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Quanto custa(m) a(s eleições) Democracia?

Feraida

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Partidos usam esquema da lei para receberem mais do Estado


Há dez anos que a Entidade das Contas puxa as orelhas aos partidos por imputarem donativos nas campanhas eleitorais às contas anuais.

Situação piora, em vez de ser corrigida.


Os partidos manipulam o registo de donativos para assim receberem mais dinheiro da subvenção do Estado nas campanhas eleitorais. Quem o diz é a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ENFP), que tem vindo a detectar o mesmo esquema em vários partidos.

A tática (dentro dos limites da lei) é declarar poucos euros ou mesmo zero euros de donativos para as campanhas eleitorais, enquanto nesse mesmo ano ou nos meses anteriores disparam os donativos nas contas dos partidos.

O objectivo é sempre o mesmo: aumentar o prejuízo das contas das campanhas eleitorais, de modo a maximizar o dinheiro a receber do Estado através da subvenção pública.


O Observador consultou no Tribunal Constitucional os processos relativos às contas dos partidos do arco do poder, PS, PSD e CDS, desde 2004 e também os processos relativos às contas das campanhas eleitorais das eleições legislativas de 2005, 2009 e 2011 (só estão disponíveis as contas anuais dos partidos de 2011) e, nos vários relatórios que produziu, a Entidade das Contas (órgão que pertence ao Tribunal Constitucional) alerta para a prática destes partidos que os leva a receber mais de subvenção do Estado do que teriam direito.


Partidos têm vindo a registar cada vez menos dinheiro nas contas de campanhas eleitorais, pondo os valores nas contas anuais.

Objectivo: não terem de devolver parte da subvenção ao Estado.

Ao longo dos anos, os partidos têm vindo a registar cada vez menos dinheiro, a título de donativos e angariação de fundos, nas contas de campanhas eleitorais (que são autónomas da conta anual do partido e fiscalizadas também de maneira autónoma) e registam os valores que recebem a esse propósito nas contas do exercício anual dos partidos.

Tudo não passa de uma manobra financeira de registo dos donativos que recebem.

Mas é uma formalidade que pode render milhares de euros aos cofres dos partidos.

E a Entidade das Contas, presidida por Margarida Salema, desconfia que os partidos o fazem para não devolverem parte da subvenção ao Estado que é paga sobre os gastos das campanhas eleitorais.

Nos vários processos consultados, o Observador encontrou vários casos ilustrativos.

Em 2004, por exemplo, a Entidade das Contas desconfiou desta prática porque vários donativos, registados nas contas anuais dos partidos, foram feitos nos últimos dias de Dezembro, imediatamente a seguir ao anúncio do então Presidente da República de convocar eleições antecipadas, que ficariam marcadas para Fevereiro de 2005.


Donativos em cima de eleições

O final do ano de 2004 não foi apenas agitado politicamente com a dissolução da Assembleia da República pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, e a queda do Governo de Santana Lopes, como também por algumas polémicas nas contas dos partidos.

Além do caso mais conhecido de um milhão de euros em dinheiro vivo depositado na conta do CDS (já lá vamos), houve também agitação no Largo do Rato.


Treze donativos, no valor total de cerca de 90 mil euros, foram registados na conta anual do PS em Dezembro de 2004.

A estranheza da Entidade das Contas, referida nos relatórios sobre as contas anuais do partido e sobre a conta da campanha eleitoral das legislativas de 2005, prendia-se com o facto de só em alguns dias de Dezembro ter havido mais donativos do que no resto do ano.

Além disso, o dinheiro teve quase a mesma proveniência: cinco dos 13 donativos de 10.968 euros (o limite máximo por pessoa) foram feitos por membros da família Vasconcelos da Mota, da empresa Mota-Engil.

Houve ainda mais quatro donativos de 9.000 euros nessa altura de Alípio Gomes Monte, Manuel Gomes Monte (empresários do Grupo Monte), de Carlos Alberto Alves Gonçalves (empresário da ADRIPARTE) e de Luís Manuel Vieira Santo Amaro (também da ADRIPARTE).


“A análise documental aos donativos reportados pela sede do partido permitiu-nos constatar que, de um total de 104.214 euros, cerca de 90.840 foram recebidos nos últimos dias do mês de Dezembro de 2004.

Não estamos em condições de concluir em que medida estes donativos foram efectivamente obtidos no âmbito do financiamento das actividades correntes, conforme estão classificados ou se tinham por objectivo o financiamento da campanha eleitoral para as eleições legislativas de Fevereiro de 2005”, lê-se no relatório da ECFP.


Cinco dos 13 donativos de 10.968 euros feitos ao PS em 2004 foram feitos por membros da família Vasconcelos da Mota, da Mota-Engil.


