Está em marcha a criação de um movimento cívico independente para protestar contra a instalação de uma Central Térmica de Ciclo Combinado (a gás natural) em Taveiro. Depois do executivo camarário ter declarado, na passada segunda-feira, o interesse municipal do investimento, determinando o seu carácter estratégico, o projecto está, agora, dependente da aprovação do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) pelas entidades competentes. Caso a decisão seja favorável, o Plano Director Municipal (PDM) tem de ser alterado.
Nuno Godinho, residente em Vila Pouca do Campo, é o mentor da ideia, tendo iniciado, já ontem, contactos com vista à “conquista” de cidadãos para se juntarem ao movimento cívico independente. Uma ideia que surgiu, sublinhou, «depois de ter lido nos jornais» de ontem, que a Câmara Municipal de Coimbra tinha aprovado a instalação - espera pelo resultado da avaliação do EIA - da central termoeléctrica. Apesar de viver numa localidade pertencente ao Ameal, freguesia vizinha de Taveiro, o “recrutador” de contestatários promete «lutar até ao fim».
«Estou a inteirar-me da situação e a fazer contactos», confirmou Nuno Godinho, que pretende «denunciar o que se passa», uma vez que «existe matéria suficiente para pôr em causa muita coisa». «O EIA está cheio de incongruências e de argumentos falaciosos», acrescentou o contestário, antes de lembrar que «a zona não está preparada para receber indústria pesada», pelo que, destacou, «vai obrigar a alterar o PDM». «Aquela zona está cheia de casas, escolas, espaços desportivos, o mercado abastecedor e vão lá meter duas chaminés, quase dentro de casa das pessoas, a poluir», criticou.
Após falar em «falta de coerência e democracia do presidente da Câmara Municipal de Coimbra», Nuno Godinho, que disse não estar ligado a «nenhuma cor política», lamentou a «conivência total» de José Maria Barroca, presidente da Junta de Freguesia de Taveiro. «Foi tudo feito no maior secretismo. Houve consulta pública, mas ninguém sabe de nada. As populações de Taveiro, Vila Pouca, Ameal, Anobra e Condeixa sabem zero», revelou, antes de interrogar: «Quais são os interesses disto? Há interesses que têm de ser denunciados».
«É uma vergonha», garantiu o assumido candidato a líder do movimento cívico, lembrando que «está aprovada a construção de campos de golfe, um hotel cinco estrelas, condomínios fechados e zonas de lazer para este local». «Agora, querem construir uma central termoeléctrica? Não se percebe», referiu, mostrando-
-se firme no propósito de levar «até às últimas consequências» a criação do movimento. «Se calhar, não vai a lado nenhum, mas vou lutar», assegurou.
Nuno Godinho lançou mais uma interrogação sem destinatário. «Se é energia limpa, porque razão não metem a central à porta de casa deles?». De seguida, o contestatário realçou que «esta zona é massacrada há muitos anos, pois recebe o lixo todo de Coimbra e ainda por cima querem cá meter uma central termoeléctrica». «Não havia outro sítio?», questionou, antes de terminar com um comentário dirigido ao presidente da autarquia: «Sempre foi contra a co-incineração e agora, quase no fim do mandato, acelera um processo destes».
Presidente da Junta lembra que “ninguém disse nada”
Contactado pelo Diário de Coimbra para reagir às acusações de Nuno Godinho, que disse ter sido «tudo feito no maior secretismo», José Maria Barroca foi pronto na resposta. «Está afixado em locais públicos há muito tempo», revelou o presidente da Junta de Freguesia de Taveiro, que, de seguida, lembrou que «a Junta está aberta todos os dias e o assunto esteve para discussão pública durante muito tempo, mas ninguém disse nada». Por fim, Barroca frisou que a central «só é aprovada se o Estudo de Impacte Ambiental for aprovado pelas entidades competentes».
Carlos Encarnação também foi visado pelo mentor do projecto de criação de um movimento cívico independente para contestar a instalação da central termoeléctrica. O Diário de Coimbra tentou obter uma reacção do presidente da Câmara, mas tal não foi possível. Refira-se que no site da Agência Portuguesa do Ambiente é divulgado que o processo de avaliação de impacte ambiental da Central Térmica de Ciclo Combinado, proposta pela Dawn Energy, teve início no dia 6 de Fevereiro de 2008 e que o período de consulta pública decorreu entre 19 de Maio e 8 de Julho deste ano.
