Cleópatra VII (70/69 A.C.?-30 A.C.)
Cleópatra VII nasceu na Alexandria provavelmente no ano 69 ou 70 A.C. e faleceu em 30 A.C., sendo a última rainha da dinastia de Ptolomeu (General que governou o Egipto, após a conquista daquele país pelos gregos chefiados por Alexandre Magno). Cleópatra era filha de Ptolomeu XII e de Cleópatra V. O nome "Cleópatra" significa "glória do pai". É uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e um dos governantes mais famosos do Egipto, tendo ficado conhecida somente como Cleópatra - ainda que tenham existido seis Cleópatras antes dela e que a história quase não cita. Nunca foi a detentora única do poder na sua terra natal - de facto governou sempre com um homem ao seu lado: o seu pai, o seu irmão (com quem casaria mais tarde) e depois, com o seu filho. Contudo, em todos estes casos, os seus companheiros eram apenas reis titulares mantendo ela a autoridade de facto.
Cleópatra foi uma grande negociante, estrategista militar, falava seis idiomas e conhecia filosofia, literatura e arte gregas. Cleópatra VII, usava o cognome "Thea Filopator" (Thea significa "Deusa" e Filopator "Amada por seu pai"). Era de origem grega, filha de Ptolomeu XII com a sua irmã. Cleópatra VII por sua vez, casou-se com Ptolomeu XIII, seu irmão. A rainha do Egipto foi uma das mulheres mais poderosas e determinadas da história. O mito sexual que se criou em torno dela é questionado por muitos historiadores, que julgam que Cleópatra não possuía a performance erótica que lhe foi atribuída. Cleópatra, a sétima rainha ptolemaica desse nome, tinha cerca de 18 anos de idade em 51 A.C., quando subiu ao trono que partilhava com seu irmão Ptolomeu XIII (tinha 9 anos de idade) que de acordo com o costume egípcio era também seu marido. Já então Roma estava intervindo com frequência na política do Egipto ptolemaico e os pretendentes ao trono procuravam a aprovação romana. Cleópatra queria reinar sozinha, mas os aliados de seu irmão se opuseram a ela e a expulsaram do reino. Indo refugiar-se na Síria, conheceu Júlio César, membro do Segundo Triunvirato Romano. Cleópatra estava disposta a conquistá-lo, para conseguir de César o seu apoio militar para ocupar novamente o trono no Egipto. Segundo conta a lenda, para conquistar César, ela se enrolou no tapete, que o fez chegar até ele como presente. Quando ela saiu lá de dentro, o romano ficou maravilhado diante de tanta beleza e graça.
Cleópatra era uma mulher extraordinária e pouco comum. Era possuidora de uma beleza deslumbrante, acompanhada de um encanto pessoal e muita sensualidade. Enquanto alguns lhe atribuem inteligência, cultura e poder, também é descrita como uma mulher astuta, ambiciosa, manipuladora e algumas vezes, perversa. Em outras ocasiões apresentava-se como uma mulher fatal, amiga das orgias e liberta para o prazer. Com tantos atributos, Cleópatra era considerada a rainha exótica por excelência, em função de sua origem oriental. Apesar de César estar perdido de amores por Cleópatra, decide voltar a Roma, mas deixa a mulher amada grávida de um filho que se chamaria Cesárion. Mãe e filho partem para Roma, onde Cleópatra é recebida como uma rainha, mas para os romanos ela não era mais do que uma amante de César. Esta viagem, independente de outros valores, nos revela o interesse por conhecer os costumes romanos e inclusive o desejo de uma oriental por ocidentalizar-se. Cleópatra permaneceu um ano e meio em Roma, numa cidade que não podia se comparar com a bela Alexandria. A rainha estava protegida por César, mas tinha a esperança de alcançar uma união legal, o que nunca aconteceu.
A morte de César, com 56 anos, fracassou os seus planos, mais políticos que pessoais. Não só o assassinato, mas também o conhecimento do testamento de César, em que tornara seu único herdeiro Octávio, filho de uma sobrinha-neta por parte de sua irmã, fizeram compreender a rainha que momentaneamente deveria renunciar ao seu sonho. A sua vida e de seu filho corriam perigo e logo retornou ao Egipto, esperando o desenrolar de novos acontecimentos. Cleópatra, de volta ao Egipto, sabia que não poderia manter a unidade de seu reino contra a invasão dos romanos e que seria necessária uma outra aliança para que não fosse atacada. Decidiu então conquistar Marco António, outro membro do Triunvirato que governava a República Romana. Contam que para conquistá-lo, preparou uma grande festa em sua honra, onde não faltaram presentes, belas mulheres e onde se utilizou de todos os seus encantos para seduzi-lo. Marco António não pode resistir à Cleópatra e durante um ano viveram em festa permanente. Em Alexandria, acabou permanecendo mais tempo do que deveria, impregnado com o ambiente helenístico da cidade, abandonando temporariamente a causa do Oriente, onde supostamente teria sido enviado para preparar um ataque contra a Pérsia. Quando retornou a Roma, Marco António teve que explicar sua atitude no Egipto, pois era casado com a irmã de Octávio. O amor fatal de Marco António foi explorado por Octávio que, indignado por seu comportamento, conseguiu colocar o senado contra ele. Daí iniciou-se a guerra contra Cleópatra. As duas frentes enfrentaram-se na batalha naval de Áccio, levando à derrota do Egipto. Foi então que Marco António com os seus desejos derrotados, suicidou-se com uma espada. E Cleópatra antes de ser prisioneira de Roma o que seria constrangedor demais para ela, fez o mesmo. Segundo a lenda, ela fez com que uma víbora picasse o peito. Cleópatra morreu aos 39 anos, sendo a última soberana do Egipto Antigo.