Na resposta a este relatório, os socialistas argumentaram apenas que aqueles donativos não podiam ser contabilizados na campanha, mas na conta anual do partido até pela data em que foram feitos.

Acrescentam ainda, no processo relativo às contas anuais, que houve um “aumento da actividade política” que originou também um aumento “das acções de angariação de fundos”.


Na lei que regula o financiamento feito aos partidos não é referida a baliza temporal em que é considerada despesa de campanha, diz apenas receitas “referentes à campanha” o que pode assim referir-se aos quinze dias de campanha oficial.

No entanto, uma interpretação mais lata pode sugerir que se trata do tempo a partir da data da marcação de eleições.


O milhão do CDS em cima das eleições

É talvez o caso de financiamento dos partidos que mais deu que falar. Em dezembro de 2004, deu entrada nas contas do CDS um milhão de euros. Foram 150 depósitos que foram feitos num único balcão e que foram descobertos pela Polícia Judiciária quando investigou o caso Portucale.

A estranheza do valor registado como donativo é também refletida no acórdão da Entidade das Contas sobre a conta desse ano do CDS. A Entidade desconfiou desses donativos caracterizando-os até como “anómalos”.

“Solicitamos explicações para o reconhecimento de um valor tão elevado de receita de angariação de fundos nas contas anuais de 2004 (cerca de um milhão de euros, no mês de dezembro) anómalo em relação ao historial do partido, em pleno período de campanha eleitoral para as legislativas”, escreveu a ECFP.


O CDS nem esconde que foi isso mesmo que aconteceu.

Na resposta dada ao Tribunal Constitucional, os responsáveis pelo partido dizem que se deve ao facto de “à data já ser previsível a antecipação das eleições legislativas e de o partido ter intensificado a partir do último trimestre as acções de angariação dos meios financeiros indispensáveis para o efeito, nomeadamente através de donativos”.

O CDS entregou a lista com nomes que diziam respeito aos donativos e justificou o depósito apressado com o facto de o dinheiro de jantares e angariações de fundos ter ficado guardado num cofre e de ter sido depositado num curto espaço de tempo por causa da entrada em vigor de uma alteração da lei do financiamento dos partidos.


Das duas uma: "ou os donativos foram subavaliados ou não foram registados e poderão estar a ser contabilizados como receita do partido".


Entidade das Contas


O Observador consultou esse processo referente às contas do partido no Tribunal Constitucional, mas a lista com os nomes das pessoas que fizeram donativos não consta do processo.


No caso do PSD, a Entidade das Contas encontrou outro problema: a falta de registo de cerca de 55 mil euros em angariação de fundos na conta da campanha para as legislativas de 2005, que registou ao todo 500 mil euros de donativos.

O não registo dos nomes e dos talões de recibo dessas doações levaram a que fosse inviabilizado “o controlo pelo Tribunal Constitucional de tais donativos e respetivos montantes”.


A entrada em vigor das alterações à lei baralhou também o PSD que se justificou com elas.

Miguel Macedo, então secretário-geral do partido, escreveu que “gerou-se uma mera inércia, sem que disso houvesse plena consciência, traduzindo um erro não censurável de estar a violar-se a lei”.


Cruzamento de registos

Se nas contas da campanha eleitoral de 2004, a Entidade fez os reparos graves a esta prática dos partidos, a entidade responsável por fiscalizar as contas dos partidos teve que fazer vários alertas semelhantes nos anos seguintes pois a situação não melhorou, ou seja, os partidos não se corrigiram.

Houve vários cruzamentos de registos ao longo dos anos.


Na análise às contas das campanhas para as eleições legislativas de 2005 e 2009, a Entidade das Contas conclui que ou os donativos foram “subavaliados” ou “não foram registados ou poderão estar a ser contabilizados como receita do partido”.

Estas expressões são, aliás, comuns a quase todos os processos consultados pelo Observador – contas dos partidos de 2004, 2005, 2008 e 2009.

Os processos globais às contas anuais referentes aos anos de 2010 a 2013 ainda não se encontram disponíveis.


Entidade das Contas alerta que partidos não registam os donativos em contas específicas para o efeito ou não dão informação sobre os doadores ao Tribunal Constitucional


Mas é em 2011 que a entidade fiscalizadora sobe o tom. E refere, tanto nas contas do PSD como do PS, que “os donativos/fundos recebidos durante a campanha ou não foram registados ou poderão estar a ser contabilizados no partido e não na campanha, procedimento este que, a confirmar-se, não seria adequado, e que visaria maximizar a subvenção do Estado atribuída à campanha”.


