Sintomas e abordagens terapêuticas
A menopausa é a cessação dos fluxos menstruais fisiológicos.
O início da menopausa é estabelecido retrospectivamente, uma vez que o diagnóstico se baseia na ausência de menstruação por um período de 12 meses.
Só em 2006 entraram na fase da menopausa cerca de 700 mil mulheres portuguesas. Novos tratamentos que promevem a saúde e o bem estar estão disponíveis. Veja o nosso dossier!
SINTOMAS DA MENOPAUSA E DO CLIMATÉRIO
Muitos dos sintomas da menopausa iniciam-se três a cinco anos antes da cessação dos fluxos menstruais, constituindo os primeiros sinais de uma diminuição das funções ováricas e das consequentes irregularidades na secreção das hormonas sexuais.
Estes sintomas, designados por sintomas do climatério, encontram-se directamente relacionados com a redução dos níveis de estrogénios, associada intimamente aos sintomas do climatério e da menopausa, retirando assim o benefício evidente da terapêutica hormonal de substituição.
Sintomas Menopausa Inicial:
Afrontamentos:
Constituem o principal sintoma de síndrome climatérica. Consistem numa sensação de calor que dura poucos minutos, sentida inicialmente no rosto e difundindo-se depois a todo o corpo. Durante este acesso de calor observa-se um aumento da frequência cardíaca e da temperatura cutânea, que provoca uma transpiração acentuada.
Crises de Suores:
Associam-se muitas vezes aos afrontamentos, aparecendo sobretudo durante a noite e provocando frequentes e incómodas interrupções do sono.
Insónia:
O sono da mulher durante a menopausa é pouco repousante, com interrupções frequentes e dificuldade em adormecer.
Ansiedade e depressão:
Durante o climatério e o estado inicial da menopausa observa-se uma maior incidência de estados de ansiedade e depressão.
Perturbações do foro sexual:
Ocorrem uma diminuição do desejo sexual, da excitação e do prazer sexual.
Sintomas Menopausa a Médio Prazo:
Vaginites, vulvites e dispareunia:
Os estrogénios são indispensáveis ao trofismo do tracto genital. A carência desta hormona conduz à distrofia e à trofia do útero, das trompas, da vagina e da vulva.
Incontinência Urinária:
Devido à carência de estrogénios, dá-se a atrofia das mucosas da bexiga e da uretra, com o consequente aumento da necessidade de urinar e da incontinência urinária devida a esforços, acessos de tosse, etc.
Envelhecimento cutâneo, hipertricose e calvície:
Durante a menopausa, a carência de estrogénios provoca não só a atrofia da derme, que se manifesta por uma perda de consistência e da elasticidade da pele, mas também um aumento do hirsutismo (hipertricose).
Sintomas e Doenças da Menopausa Avançada:
Osteoporose:
Após a Menopausa, a carência em estrogénios acelera o processo de reabsorção do osso, provocando uma perda rápida de cálcio nos ossos. Esta situação origina um aumento da fragilidade óssea que leva a um risco acrescido de fractura. Os sinais mais evidentes são a perda de estatura e a cifose, característicos dos indivíduos com osteoporose.
Doenças cardiovasculares:
O risco de enfarte antes da menopausa, para a mulher, é de 44% do que existe para o homem. Após a menopausa, esse risco aumenta, e após os 60 anos, o risco é semelhante ao do homem da mesma idade. Aceita-se que o aumento do risco cardiovascular na menopausa resulte da concomitância de muitos factores que são consequência da carência de hormonas sexuais femininas.
Doença de Alzheimer
Numerosos dados sugerem que a carência de estrogénios constitui um factos potenciador das alterações cognitivas, que ocorrem após a menopausa.
Abordagens terapêuticas da Menopausa
O tratamento da menopausa tem por objectivo:
Eliminar ou atenuar os sintomas agudos da menopausa, particularmente as perturbações vasomotoras e neurovegetativas;
Tratar as perturbações dos tracto genito-urinário;
Prevenir e tratar as patologias de origem osteoporótica e o enfarte do miocárdio;
Melhorar a qualidade de vida.
1. Terapêutica hormonal de substituição
A eficácia da terapêutica hormonal de substituição (à base de hormonas sexuais de origem sintética) – THS - deve-se ao facto de utilizar hormonas muito potentes, razão pela qual deve ser cuidadosamente adaptada a cada situação, de modo a não perturbar o delicado equilíbrio endócrino da pós-menopausa.
Além disso, por razões de segurança, é conveniente não prolongar a utilização da THS por um período superior a 5 anos.
2. Fitoterapia
A incidência de doenças como a osteoporose, a aterosclerose ou os tumores da mama e do útero, bem como os habituais sintomas da menopausa, são inferiores nas mulheres orientais comparativamente às ocidentais.
Estes dados epidemiológicos foram atribuídos aos hábitos alimentares destas populações, nos quais se inclui a proteína de soja. Efectivamente, vários estudos demonstraram que a soja contém substâncias que desenvolvem uma acção semelhante à dos estrogénios (fitoestrogénios).
O fitoestrogénio, ou isoflavona, componente da soja, tem uma acção mais suave, mais equilibrada e mais respeitadora dos equilíbrios hormonais da mulher do que a dos estrogénios. Por essa razão, em alguns casos, os fitoestrogénios representam uma alternativa válida à Terapêutica Hormonal de Substituição.
As substâncias fitoestrogénias estão presentes em inúmeros vegetais (alfalfa, arruda, hortelã pimenta, ginkgo biloba, racemosa), mas os fitoestrogénios de soja são, sem dúvida, os melhor e mais bem estudados e conhecidos quanto ao efeito biológico e à segurança de utilização.
Resumo das acções das Isoflavonas de Soja
Previnem, reduzem ou eliminam os sintomas da menopausa ligeiros a moderados;
Previnem e reduzem o risco de osteoporose;
Previnem e reduzem o risco cardiovascular e actuam na regularização da dislipidemia;
Provavelmente previnem e reduzem o risco de neoplasia da mama, do endométrio e do ovário;
Têm uma acção anti-radicais livres;
Poderão prevenir a deterioração das funções cognitivas em idade avançada
Utilidade das Isoflavonas de Soja
Pelo seu equilíbrio em termos de eficácia, inocuidade, facilidade de utilização e maneabilidade, os fitoestrogénios são classificados como “suplementos alimentares” e não é necessário receita médica para a sua aquisição. No entanto, constituem uma terapêutica muito eficaz, e por isso é sempre aconselhável consultar o médico antes de os utilizar.