Nuno Godinho, residente em Vila Pouca do Campo, é o mentor da ideia, tendo iniciado, já ontem, contactos com vista à “conquista” de cidadãos para se juntarem ao movimento cívico independente. Uma ideia que surgiu, sublinhou, «depois de ter lido nos jornais» de ontem, que a Câmara Municipal de Coimbra tinha aprovado a instalação - espera pelo resultado da avaliação do EIA - da central termoeléctrica. Apesar de viver numa localidade pertencente ao Ameal, freguesia vizinha de Taveiro, o “recrutador” de contestatários promete «lutar até ao fim».
«Estou a inteirar-me da situação e a fazer contactos», confirmou Nuno Godinho, que pretende «denunciar o que se passa», uma vez que «existe matéria suficiente para pôr em causa muita coisa». «O EIA está cheio de incongruências e de argumentos falaciosos», acrescentou o contestário, antes de lembrar que «a zona não está preparada para receber indústria pesada», pelo que, destacou, «vai obrigar a alterar o PDM». «Aquela zona está cheia de casas, escolas, espaços desportivos, o mercado abastecedor e vão lá meter duas chaminés, quase dentro de casa das pessoas, a poluir», criticou.
Após falar em «falta de coerência e democracia do presidente da Câmara Municipal de Coimbra», Nuno Godinho, que disse não estar ligado a «nenhuma cor política», lamentou a «conivência total» de José Maria Barroca, presidente da Junta de Freguesia de Taveiro. «Foi tudo feito no maior secretismo. Houve consulta pública, mas ninguém sabe de nada. As populações de Taveiro, Vila Pouca, Ameal, Anobra e Condeixa sabem zero», revelou, antes de interrogar: «Quais são os interesses disto? Há interesses que têm de ser denunciados».
«É uma vergonha», garantiu o assumido candidato a líder do movimento cívico, lembrando que «está aprovada a construção de campos de golfe, um hotel cinco estrelas, condomínios fechados e zonas de lazer para este local». «Agora, querem construir uma central termoeléctrica? Não se percebe», referiu, mostrando-
-se firme no propósito de levar «até às últimas consequências» a criação do movimento. «Se calhar, não vai a lado nenhum, mas vou lutar», assegurou.
Nuno Godinho lançou mais uma interrogação sem destinatário. «Se é energia limpa, porque razão não metem a central à porta de casa deles?». De seguida, o contestatário realçou que «esta zona é massacrada há muitos anos, pois recebe o lixo todo de Coimbra e ainda por cima querem cá meter uma central termoeléctrica». «Não havia outro sítio?», questionou, antes de terminar com um comentário dirigido ao presidente da autarquia: «Sempre foi contra a co-incineração e agora, quase no fim do mandato, acelera um processo destes».
Presidente da Junta lembra que “ninguém disse nada”
Contactado pelo Diário de Coimbra para reagir às acusações de Nuno Godinho, que disse ter sido «tudo feito no maior secretismo», José Maria Barroca foi pronto na resposta. «Está afixado em locais públicos há muito tempo», revelou o presidente da Junta de Freguesia de Taveiro, que, de seguida, lembrou que «a Junta está aberta todos os dias e o assunto esteve para discussão pública durante muito tempo, mas ninguém disse nada». Por fim, Barroca frisou que a central «só é aprovada se o Estudo de Impacte Ambiental for aprovado pelas entidades competentes».
Carlos Encarnação também foi visado pelo mentor do projecto de criação de um movimento cívico independente para contestar a instalação da central termoeléctrica. O Diário de Coimbra tentou obter uma reacção do presidente da Câmara, mas tal não foi possível. Refira-se que no site da Agência Portuguesa do Ambiente é divulgado que o processo de avaliação de impacte ambiental da Central Térmica de Ciclo Combinado, proposta pela Dawn Energy, teve início no dia 6 de Fevereiro de 2008 e que o período de consulta pública decorreu entre 19 de Maio e 8 de Julho deste ano.