Nas irregularidades detectadas pela Entidade das Contas, há ainda várias referências ao facto de os partidos não registarem os donativos em contas específicas para o efeito ou de não darem total informação sobre os doadores ao Tribunal Constitucional.

Ainda nas contas de 2005, por exemplo, o PS decidiu inscrever na conta anual do partido o valor que tinha recebido em campanha e a ECFP recusou, dizendo que o mesmo valor não pode ser fiscalizado duas vezes.



Até aos donativos zero

Se em ano de eleições (ou no ano anterior), os partidos tendem a aumentar os registos de donativos nas contas anuais e têm vindo a baixar o valor dos donativos nas contas das campanhas eleitorais, o caso mais caricato é mesmo o do CDS que, na campanha para as legislativas de 2011, não recebeu qualquer donativo.



Na campanha eleitoral de 2005, PS e PSD ainda registaram proveitos vindos de donativos e angariação de fundos na ordem do meio milhão de euros, mas quatro anos depois, o cenário era diferente.


Em 2009, o PSD e o CDS já só registam angariação de fundos e donativos na ordem dos mil euros e em 2011 estes partidos quase que anulam a existência desta rubrica: o PSD regista em 2009 um donativo de 160 euros de Lucinda Dâmaso (presidente da UGT) e o CDS já não regista qualquer valor.

Na justificação, o CDS refere que, nas contas da campanha de 2011, houve uma redução drástica justificada pela “grave situação económica e financeira do país”.

Ou seja, que o CDS se “pugnou por uma efectiva redução dos montantes envolvidos nas campanhas eleitorais”.


Também o PS justifica, em 2009, a redução drástica dos valores com a “situação económica que o país atravessou em 2009”. Apesar disso, fez diferente dos outros dois partidos e apresentou uma lista de oito nomes com donativos (ver outro artigo), entre eles Rui Pedro Soares, Armando Vara e Carlos Santos Ferreira.


O que diz a lei?

No que diz respeito a campanhas eleitorais, os partidos não podem ter lucro. Por isso, se entre receitas e despesas houver um valor positivo, os partidos são obrigados a devolver ao Estado o remanescente.

É por isso que, acredita a Entidade das Contas, os partidos têm vindo a baixar o mais possível o valor de uma das parcelas: a dos donativos e angariação de fundos.


Em 2009, PS justificou a redução dos valores dos donativos com a situação económica do país, mas avançou com alguns nomes: Rui Pedro Soares, Armando Vara e Carlos Santos Ferreira.


Para exemplificar, imagine que um partido tinha direito a 500 mil euros de subvenção (calculada em função dos resultados eleitorais) e que tinha registado 600 mil euros de donativos.

O orçamento era de um milhão de euros de receitas.

Teria um resultado positivo em 100 mil euros e teria de o devolver ao Estado.

Mas se o mesmo partido não registar esses 600 mil euros de donativos nas contas da campanha, mas nas contas anuais do partido, já não teria de o fazer. Tudo porque a conta seria fechada do seguinte modo do lado da receita: 500 mil euros de subvenção mais 500 mil euros de injeção do partido. E assim não devolveria nenhum excedente ao Estado.


De acordo com a lei em vigor em 2003, o limite máximo de donativo por pessoa nas campanhas eleitorais era de 60 salários mínimos nacionais, ou seja, de 22.482 euros. Agora, é de 60 Indexante de Apoios Sociais (25.153 euros).


No que toca ao exercício anual do partido, os donativos de natureza pecuniária feitos por pessoas singulares identificadas estão sujeitos ao limite anual de 25 vezes o valor do IAS (419.22 euros), ou seja, 10.405 euros. Os donativos de empresas são proibidos.

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Presidenciais.

Isto faz-se por 12 mil euros, mas para ganhar custa mais de €1 milhão



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RUI OCHOA

Há quatro anos, José Manuel Coelho fez a festa com 12 mil euros e ainda lucrou. Já Cavaco Silva gastou 1,8 milhões para chegar a Belém

Os candidatos a candidatos presidenciais fazem as contas à vida e hesitam.

Pudera: uma campanha presidencial pode fazer barulho com pouco dinheiro, mas não ganha nada se não abrir os cordões à bolsa.

Em 2011, houve orçamentos para todos os gostos - José Manuel Coelho fez a coisa por pouco mais que dez mil euros. Mas quem queira alimentar alguma expectativa de vitória terá de pensar bem acima de um milhão.

À cautela, o melhor é ter um partido pelas costas.

Olhando para as contas da duas últimas eleições, uma campanha presidencial ganhadora não se faz por menos do que um milhão e meio de euros - e isto, numa estimativa muito por baixo, tendo em conta que, em 2011, as campanhas de Cavaco Silva e Manuel Alegre custaram, cada, quase um milhão e oitocentos mil euros.

