quilómetros percorridos no país e pela Europa fora".

"Levou muita gente de Viana a visitar muitas cidades da Europa, desde Paris e Roma. Impulsionou muito o turismo da região, e levou muita gente daqui a ver outros mundos", realçou.

Cerca de 20 anos depois de ter sido comprado, a Salvador Caetano tentou reavê-lo para o seu próprio museu mas sem sucesso. "Quando o meu avô foi presidente da Câmara de Viana do Castelo (1977 e 1979), a Salvador Caetano tentou adquirir o autocarro, tentando até trocar por uma viatura completamente nova, mas a proposta foi recusada porque as histórias que ele encerra estão muito vincadas na história da nossa empresa. É por isso que tem lugar de destaque nesta exposição", explicou.

O museu começou a ganhar forma em 2012, com "o trabalho de restauro, e de investigação" e ganhou impulso com a constituição da Fundação Santoínho, aprovada pelo Governo em novembro de 2014 e que abrange ainda um museu do Traje e Costumes, com mais de mil peças avaliadas por especialistas em mais de 600 mil euros.

O espaço dedicado aos transportes integra "mais de duas dezenas de peças", desde exemplares do transporte de tração humana, até à tração animal, um coche do século XVII, charretes, e veículos motorizados, como um carro de transporte de carga e quatro autocarros que remontam às décadas de 50 e 60.

Naquele núcleo museológico está ainda exposto parte do "extenso" que o fundador do grupo organizou: "O meu avô era o organizador das excursões, o guia, o motorista, o mecânico. Eram outros tempos, tempos de trabalho árduo, com o risco associado, mas era uma aventura que ele tinha um gosto enorme em fazer e registar", disse.
O investimento ultrapassa "as centenas de milhares de euros" mas a fundação prepara-se para lhe dar "mais dinâmica", sobretudo a pensar nas escolas da região.

"Neste momento está perfeitamente visitável, mas o objetivo é apostar na descrição de cada peça, e na introdução de novas peças que estão em fase de restauro", explicou.



nm


 
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