Arbitragem volta à baila
Enquanto a novela do "Apito Dourado" continua na ordem do dia fora dos relvados, lá dentro - quando nos aproximamos do desenlace da luta mais interessante da Liga, o despique pelo segundo lugar - a arbitragem também parece apostada em ser protagonista. Pelas piores razões...
O Benfica saiu do Bessa com um injusto empate, pois a equipa terá praticado, muito provavelmente, o melhor futebol da temporada. Por mais estranho que possa parecer, as águias jogaram mais num jogo em que não foram além do nulo do que no embate da primeira volta quando, na Luz, golearam 6-1.
Parece-me inequívoco que a falta de pontaria dos encarnados, aliada ao mérito da defesa axadrezada (o guardião Jehle foi sublime), esteve na origem da perda de 2 pontos por parte do Benfica. Mas, objectivamente, não foi só isso.
Lucílio Baptista, que esteve bem ao assinalar a grande penalidade de Edcarlos, não viu nenhuma falta na grande área boavisteira. E se em três dos quatro lances polémicos (entrada de Mateus sobre Petit; lance aéreo em que Rodriguez parece impedido de saltar e corte de Angulo com o peito/braço nos últimos instantes) se consegue aceitar que o juiz tenha mandado jogar, torna-se complicado perceber como é que o árbitro não observou a clara falta de Mateus sobre Léo.
Ao ter assinado um mau desempenho no Bessa - com óbvio prejuízo de um dos emblemas - Lucílio ficou refém das suas decisões. E foi por isso que teve de ouvir as reacções a quente de Vieira, Chalana, Rui Costa, Petit e companhia.
Não subscrevo a "guerrilha" de palavras (e na Luz há vários casos de quem não devia entrar nesse jogo por ter dificuldades de expressão), nem tão-pouco a tentativa de invadir o balneário de quem quer que seja, mas percebe-se a indignação dos homens da Luz. Ainda por cima pouco depois da misteriosa anulação de um golo do Sp. Braga em Alvalade. É que os protestos têm muito (ou quase tudo) a ver com isso.
Como diz Manuel Cajuda, só se queixa quem não ganha. E isso é uma verdade de sempre. Como é igualmente comum ver pessoas falar em determinadas situações, ficando caladinhas quando contam com a "colaboração" alheia. Mas, no meio deste circo, ainda há quem tenha vergonha na cara. Paulo Bento, por exemplo, disse que não teria problemas em assumir que a sua equipa teria sido beneficiada quando visse as imagens televisivas do golo de Matheus. Espero que o faça!
PS - A intervenção de Jorge Coroado em resposta às críticas de Chalana a Lucílio Baptista são, mais do que deselegantes, despropositadas. E vindas de quem tem por hábito arrasar com o desempenho de alguns ex-colegas ainda parece mais estranho. A menos que se trate apenas de um súbito ataque de azia
"LA"