Para ser rigoroso, Cavaco declarou despesas de €1.791.576,90 (e receitas exatamente no mesmo valor, até ao cêntimo), e Alegre gastou €1.727.933,91 (bastante mais do que os 1.305.858,73 que conseguiu recolher de receitas).

Mas é possível ter uma candidatura vistosa, e com impacto, por praticamente metade destes valores.

Foi o que fez Fernando Nobre, cuja campanha, há quatro anos, custou 862 mil euros (a receita declarada foi à medida) - um valor que não impediu o candidato independente de conquistar quase 600 mil votos.

Com o dobro dos custos, Manuel Alegre ficou muito longe de ter o dobro dos votos (ficou-se pelos 832 mil eleitores).

Aliás, cinco anos antes de Fernando Nobre, já Alegre tinha demonstrado que não é preciso um orçamento colossal para alcançar resultados surpreendentes: em 2006, o poeta, que se apresentou como independente, gastou 850 mil euros, numa campanha que deu lucro financeiro (ultrapassou o milhão de euros de receitas recolhidas) e político (foi o segundo mais votado).

Gastos cada vez mais apertados


Na comparação entre 2006 e 2011, se há facto que salta à vista é a contenção da despesa. Os 850 mil euros que Manuel Alegre gastou em 2006 são ainda mais surpreendentes quando comparados com os custos das campanhas dos dois principais candidatos nessa eleição.

Nesse ano, a candidatura de Mário Soares gastou quase três milhões e meio de euros (sendo apenas o terceiro mais votado, bem atrás de Cavaco e Alegre); a de Cavaco, que venceu a eleição à primeira volta, ficou quase nos três milhões e duzentos mil euros (e, com receitas de quase quatro milhões, declarou, imagine-se, 740 mil euros de lucro...).

Voltando aos valores de 2011, o comunista Francisco Lopes apresentou uma campanha longe dos custos de Cavaco e Alegre, mas no mesmo campeonato de Fernando Nobre: gastou 634 mil euros.

O campeonato dos pequeninos


No final da tabela, os dois candidatos mais comedidos nos custos provaram que uma campanha remediada não é necessariamente uma campanha invisível.

Se é verdade que Defensor de Moura, com 90 mil euros de despesa, mal deu nas vistas, já José Manuel Coelho, apenas com 11.905 euros, fez a festa, largou os foguetes e apanhou as canas.

Curiosamente, neste final de tabela, tanto um como o outro contaram com verbas muito aquém daquelas com que tinham sonhado.

Defensor de Moura partiu para a estrada com o pressuposto de que conseguiria 250 mil euros de financiamento, mas ficou-se pelos €26.440.

José Manuel Coelho imaginou que receberia 90 mil euros, mas ficou-se pelos €12.075.

Apesar de tudo, Coelho teve mais receita do que despesa - contas fechadas, lucrou 170 euros.

Já Defensor de Moura teve de pagar o défice do seu bolso.

Nesse caso, o melhor mesmo é contar com o apoio partidário - que o diga Manuel Alegre: com muito menos votos do que estava à espera (logo, muito menos apoio estatal), contou com o PS para tapar o buraco financeiro da sua campanha presidencial.

Conclusão: quem não tem dinheiro, que tenha um partido.

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Saiba quem são os maiores financiadores dos partidos


A família Mota, da Mota-Engil, está no topo dos donativos.

Deu o máximo permitido por lei tanto ao PS, como ao PSD e ao CDS em anos de eleições. Luís Champalimaud também foi generoso.


Os maiores financiadores dos partidos políticos são empresários, muitos com negócios com o Estado.

E há mesmo quem financie mais do que um partido ao longo de vários anos.


Depois de o Presidente da República ter pedido no 5 de Outubro maior transparência no financiamento partidário, o Observador consultou os processos das contas dos partidos do poder, PS, PSD e CDS, para lhe dizer de onde partem os donativos e a angariação de fundos.


A família dona da construtora Mota-Engil distribuiu cerca de 95 mil euros entre PS, PSD e CDS entre os anos de 2004, 2005, 2008 e 2009.

António Manuel Mota, Maria Manuela Vasconcelos Mota, Maria Paula Vasconcelos Mota Meireles e Maria Teresa Vasconcelos Mota Neves da Costa são quatro dos dirigentes do grupo Mota-Engil que aparecem com maior frequência nos donativos aos partidos políticos.


Todos estes quatro membros da família deram dinheiro ao PS, PSD e CDS, registados no exercício dos partidos, em anos de eleições legislativas. António Manuel da Mota, chairman do grupo Mota-Engil, é mesmo um dos principais financiadores dos vários partidos, tendo doado mais de 32 mil euros aos três partidos.


