kokas
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Há 10 anos o agente da PSP já tinha feito queixa do empreiteiro que o matou com uma caçadeira que está legalizada.
Ouvia-se ontem à tarde, na casa do agente da PSP António Pereira e do seu filho Diogo, e no posto da GNR, onde estava destacado o militar Nuno Anes, um murmúrio comum : o som do choro perturbado da família, dos amigos e dos camaradas dos dois polícias. O dia seguinte à morte dos três homens, atingidos a tiro na Quinta do Conde por um empreiteiro por causa de um cão, tinha chegado e era a prova de que tudo o que acontecera não tinha sido um pesadelo. A incredulidade, as perguntas sem resposta, o porquê, porquê, porquê ainda estavam na boca das pessoas.
Quando chegámos ao quartel da GNR, na Quinta do Conde, um grito chorado de homem, de partir o coração, fugiu de uma das salas, de porta fechada, do edifício. Um militar, de olhos vermelhos, olhar emocionado, saiu. "Desculpem, não podem estar aqui, não é o momento, há demasiada tristeza de todos", exclamou. Lá dentro estavam o pai e o irmão de Nuno Anes, também militares da GNR, com colegas do jovem. Estava também a militar que foi com Anes na patrulha e estava a socorrer Diogo Pereira, no local do crime, ainda ferido, quando viu o camarada ser atingido mortalmente na nuca.
O comandante do posto, sargento Paulo Lucas, notoriamente a reprimir o sentimento que pressionava os seus olhos, ainda húmidos, explicou-nos depois que Nuno Anes, de 25 anos, era "muito querido de todos, um excelente profissional, sempre pronto para apoiar os camaradas". Naquele dia tinha até "trocado o turno com outro colega". "Estava sempre disponível para tudo", sublinha.
dn