O Observador tentou obter um comentário dos membros da família Mota sobre estes donativos, mas tal não foi ainda possível.


Com ligações ao Grupo Mota-Engil aparece ainda o nome de Carlos Manuel Marques Martins, presidente da Martifer, empresa da qual a Mota-Engil é acionista. O presidente da empresa doou cerca de 10.000 euros ao PS e ao PSD em 2004 e 2005.


Distribuir o bem pelas várias aldeias

Mas há mais famílias mãos largas para os partidos. No topo da tabela entre os que mais dão a partidos, estão dois membros da família Neiva de Oliveira: Adalberto Neiva Oliveira e Tiago Neiva de Oliveira.

Os dois empresários do Grupo Cabelte, da área da energia e telecomunicações, são os que abriram mais o cordão à bolsa e distribuíram 75 mil euros em donativos no ano de 2009. Nas contas declaradas ao Tribunal Constitucional, encontram-se donativos ao CDS (5.000 euros), PSD (20.000 euros) e ao PS (50.000 euros registados nas contas da campanha eleitoral para as legislativas).


Adalberto Oliveira é mesmo o maior doador singular a vários partidos, tendo distribuído 40.000 euros em 2009.


Uma justificação para a disponibilidade do empresário poderá ser o facto de já ter feito parte do mundo da política. Adalberto Oliveira foi deputado da Aliança Democrática entre 1979 e 1983. Tiago Neiva de Oliveira está também na parte de cima da tabela com 35.000 euros.


E quem doa uma vez, doa duas ou três.

Depois dos dois empresários da família Neiva de Oliveira, António da Silva Rodrigues é o empresário que mais distribui por vários partidos. O presidente da Simoldes, a empresa líder na construção de moldes para automóveis na Europa, de Oliveira de Azeméis, deu ao todo 32.750 euros ao PS, PSD e CDS entre 2008 e 2009 (pode ter dado ao mesmo tempo, mas os partidos registam em contas de anos diferentes).


No topo dos empresários que dão 30 mil euros ou mais, aparece um empresário desconhecido, João Crisóstomo Silva, que deu 20 mil euros à campanha para as legislativas do PS em 2005, mas em 2009 aparece como doador nas listas do PSD, com um valor de 10 mil euros.




Financiar rima com família

Financiar partidos políticos é obra de família, seja ao mesmo partido ou a partidos diferentes.

Nas contas que o Observador consultou (campanhas legislativas 2005 e 2009 e contas anuais dos partidos 2004, 2005, 2008 e 2009), há várias famílias que dão largos donativos aos partidos.


Luís Melo Champalimaud e a mulher, Andrea Dahmer Baginski Champalimaud, deram quase 32 mil euros em 2009 ao PS e ao PSD. O empresário da Cimentos Liz, e herdeiro da família Champalimaud, deu o máximo permitido por lei para as contas anuais do partido (25 vezes o IAS – Indexante de Apoios Sociais), 10.625 euros ao PSD e outros tantos ao CDS. A mulher deu o mesmo ao PSD.


Na lista dos que jogam em mais do que um tabuleiro no que aos financiamentos diz respeito, há ainda dois empresários do grupo Adriparte (com ligações à construtora Monteadriano, que entretanto foi assumida pelo Vallis, um fundo detido pelos principais bancos portugueses): Carlos Alberto Alves Gonçalves e Luís Manuel Vieira Santo Amaro.

Estes dois homens deram exactamente o mesmo a cada partido: 9.000 euros ao PS cada (registados em 2004) e 7.500 euros cada ao PSD (registados em 2005).


Contudo, estes donativos são feitos pelos empresários em nome individual e não pela empresa que dirigem ou que detêm.

Os financiamentos feitos por empresas são proibidos por lei, contudo, o Tribunal Constitucional tem estado atento ao financiamento indirecto.

Foi o que aconteceu em 2002, quando a Entidade das Contas considerou ilegal um financiamento da Somague ao PSD, no valor de 233 mil euros.

Na época, José Luís Arnaut, secretário-geral do partido assumiu a responsabilidade, dizendo, no entanto, desconhecer o procedimento que levou o partido a aceitar esse financiamento.


Os apoios polémicos que deram que falar no PS

Entre os donativos feitos directamente ao partido ou às campanhas eleitorais, o Observador contou 1.388 donativos acima de mil euros, nove deles acima de 20.000 euros.

O limite máximo dos donativos para as campanhas eleitorais é maior do que para as contas anuais dos partidos: até 60 vezes o IAS em vez de 15 IAS.

Foi o que fizeram seis doadores em relação ao PS, nas duas campanhas de 2005 e 2009. Na campanha de 2011, o partido de José Sócrates já não inscreveu donativos tão elevados.


Mas é só mesmo este partido que é possível escrutinar, porque tanto PSD como CDS não registaram nos processos os nomes de quem deu dinheiro para as campanhas eleitorais de 2005, 2009 ou 2011. Aliás, o CDS nem registou qualquer donativo na última campanha e o PSD registou 160 euros de Lucinda Dâmaso, a presidente da UGT.




O dono da Delta e o dono do Grupo Semapa são os dois nomes que mais deram dinheiro ao PS em 2005.

O comendador alentejano, Rui Nabeiro, injectou nas contas da primeira campanha eleitoral de José Sócrates 22.645 euros, à data, o máximo permitido por lei. Mas não é, nos nomes registados, o que mais contribuiu.


O dono do grupo Semapa, Portucel e Secil, Pedro Queirós Pereira, é um tradicional contribuinte para as contas socialistas. Em 2005, deu os 22.645 euros para a campanha e em 2009 contribuiu para a conta do partido com 10 mil euros, o máximo permitido para quem dá directamente ao partido político.


Além destes nomes mais conhecidos, Ernesto Mendes Ribeiro, atual presidente da Sagestamo e à época gestor privado, doou 20 mil euros, o mesmo que o empresário João Crisóstomo Silva e que outra desconhecida, Maria Celeste Ramalho Martins.


Nestas eleições, o PS registou 64 doadores acima de mil euros (dado o volume de informação disponível, o Observador restringiu a análise mais fina aos doadores que entregaram mais de mil euros, os restantes nomes foram apenas verificados e não trabalhados).


Nas legislativas de 2009, que Sócrates ganhou, o PS recebeu donativos de apenas oito pessoas.


Nas campanhas para as legislativas de 2004, o PS de José Sócrates recebeu três donativos de valor máximo permitido por lei: 25 mil euros.

As contribuições foram feitas por Rui Pedro Soares, Adalberto Neiva Oliveira e Tiago Neiva Oliveira.


Pela pesquisa do Observador, houve três donativos no valor máximo permitido por lei, 25 mil euros.

Um deles foi feito por Rui Pedro Soares, à época administrador do Taguspark da PT, que chegou a ser acusado de corrupção passiva para ato ilícito num contrato entre a empresa e o ex-futebolista Luís Figo, que envolveu a realização de um filme para a campanha de Sócrates.

O apoio de Figo à campanha de José Sócrates, alegadamente, serviria de contrapartida a um contrato de publicidade que fez com o Taguspark no valor de 250 mil euros por ano. Rui Pedro Soares negou a relação entre as duas coisas e foi absolvido do caso em 2013.


Além de Rui Pedro Soares, também os empresários Adalberto Neiva Oliveira e Tiago Ferreira Neiva Oliveira doaram 25 mil euros.


Na lista de donativos de 2009, mas de valor inferior, figuram ainda Eurico Faustino Correia, empresário (5.000 euros); Jorge Armindo Carvalho Teixeira, presidente da Amorim Turismo e que foi nomeado em 2013 administrador não executivo da Soares da Costa (1.000 euros); José Cunhal Melero Sendim (2.500 euros); Armando Vara, ex-ministro do PS, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e ex-vice presidente do BCP (2.500 euros) e Carlos Jorge Santos Ferreira, à época presidente do conselho de administração do Millennium BCP (2.500 euros).


Santos Ferreira e Armando Vara são aliás, dois dos nomes de banqueiros que fizeram donativos a partidos.

Ao contrário do que acontece nas eleições presidenciais, em que muitos donativos foram feitos por membros da família Espírito Santo, no que às legislativas diz respeito, não aparece nenhum dinheiro dado por aquela família.

Mas aparece o nome do banqueiro José Oliveira Costa.

O ex-homem forte do BPN deu ao PS em 2005 o valor de 2.500 euros.


De qualquer modo, é bom registar que nem todos os partidos em todos os anos entregaram as listas de nomes de donativos ao TC.

Do sector bancário, apenas aparece o nome de Carlos Santos Ferreira, Armando Vara e de José Oliveira e Costa.


Já nas ofertas directas ao partido surgem mais nomes de empresários de empresas familiares.

É o caso de dois membros da família proprietária do Grupo Monte, dedicado sobretudo à construção civil de obras de infra-estruturas, saneamento básico e abastecimento de águas no Alto Minho.

Alípio Gomes Monte e Manuel Gomes Monte, foram fiéis ao PS e deram (em 2004) 9.000 euros cada um. Nas contas de 2004, depois dos financiamentos da família Vasconcelos da Mota (os maiores contribuidores) aparece, com 9.100 euros, o empresário António Barroca, dono do Grupo Lena, empresa dedicada à construção civil que teve grande importância nas obras da Parque Escolar e que foi o grupo que assegurou contratos de maior volume depois de fazer parte de comitivas do anterior Governo à Venezuela de Hugo Chávez.


PSD é o que mais donativos recebe

O registo dos donativos recebidos é feito pelos partidos de forma diferente.

O PS colocou durante anos grandes donativos nas contas das campanhas eleitorais e declarou quem eram as pessoas que davam dinheiro.

Já o PSD tem grandes listas com donativos nas contas anuais referentes ao exercício do partido.

Só em 2009, o partido registou, segundo as contas do Observador, 663 donativos acima de mil euros. Em 2005, tinha já registado um grande volume de donativos superiores a mil euros: 392 pessoas.


Dos três partidos, o PSD é, assim, não só o que mais nomes regista nas contas anuais como, consequentemente, o que mais recebe de doadores singulares: só em 2009, recebeu quase 2,7 milhões de euros.




O PSD estava na oposição em 2009, mas nem mesmo assim deixou de registar o valor mais alto em donativos de todos os partidos e referente a todos os anos consultados.

Para esse montante contribuíram Carlos Marinho, empresário da área do turismo e imobiliário, com 15.000 euros, o valor mais elevado doado directamente ao partido.

Depois, aparece o casal Champalimaud, referido em cima e ainda o presidente da Simoldes, António da Silva Rodrigues, também referido em cima, o que leva a concluir que três dos seis melhores doadores ao PSD de Manuela Ferreira Leite acharam por bem doar também ao PS de José Sócrates.


O mesmo se passou em 2005 com Pedro Santana Lopes. Depois da dissolução da Assembleia da República no final de 2004 e da convocação de eleições para Fevereiro de 2005, o partido registou vários donativos directos, registados nas contas do PSD de 2005.

E os principais quatro doadores, todos da família do Grupo Mota-Engil, doaram ao mesmo tempo ao PS.

Muitos donativos feitos em 2008 e 2009 ao PSD foram de pessoas que contribuíram ao mesmo tempo para outros partidos.
Ao longo dos anos, encontram-se nos maiores doadores ao PSD vários nomes de empresários, alguns deles desconhecidos como Hélder Alberto Martins Fialho, que deu dinheiro em 2004 e 2009.

Já no CDS a leitura é mais difícil de fazer. Em 2004 e 2005, não constam no processo as listas de nomes que fizeram donativos ao partido. Nas que foram entregues (2008 e 2009), António Silva Rodrigues, presidente da Simoldes foi quem deu um donativo maior, 10.600 euros, logo seguido de dois membros da família Mota: António Manuel Mota e Maria Manuela Mota, 10.500 euros cada.


Nas contas do CDS, apenas dois nomes aparecem como contribuindo duas vezes para o partido e são dois nomes desconhecidos: António Damasceno Silva foi o maior contribuidor para as contas do CDS nesses dois anos doando 10.100 euros em 2008 e 8.000 euros em 2009; e Emídio Deodato Farias Dias Silva, que doou 2.500 em 2008 e 3.000 euros em 2009.


De Belmiro a Tomás Taveira

Nas listas de mais de mil nomes que doaram acima de mil euros a partidos estão alguns nomes conhecidos do grande público, mas que deram dinheiro apenas esporadicamente.

Foi o caso do patrão da SONAE, Belmiro de Azevedo que deu 4.000 euros ao PSD em 2009.


Dos grandes empresários, aparece ainda o presidente do Grupo Mello, Vasco Maria José de Mello, como doador do CDS em 2008 (10.000 euros).


Apesar de ser identificado como o arquiteto do cavaquismo, Tomás Taveira fez ofertas a partidos, mas não ao PSD. O nome do arquitecto lisboeta aparece nas listas do PS de 2004 e 2005 (1.000 euros).

Os partidos políticos são sobretudo financiados por empresários e menos por políticos.

Nem José Sócrates, nem Manuela Ferreira Leite, nem Santana Lopes, Paulo Portas, Passos Coelho ou António Costa aparecem nas listas de donativos particulares.

António José Seguro foi o único dos líderes que passaram pelos três partidos a fazer uma contribuição para o partido.

Foi em 2005 e no valor de 1.500 euros.

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kokas

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Agora digo eu que não percebo nada disto, com tanta generosidade como é que não deve haver compadrio, deveria ser expressamente proibido o financiamento de qualquer partido.
Quando dão 10 esperam receber pelo menos 20
 

Feraida

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Acho ainda mais lamentável que se enriqueça à custa dos votos dos Portugueses.

Como se pode ler nos posts anteriores o Sr Presidente Cavaco Silva lucrou, numa eleição 700 e tal mil euros.

O Sr Presidente Marcelo parece que vai lucrar mais de meio milhão.

Para já não falar de outras eleições.

Pergunta: como podem? com a crise actual isto é possível????

Onde está a moral no meio disto tudo???
Cumps

Feraida


Agora digo eu que não percebo nada disto, com tanta generosidade como é que não deve haver compadrio, deveria ser expressamente proibido o financiamento de qualquer partido.
 

kokas

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Pois, com o mal dos outros passam eles bem, é tudo a favor dos politicos, infelizmente são sempre os mesmos a pagar a factura.
Depois não há dinheiro para a saude, para a educação e o caricato é que para isto nunca falta.
Moral, mas que moral, esta gente não sabe o que isso é, os interesses deles subrepoem-se aos interesses do país, mas sempre assim foi, por isso é que eles gostam tanto de ser politicos.
 

Feraida

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Acho ainda mais lamentável que se enriqueça à custa dos votos dos Portugueses.

Como se pode ler nos posts anteriores o Sr Presidente Cavaco Silva lucrou, numa eleição 700 e tal mil euros.

O Sr Presidente Marcelo parece que vai lucrar mais de meio milhão.

Para já não falar de outras eleições.

Pergunta: como podem? com a crise actual isto é possível????

Onde está a moral no meio disto tudo???
Cumps

Feraida

Afinal parece que em parte estou errado!

Só recebem valor igual ao orçamentado em despesas que préviamente apresentaram ao Tribunal Constitucional.

Assim sendo pode observar-se quem foram os mais poupados e quais os mais perdulários à custa do Zé Povinho:

Apenas três candidatos presidenciais têm direito a subvenção estatal

Dos dez candidatos apenas três obtiveram mais de 5% dos votos exigidos por lei.

A subvenção é solicitada ao Presidente da Assembleia da República nos 15 dias posteriores à declaração oficial dos resultados eleitorais.

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Marcelo Rebelo de Sousa, Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias são os únicos três candidatos presidenciais em condições de receber a subvenção estatal, uma vez que os restantes sete não obtiveram os 5% dos votos exigidos por lei.

Maria de Belém, Edgar Silva, Vitorino Silva, Paulo de Morais, Henrique Neto, Jorge Sequeira e Cândido Ferreira não cumpriram este critério mínimo de votos e ficam, desta forma, excluídos do direito à subvenção estatal.

"Têm direito à subvenção (…) os candidatos à Presidência da República que obtenham pelo menos 5% dos votos", refere a lei de financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais.

De acordo com as recomendações emitidas pela Entidade das Contas para estas eleições presidenciais, o limite máximo admissível de despesas para a campanha eleitoral foi fixado em 3.408.000 euros. Por sua vez, a subvenção não pode, em qualquer caso, ultrapassar o valor das despesas efectivamente realizadas.

A lei estabelece que 20% do valor total da subvenção - 681.600 euros - é igualmente distribuído pelos três candidatos que obtiveram mais de 5% dos votos.

Os restantes 80% - 2,7 milhões de euros - são distribuídos na proporção dos resultados eleitorais obtidos.

De acordo com a soma destes dois valores, Marcelo poderia receber mais de 1,6 milhões de euros, Sampaio da Nóvoa cerca de 850 mil euros e Maria Matias pouco mais de meio milhão de euros.

No entanto, estes valores estão dependentes das despesas efectivamente realizadas, que ainda terão de ser entregues pelos candidatos.

Nos orçamentos entregues no Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa estimava despesas na ordem dos 157.000 euros e receitas idênticas, apenas contando com 90.000 euros de subvenção estatal.

Sampaio da Nóvoa estimava receber 798.000 de subvenção total e contava gastar na campanha 742.000 euros, enquanto Marisa Matias contava com 308 mil euros de subvenção estatal e despesas de 454 mil euros.

Já Maria de Belém, que não irá receber qualquer apoio do Estado, contava com 790 mil euros desta subvenção, num orçamento em que previa despesas de 650.000 euros.

Edgar Silva, também ele sem direito a subvenção, previa que esta verba seria de 377 mil euros, que ajudariam a contrabalançar despesas estimadas na ordem dos 750 mil euros.

A subvenção é solicitada ao Presidente da Assembleia da República nos 15 dias posteriores à declaração oficial dos resultados eleitorais.


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Saiba quanto custou o seu voto

Marcelo e Vitorino da Silva são os candidatos que melhor conseguiram rentabilizar o seu orçamento.

O Económico dividiu o número de votos obtidos para cada candidato pelo valor do orçamento de campanha que apresentaram ao Tribunal Constitucional, confira aqui os resultados.



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